A extinção da TV por assinatura como conhecemos? – Parte II
Um dos textos mais lidos no blog é este aqui:
TV por Assinatura corre o risco de extinção…
Eu cheguei a prometer que passaria o link do site que está cuidando do protesto e aqui está ele:
http://www.liberdadenatv.com.br/
Quer saber o que o projeto de lei do nosso governo sem vergonha pode mudar na TV por assinatura? Estava lendo isso no site acima e achei interessante postar aqui no blog. Clique em “more”.
Impactos do projeto de lei nº 29/07 segundo a ABPTA (Associação Brasileira de Programadores de TV por Assinatura)
REDUÇÃO DRAMÁTICA DA DIVERSIDADE CULTURAL
Ao impor uma cota antidemocrática e arbitrária na TV por assinatura, o atual Projeto de Lei n° 29/07 restringe as opções de canais consagrados de programação no nosso país, tirando uma liberdade de escolha do consumidor. Está sendo criada, portanto, uma reserva de mercado, e não uma melhoria na qualidade da TV por assinatura e fomento eficaz à produção nacional.
Vale dizer que a TV por assinatura (que é um serviço privado) é complementar à TV aberta (que é um serviço público) e que já produz essencialmente conteúdo nacional de qualidade reconhecida mundialmente.
A proposta de cotas, portanto, além de representar uma interferência excessiva na TV por assinatura, vai na contramão da sua característica principal: que é dar ao assinante uma pluralidade de canais variados, como uma forma de opção à programação transmitida na TV aberta.
A aplicação de cotas remete a diversas experiências fracassadas anteriores, como por exemplo a reserva de mercado de informática e a obrigatoriedade de exibição de curtas-metragens nacionais – todas instituídas autoritariamente durante o regime militar no Brasil e felizmente revogadas na abertura democrática.
RETIRADA DE CANAIS CONSAGRADOS NA TV POR ASSINATURA
Canais já consagrados na TV por assinatura, que não possam cumprir os critérios do atual Projeto de Lei nº 29/07, ficam ameaçados de saírem dos pacotes oferecidos atualmente. Por exemplo, canais como o TNT, Sony, Warner, Eurochannel, Cartoon Network, National Geographic, Disney, MGM, Universal, FOX e muito mais.
DESPREZO AO ACERVO CULTURAL BRASILEIRO COM MAIS DE 5 ANOS
O atual Projeto de Lei nº 29/07 define que apenas produções nacionais com até 5 anos de realização serão válidas para fins de cálculo das cotas.
Trata-se de um flagrante desprestígio a filmes clássicos nacionais, como “Central do Brasil” (produzido em 1998, premiado com o Urso de Ouro do Festival de Berlim e nomeado ao Oscar em 1999) e “Carandirú” (2003). Com este critério, o filme “Tropa de Elite” (2007), que teve grande repercussão nacional e internacional (ganhando o prestigiado Urso de Ouro do Festival de Berlim) estará fora do enquadramento das cotas já em 2012!
Basta ser recente, não precisa ser bom? Em outras palavras, esse projeto de lei despreza a qualidade do conteúdo audiovisual, se preocupando apenas com sua data de produção. É esta a proteção e a valorização à cultura nacional que queremos implementar no nosso país?
A incoerência deste projeto de lei não termina por aí. Imaginem um filme produzido no Brasil por uma empresa espanhola com atores brasileiros, figurinos brasileiros, contando uma história folclórica do nordeste brasileiro. Você acha que esse filme é um conteúdo nacional? De acordo com a redação do atual Projeto de Lei n° 29/07, esse filme não é nacional! Pasmem. A definição de conteúdo nacional deste projeto de lei está “despatriando” as nossas histórias. É como dizer que um carro fabricado no Brasil pela Fiat não é brasileiro.
A AMEAÇA DE UM FUTURO CHEIO DE REPRISES
Como a demanda para preencher a programação dos canais é gigantesca – basta considerar que para consolidar 24 horas de uma grade é necessária a exibição de pelo menos 12 programas por dia – num primeiro momento é certo que o índice de reapresentações irá aumentar consideravelmente.
Quem se recorda da cota de telas e da imposição de curtas metragens nas salas de cinema certamente sabe o que isto pode significar: reprises e mais reprises!
Como as cotas privilegiam quantidade e não qualidade, desconsiderando seus próprios méritos em favor de sua origem, corremos o risco de assistir a reprises intermináveis de programas de gosto duvidoso.
FLERTE COM A CENSURA E CONTROLE DA INFORMAÇÃO
De forma indireta, alguns Deputados Federais sinalizam a disposição de interferir na programação exibida nos veículos de comunicação do Brasil.
Hoje, as restrições da atual redação do Projeto Lei nº 29/07 estão baseadas na definição de conteúdo nacional e na imposição de cotas. E amanhã? Qual será a base para definir restrições nos veículos de comunicação? Alinhamento político? Que outro critério poderia ser adotado a partir daí? E se a ameaça hoje é no conteúdo veiculado na TV por assinatura (que por princípio deveria ser uma escolha individual do assinante, já que não se trata de exibição em plataforma de regime público), o que impediria futuras restrições à Internet? À TV aberta? Aos celulares? Aos telefones?
