Certamente estou muito atrasado. A série Jericho surgiu na temporada 2006/2007. Chegou em DVD no Brasil já faz um bom tempo, tanto que a sua 2ª temporada foi lançada mês passado. Porém certas séries não caem no esquecimento tão fácil e creio que ainda há muitos que não assistiram a série.
Então, mesmo sobre o risco de parecer já ultrapassado, vou assim mesmo recomendar que vocês assistam Jericho. A premissa da série é ótima: 15 bombas nucleares explodiram nos Estados Unidos e tudo isso será narrado e mostrado sobre o prisma de uma pequena cidade do Kansas chamada Jericho!
Não quero contar muito para não estragar certas surpresas de quem nunca viu a série. Digo que vale a pena ver uma série onde mostra a maior nação do mundo derrotada por um inimigo que supostamente é sim invisível. O mais agonizante é mostrar uma cidade de interior tentando sobreviver a isso. O que você faria sabendo que vários bombas nucleares explodiram nas maiores capitais da nação? Arriscaria sua vida para sair da cidade? Ficaria nela aguardando que o governo viesse ao resgate?
Claro que a série tem suas frequentes falhas e gafes. Lá pelo meio dela, o rumo e foco se perde um pouco para destrinchar mais as personalidades dos habitantes e expandir um pouco mais o mundo de Jericho, mas isso é compensado pelo fim em clima de “ou eles ou nós” (da forma mais abrangente possível para não revelar nada mais).
Alias Jericho foi exibido pelo AXN no Brasil, mas aparentemente já saiu de sua programação. Li alguma coisa sobre a série ter sido comprada pela SBT algum tempo atrás, mas não vejo TV aberta, então sei lá se passou ou não. A melhor forma de assistir mesmo acaba sendo a Internet ou o DVD, para quem pode comprar. O primeiro ano tem 22 episódios.
O clima de realismo em determinados momentos realmente impressiona. Seria possível derrubar os EUA se Washington fosse destruída? O que é uma nação sem seu presidente? Até quanto é possível estressar o país a ponto de uma ruptura? Tudo isso não chega a ser o cenário principal de Jericho, mas está ali, pelas bordas, forçando a reflexão. Mais ainda é o estudo do social, como nós, cidadãos comuns, passaríamos por uma situação assim?
Para quem já se cansou de séries sobre advogados, polícias que resolvem um crime por episódio, ou aqueles adolescentes ricos e suas disputas amorosas, acho que vale a pena ver algo um pouco fora do comum.
Havia altas expectativas quando a série foi ao ar nos EUA. Infelizmente, como o roteiro se perde no meio do show, o público também se perdeu. Em tempos de séries como Lost, 24 Horas e Heroes, onde perder um capítulo significa ficar zonzo por acontecimentos perdidos, o público acabou largando mão de Jericho e não voltou para seu fim. talvez seja estranho ver uma série que mostra seu país sendo massacrado por terroristas…
O caso é que de 12 milhões, apenas 7 acabaram vendo o fim do primeiro ano. A série foi cancelada, os fãs choraram, e ganharam um segundo ano com apenas 7 episódios.
Se valeu a pena eu não sei. Acabei de comprar a 2ª temporada no Submarino e espero ansiosamente. É pouco mas é melhor que nada. O segundo ano fechou com um público de cerca de 6 milhões. Muito baixo e ainda com a porcaria da greve dos roteiristas na temporada de 2007/2008, não havia a menor chance de retorno para Jericho.
A temporada de 2008/2009 já não é mais mistério ao público americano. Jericho não está na grade. Oficialmente cancelada. Porém ainda há fãs brigando pelo retornou ou pela compra da série por algum canal pago (que tem índices de audiência bem mais modestos). Não me surpreenderia se conforme a safra deste ano não se sair bem, se não seria possível que Jericho retornasse em 2009/2010. Os fãs ainda existem e persistem pelo retorno. As vendas em DVD muitas vezes falam alto a longo prazo.
Independente disso, o show retornando ou não, é um cenário apocalíptico que vale a pena assistir se você tiver a oportunidade. Fica aí a recomendação. Encerro esse post com uma propaganda do canal que exibiu a série nos EUA e mostrando atrás a nova bandeira americana. Quando eu vi ela na série, senti um calafrio. Impossível não se arrepiar com um cenário assim, mesmo que fictício…