“Início dos anos noventa. Passando suas férias no Nordeste brasileiro, o invocado mutante conhecido como Wolverine acaba se envolvendo numa conspiração envolvendo criminosos, exploração de menores e os moradores das favelas de Fortaleza. Ele descobre que também há vários mutantes na região, incluindo um perigoso mutante capaz de absorver poderes. Logan quer levar o jovem para a escola de Xavier, mas isso não será nada fácil.”
Hã??? Wolverine no Brasil? Sim, quer saber mais sobre essa doideira? Clica em “Mais” meu chapa!
Essa é a premissa de Wolverine: Saudade, que está sendo publicada este mês nos Estados Unidos. Dessa vez, quem teve que esperar (e muito) foram os americanos.
Essa edição foi produzida especialmente para a Panini européia, sob o selo “Marvel Transatlantique”, e foi publicada na Europa em 2006. Chegou ao Brasil em Fevereiro de 2007 pela Panini brasileira, na revista Marvel Graphic Novel #1. Eu comprei duas edições, uma para ler e outra para guardar.
Na equipe criativa, temos os roteiros do célebre escritor francês Jean-David Morvan, enquanto a arte ficou a cargo do seu compatriota Phlippe Buchet, sendo esse o primeiro grande trabalho de destaque da dupla, que desde então se tornaram parceiros em várias outras histórias .
Tudo começou em 2004, com a Panini procurando Jean-David para o projeto de lançar quadrinhos exclusivos da editora européia com personagens Marvel. Na época, como a dupla estava trabalhando no título Wake, o projeto da Panini demorou a engrenar. Somente quando o editor Olivier Jalabert foi confirmado no título a coisa deslanchou, formando um trio criativo e entrosado.
Vale lembrar que não é a primeira vez que recebemos a visita de Logan. A primeira vez foi em Wolverine: Rio de Sangue (Wolverine: Black Rio, no original), publicada em 1998 nos Estados Unidos pela Marvel e que chegou aqui só em 2001, pela Pandora Books, que na época trabalhava com títulos da Panini. Nessa história, escrita por um iniciante Joe Casey e (mal) desenhada por Oscar Jimenez, Wolverine desembarca no Rio de Janeiro em pleno Carnaval para visitar um velho amigo, o policial Antonio Vargas, mas acaba se envolvendo junto com ele em uma investigação sobre uma onda de estranhos assassinatos. Logan descobre que os assassinatos não foram cometidos por vampiros, como seu amigo imaginava, foram causados por Cyrus Leviticus, um homem que possui um simbionte alienígena em seu corpo, e que precisa matar 100 mil pessoas para restaurar todos os seus poderes. O mais curioso dessa história é que segundo ela Logan trabalhou numa boate (Devil’s Grill) daqui anos antes de se tornar um X-man! Essa história mostra um Rio de Janeiro bem diferente, nota-se claramente durante a leitura que Joe Casey não fez a lição de casa. Não que Saudade não tenha seus próprios erros, mas são bem menos gritantes daqueles que vemos em Rio de Sangue.
De qualquer forma, Logan, quando bater aquela saudade de nós novamente, seja bem-vindo para puxar uma cadeira e tomar umas Brahmas!