Se você é um gamer lá do finalzinho da década de 80, certamente já não é mais criança ou um adolescente, mas um adulto. Com 20 e poucos anos para mais. Já passou por muitos momentos maravilhosos nesse mundinho virtual. Cresceu com ele e vivenciou momentos fantásticos ao lado de dezenas de games né?
Isso porque existe aqueles momentos em alguns games que marcam a nossa memória. Seja o final de um game ou determinado chefe ou trecho de fase. Eu tenho alguns momentos bacanas da antiga era dos videogames. O final de Super Mario World com o Bowser naquela navinha que se tornou clássica (imagem acima). A fase das motocas de Batteltoads. O destino de Geno no fim de Super Mario RPG. A batalha contra o Dragão esqueleto no final daquele poço em Paper Mario. Final Fantasy VIII (sim, eu joguei ele antes do 7, natural que tenha gostado mais dele, já que foi um dos meus primeiros contatos com FF e as belíssimas CGs da era Psone). A chave de Gelo em Banjo-Kazooie. O final com o pai de Fox em Star Fox 64. Luigi berrando “Mario” em Luigi Mansion, entre outras coisas que acabam marcando a trajetória de quem joga faz mais de 1 década.
Mas quando crescemos, fica mais díficil ser arrebatado por estes momentos. É mais difícil achar um momento que nos marque. Ou um momento que cause total imersão no game. Já temos uma bagagem grande, já vimos quase tudo. Assim pelo menos eu penso. Ontem fui pego de supresa ao me ver 1 hora submerso no imaginário de Blue Dragon, do Xbox 360. Mais um daqueles momentos que eu, felizmente, não esquecerei.
E agora eu vou contar um pouco do que aconteceu e por isso spoilers sobre o final do segundo disco vão rolar. Se você não quer saber, sua leitura termina por aqui ok?
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Blue Dragon pelo conjunto da obra não é marcante. O jogo em si tem sérios problemas. Principalmente em termos de enredo. A história demora a alavancar e a coisa fica realmente interessante no segundo disco. O sistema de gameplay desse RPG também não é dos mais agradáveis ao público gamer dos dias de hoje pois segue um esquema arcaico, porém clássico: Batlhas por Turnos. Eu me interessei por ele exatamente por ser assim, não sou chegado em Action-RPGs e por isso estou matando a saudades do antigo sistema por turnos.
Mas não estou aqui para avaliar a qualidade do game por um todo, mas para dizer que existe um trecho dele que me arrebatou e me fez ficar totalmente imerso enquanto não termina-lo. E isso acontece no final do segundo disco e foi realmente uma sacana bacana dos produtores e que realmente não vejo mais isso nos games atuais.
Lá pelo meio do disco, os 5 heróis do game são presos pelo vilão do mesmo. História vai e história vem, 4 deles conseguem fugir, mas o 5º, a personagem Kluke não. Começa então uma corrida contra o tempo para salvar a menina. Tudo no jogo ajuda a aumentar a aflição de salvá-la.
Quando todo mundo escapa da prisão, começa uma perseguição contra um robo gigante que não dá resultados, depois disso os 4 protagonistas acabam presos numa cidade que está isolada do mundo por uma barreira mágica. Quem entra não consegue sair. Claro que o jogador vai investigar e descobrirá uma maneira de derrubar tal barreira. Tudo isso é bem normal e não tem nada de mais, mas corrobora com o fim, pois é mais tempo que o jogador passa sem a personagem sequestrada e mais aflitos os personagens na história ficam.
Quanto os protagonistas encontram novamente Kluke e o vilão, começa o climax de fim do segundo disco e eu me perco entre o real e a fantasia e passo a dar total atenção ao game. Kluke tem uma coléria que irá explodir em 60 Minutos. O mecanisco que desliga a coleria está em posse do vilão e que está dentro de uma espécie de Estrela da Morte (plagiado de Star Wars).
O jogo tem animações em CG muito legais e tensas nessa parte e quando a história termina, o game joga o controle na sua mão e um contador de 60 minutos aparece na tela. Pronto, hipnotizei… 60 minutos em que o mundo parou de rodar e eu entrei definitivamente no clima do game.
São 4 andares. Inimigos em todos os andares e alguns baús que valem a pena serem investigados, pois contém magias. Todos os andares tem chefes bacanas.
Não que seja difícil. Não é. Mas é agonizante aquele contador na tela, diminuindo a cada inimigo comum que você deveria desviar mas não consegue. O primeiro chefe é um Land Shark, que aparece no primeiro minuto do game e não dá para ver por inteiro. O jogo mostra ele por total aqui. O segundo chefe é um chefe em 5 partes e aqui tive aqueles momentos clássicos de RPGs onde não adianta eu ficar revivendo quem caui, primeiro preciso diminuir o número de inimigos do outro lado. Durante estes 60 minutos, tive que reviver Kluke 3 vezes, já que como fiquei sem jogar com ela um trecho do game, ela é a mais fraca do time. É sempre agonizante ver aquele personagem morto. O terceiro chefe é um mini-game com lasers e as luas. Também não é segredo, mas mesmo assim nessa tensão de terminar esse trecho em 60 minutos, o pique é alto. O 4º andar eu fui pego por praticamente todo os inimigos do andar, isso porque queria porque queria abrir os últimos baús e o contador em 19-16 minutos estava me dando nos nervos. XD
Mas o último chefe não foi nada de difícil. Valeu o finalzinho do segundo disco. Zola, uma dos 5 protagonistas do game, fica para trás. E uma reviravolta ocorre, o colar não serve para explodir cabeças, mas para sugar a magia. Os 4 protagonistas acabam perdendo em tese a magia, o vilão se apodera dela e ganha poderes de arrepiar. Numa última tentativa Shu salva todo mundo através do Dragão que dá nome ao game.
Fim do disco 2.
Para quem é viciado e jogo tudo quanto é tipo de RPG, isso não é nada demais. Porém, eu não sou assim. Não consigo jogar tanto RPG quanto ao gostaria. A vida adulta não me permite ficar tanto tempo quanto eu gostaria jogando videogames. São raros os momentos em que na pressa da rotina cotidiana, eu paro e entro no mundo de fantasia de um game.
Essa estratégia de Blue Dragon de colocar um contador de 60 minutos para atravessar 4 andares e 4 chefes fez isso. Eu queria vencer no tempo mais rápido possível, queria ver o desfeche dessa história e queria ver como finalmente terminaria o segundo disco do game.
São pequenas coisas que no conjunto e somado ao meu estado de espírito, garantiram que Blue Dragon provavelmente ficará marcado na minha memória junto com outros bons momentos de jogatina que só alguns games conseguiram fazer comigo.
E você? Tem algum bom momento de imersão de algum jogo ultimamente?