Crash Mind Over Mutant | Repetindo a fórmula do game anterior (Impressões)

Crash Bandicoot já passou por muitos games, muitos consoles e dezenas de reformulações na tentativa de resgatar o prestígio que tinha quando foi criado em 1996. Apesar de muitas contradições, Crash of the Titans do ano passado agradou muitos gamers. Não chegou a se tornar um game do primeiro escalão, como Mario Galaxy ou Ratchet & Clank, entretanto foi uma aventura divertida e não podemos dizer é que um game que ficou na pilha do lixo. Tanto que um novo game foi desenvolvido, utilizando a mesma fórmula.

Apesar das intenções parecerem boas, não adianta apenas tê-la… saiba mais lendo o restante da análise após o “mais”:

Dados Técnicos
Plataforma analisada:
Xbox 360
Players: 1-2 Players [off-line] Desenvolvedora: Radical Ent.
Distribuidora: Activision Blizzard
Lançamento: 07/Out/2008

Uma segunda vez não tão boa quanto a primeira…

Reciclagem… é isso que dá para concluir ao terminar o game Crash Mind Over Mutant. O game de 2007 foi bacana e trouxe muitos novos elementos a fórmula e ainda tinha um visual agradável, devido aos processadores de gráficos da geração atual. Pensando nisso é normal que uma nova continuação fosse planejada. Infelizmente faltou talento no time que desenvolveu o game para faze-lo tão divertido quanto o game anterior.

Primeiro é que a história é manjada demais. Dr. Cortex fará uma nova tentativa de dominar os mutantes da Ilha onde Crash vive, o herói descobre isso e percorre mundos para encontrar o vilão e derrotá-lo. Pronto.

As novidades aqui não são muitas, a impressão que se tem é que o game foi desenvolvido o mais rápido possível para ainda pegar a onda da fama do primeiro, que mesmo não sendo um grande game, fez seu sucesso relativo. Agora as fases não são divididas num menu, mas estão num mundo em aberto. Péssima decisão já que isso faz com que o jogador volte a lugares que já esteve antes só para acessar novas áreas. Os bonecos Voodoo do game anterior estão de volta, mas desta vez estão espalhados pelos mundos e são bem menos interessante do que o game anterior. Os monstros são reciclados também, apesar de haver alguns novo.

Outra coisa que muitos gostaram no anterior foi o multiplayer off-line cooperativo. Ele está de volta neste game, porém ao invés de ser uma xerox de Crash como no primeiro, o segundo jogador controlará Coco, a irmã do personagem. Particularmente eu achava mais engraçado a idéia de uma versão “xerocada”. Não senti vontade de testar tal modo no novo game, talvez pelo fato de que os cenários e toda a dimensão do mundo aqui parece menor. Não sei, o visual e os detalhes do primeiro games pareciam grandes, eram áreas grandes o bastante para não atrapalhar-se com o fato de 2 personagens na mesma tela. No novo game é tudo bem apertadinho e com certeza incomoda o multiplayer.

Também não houve muita criatividade na criação dos mundos. Floresta, deserto, caverna e gelo. O jogo é composto basicamente apenas disso. E até dá para perceber que existem cenários que foram extremamente mal aproveitados como a escola de Nina, a filha de Cortex, que é incrivelmente curta. Até mesmo os chefes monstros que tem um visual diferente dos monstros regulares, não parece fazer sentido algum para existirem. Nem uma conquista ao caçá-los o jogador ganhar.

Quanto ao fator Replay, está muito pior do que o game anterior, pois se ficou algo para traz, bastava entrar na fase e jogá-la de novo. Aqui por ser um jogo com mundo aberto é fácil se perder e esquecer o local daquele puzzle que precisava de um outro monstro e haja paciência para ficar passeando por lugares que você jogou vezes demais na aventura principal.

Nem mesmo o nível de dificuldade assusta. Joguei no mais difícil e ainda assim era raro morrer.

Replay piorado, Gráficos mal utilizados e reciclados. Falta comentar som e jogabilidade. Mas a verdade é que também são atributos que não chamam atenção alguma e apenas cumprem seu papel.

A única esperança do jogador pode ficar mesmo nos monstros do game em que Crash controla. Sim, ainda é divertido controlá-los. São vários e cada um com poderes distintos e é provável que você passe mais tempo controlando mosntros do que jogando apenas com Crash. Mesmo assim para quem jogou o game anterior, a diversão é quase nula já que todos os outros elementos do game fazem de tudo para não tornar a aventura enfadonha.

Acertos e Furadas!

 * O modo escolhido pelos desenvolvedores para contar a história do game foi bem pensada. São várias animações, cada uma em um tipo de formato animado. Temos desenho em preto e branco, em forma de anime, em um estilo que lembra South Park e por aí vai. Isso não quer dizer que a história é excelente, mas as animações arrancam um sorriso do jogador com certeza.

 * Mind Over Mutant nasceu do recente sucesso Crash of the Titans obviamente. Pena que os desenvolvedores não conseguiram dar um real motivo para a continuação existir. Até o formado de fases, num mundo aberto não convence e pelo contrário, torna o ritmo do game mais chato, já que obriga o jogador a passar por caminhos iguais por por diversas vezes O formato de level separados do game anterior agradava muito mais.

 * Uma novidade no novo game e que se encaixou perfeitamente no estilo dele é a opção de pocket monster, ou seja, agora Crash pode guardar um monstro e utilizar um outro ou ficar apenas a pé. É uma ferramenta útil, pois existem certos puzzles que só são executados com determinado monstro, porém até chegar em tal local, o monstro já pode ter sido derrotado. A solução é guardá-lo para quando for preciso.

 * Não há motivo algum para que fosse repetido vários monstros do primeiro game. Claro, que existem novos monstros, porém você vai usar em 80% do game os velhos monstros do primeiro game. Reciclagem barata e que só serviu para empobrecer o game.

Finalizando…

Enfim, Crash Mind Over Mutant falha em dezenas de aspectos e não chega a ser tão interessante como seu jogo anterior. Faltou criatividade e originalidade. Já passou a época em que as continuações eram apenas cópias inferiores de seus games. O segundo game merecia um tratamento muito melhor e muito mais coisas novas do que uma reciclagem descarada do primeiro game. Muito melhor ir numa locadora e alugar o primeiro se você não jogou. Agora se você jogou o primeiro, melhor esperar a próxima reformulação do personagem. Este aqui é decepcionante em vários aspectos.

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