Warning! Warning!
Risco de Spoiler! Se você é alérgico, não continue!
A ignorância versus sabedoria.
Este foi o impacto que tive ao assistir “O dia em que a Terra parou”, ontem, nos cinema. O que acontece com o ser humano quando ele tropeça no desconhecido? É aquela velha história do “Eu atiro primeiro, e depois pergunto”.
Logo no primeiro momento do filme, um objeto espacial chega a Terra. E o filme começa a criar separações de classes. Temos em volta do objeto cientistas tentando fazer contato com a criatura pacificamente e os soldados do exército americano apontando centenas de armas para o tal ser. Não preciso dizer que um soldado retardado acaba disparando na criatura preciso? E o filme continua a partir deste ponto a criar o conflito cientistas/sabedoria contra governo/ignorância.
A sociedade hoje em dia é composta a maior parte por pessoas que realmente não param e pensam como resolver um conflito sem violência. Somos seres que reagimos exageradamente com violência a situações onde bastaria conversar. O ET/Keanu Reeves/Neo não demostra agressividade em momento algum enquanto está preso. Pede para falar com os representantes da Terra. Calmamente. E mesmo assim, o prendem, tentam dopar e interrogá-lo da pior maneira possível. Muito civilizados nós somos.
O filme tem esse clichê inteligênte. Klatus, o nome do alienigena no filme, não está lá para destruir o planeta, mas impedir que nós o façamos. E mesmo assim respondemos a ele com misséis, tiros e ignorância.
Keanu Reeves representa um papel que ele faz bem. O cara sem sentimentos, a la Neo de Matrix, fodão e que não faz muitas caras e bocas. Jennifer Connelly está ali, como a cientista que acredita que conversar dará melhores resultados do que chegar chutando bundas. O filho de Will Smith, Jaden Smith, está irritante, mas acho que era esse o papel da criança no filme, mostrar que a próxima geração também tende a atirar primeiro e perguntar depois. John Cleese, o personagem ganhador do premio Nobel tem a melhor cena do filme, onde Klatus realmente sente que existem pessoas que entendem o que é preciso para mudar o mundo.
A ameaça de extinção da raça humana vem através de um Robô gigante formado por cupins espaciais que devoram tudo. Uau, mais sci-fi que isso impossível. Mas é ótimo, pois passa aquela sensação de que os humanos abriram a caixa de pandora ao ficarem cutucando o Robô quando Klatus deixa bem claro que ele só reage quando há violência por perto. Nós cutucamos uma colméia, o que mais podíamos querer?
A única coisa lamentável é o final do filme. Klatus passa por toda essa experiência e entendimento da raça humana e no fim somente Jennifer Connelly recebe a mensagem? Como se ela sozinha fosse mesmo mudar o mundo. Utopia impossível. Mas e a mensagem de fim de mundo? OK, mas desde quando entendemos o que está implícito nas coisas… raça ignorante, dã.
Não sei, o fim do filme é amplo demais. Dá impressão que ele veio, deu um tiro de advertência, não disse porque veio [disse apenas para a cientista bonitinha], e foi embora.