A MENSALIDADE DOS ASSINANTES VAI SUBIR
As cotas representam um alto custo adicional na cadeia de TV por assinatura. A adequação às cotas sugeridas no atual Projeto de Lei n° 29/07 representa um aumento anual de 80% nas despesas do consumidor com serviço de TV por assinatura. Ou seja, segundo um estudo* encomendado pela ABPTA (Associação Brasileira de Programadores de TV por Assinatura) ao Instituto Pezco de Pesquisa e Consultoria, o serviço passará a ser inacessível a milhares de brasileiros que hoje são assinantes e reduz drasticamente a possibilidade desse serviço ser universalizado no Brasil.
*Informação obtida do estudo econômico “Impactos Econômicos das Cotas e Desestímulo ao Capital Estrangeiro no Mercado Brasileiro de Televisão por Assinatura” elaborado pela Instituto Pezco de Pesquisa e Consultoria, em fevereiro de 2008, para ABPTA (Associação Brasileira de Programadores de TV por Assinatura).
AUMENTO DE IMPOSTOS
Além desta despesa mencionada acima, obrigando a TV por assinatura a remunerar a TV aberta pela retransmissão de seu sinal público, a atual versão do Projeto de Lei nº 29/07 cria mais uma tributação: a contribuição para o fomento do audiovisual. O governo já dispõe de várias fontes que poderiam ser utilizados para este fim, como o FUST (contribuição esta criada para viabilizar o dever legal das concessionárias públicas de universalizar a telefonia fixa) que conta com mais de R$ 5 bilhões em caixa recolhidos entre empresas de telefonia e TV por assinatura. Estes recursos poderiam ser utilizados para estimular a produção nacional, mas até o momento não tiveram qualquer aplicação concreta.
CANAIS NACIONAIS FORA DO CÁLCULO DAS COTAS
Em sua nova versão, o Projeto de Lei n° 29/07 estipula que determinados canais estão excluídos do cumprimento da cota de conteúdo nacional, como os canais essencialmente jornalísticos, esportivos, religiosos, políticos, além de todos os canais abertos e obrigatórios (denominados “Must Carry”, como TV Senado, TV Câmara, TV Escola, Futura, TV Justiça e outros). Ou seja, toda programação exibida nestes canais está fora da base de cálculo estipulada, mesmo que seu conteúdo seja nacional!
Da forma como está redigido, este projeto de lei desconsidera todo conteúdo apresentado na TV aberta – cujo sinal será obrigatoriamente carregado pelas operadoras em todos os seus pacotes. E é tão absurdo que mesmo canais como GNT, Canal Brasil e Multishow (cuja sede é localizada no país e possui na uma programação essencialmente nacional) ficam sujeitos as cotas! O debate está apenas no começo, mas já começam a circular na imprensa informações distorcidas. Para esclarecer vários pontos polêmicos, navegue em nosso site e conheça todos os pontos desta polêmica.
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“Estamos de olho” como já diz aquele velho bordão do Fantástico. XD
Thiago,
Há muita manipulação de informações por trás da campanha contra o Projeto de Lei que tramita no Congresso Brasileiro. A campanha é orquestrada pela Sky (News Co, Fox, Murdoch) e pela ABPTA (programadores internacionais). O “estudo” – uma peça de propaganda sem fundamentação – que vc se refere foi encomendado por esses dois, interessados até a medula em derrubar o projeto.
Ao que parece, tem apoio da Globo. Fiz um blog para discutir o tema.
http://www.cotastvpaga.blogspot.com
Há um post exclusivo sobre a campanha:
http://cotastvpaga.blogspot.com/2008/03/liberdade-na-tv-uma-campanha-enganadora.html
Entre lá, vamos discutir, com base nos fatos, e não na manipulação. abraços, João
Mandei a seguinte mensagem para os deputados, Jorge Bittar e Luiza
Erundina>
Eu não quero e não vou assistir programas medíocres, filmes idiotas, se está lei passar eu simplesmente vou desligar a minha TV por assinatura, já basta ter que assistir esta porcaria de televisão Globo, Record, Bandeirantes, Redetv que só passa Domingão do Faustão, Pânico na TV, filmes idiotas e reprises semanais, aos quais não assisto e mantenho a minha TV desligada.
Os filmes nacionais são uma porcaria e não me vejo na obrigação de assistir mediocridade.
Espero que os nobres deputados que aprovarem esta lei se divirtam assistindo o filme Casseta e Planeta (dezenas de vezes por semana) e outras pérolas da genialidade nacional, EU ESTOU FORA.
Claro que há. Claro que a campanha feita pela ABPTA também é manipuladora, todos tem seus lados. Mas eu acho que quem perde com esse projeto aprovado são os assinantes. Eu mesmo acho que quanto menos programa brasileiro na TV por assinatura melhor. Eu assino sky justamente para assistir programas estrangeiros. Não me interesso por cotas nacionais ou mais programas nacionais. Assim como acho que controles assim só pioram a liberdade na TV. Acredito que se o governo quissesse melhorar a TV por assinatura deveria se preocupar com outros fatores, como a gritante reprises de programas nos canais ou a descaterização de canais como o boomerang ou o descaso do cartoon network (naquele comercial “nós fazemos o que queremos” ou no reprise 3 vezes ao dia) e outro problemas que a TV por assinatura tem…. não acho que o problema dela seja falta de programação brasileira…
penso como adalberto…. eu pouco me lixo para conteudo nacional…. quero criatividade e programas de qualidade… coisa que acho as pilhas na programação americana… porque assistir caminhos do coração (tv record) se posso assistir heroes (universal channel) ? cotas são imbecis….querer controlar a TV assim é perigoso e sempre foi… que se faça regras para os problemas atuais e não ficarem inventando de que precisamos de mais programas brasileiros. a tv aberta tem tantos problemas…