Uma Homenagem a Street Fighter
30 de agosto de 1987. Mas o que tem de mais nesse dia? Esse simples dia foi o início de uma revolução na industria dos games, embora, percebia apenas ano mais tarde, em 1991. Da para perceber agora não é? Esse 30 de agosto foi o dia do lançamento de Street Fighter. O primeirão, que pouquíssima gente jogou, mas marcou o começo do que chamamos de hardcore gaming, e também da verdadeira geração dos jogos de luta.
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A primeira e esquecida versão
Street Fighter não foi o primeiro jogo de luta, esse cargo pertence a “The Way of Exploding Fist”, que nem vou entrar no mérito porque nem era vivo nessa época (assim como não era na época do primeiro Street Fighter, mas já joguei muito ele, mesmo assim).A primeira investida na Capcom era básicamente a mesma da segunda e tão amada versão (dois lutadores em um plano bidimensional caindo na porrada um com o outro). No Street Fighter, havia um direcional e apenas um botão, com o qual o personagem desferia chutes e socos de acordo com a força aplicada (aqueles caras que fazem Iron Man deveriam matar em 1 hit) Só se podia utilizar Ryu, ou Ken como o segundo player. Todo o resto podia ser controlado apenas pela CPS-1, a placa utilizada para a execução do jogo.O jogo, mesmo sem um sucesso aceitável, recebeu um port para o Turbografx-CD.
Após muitas máquinas quebradas, o jogo foi revisado e entrou no conceito base utilizado hoje em dia, 6 botões, 3 para socos e mais 3 para chutes, alternando se em fraco, médio e forte. O problema agora era a dificuldade encontrada pelos jogadores, já que estavam acostumados a apertar apenas um botão em árcades. Mesmo após o fracasso inicial, a empresa japonesa conseguiu verba para uma continuação.
O Round 2 inesquecível
E que continuação hein? Street Fighter II: World Warrior, lançado 4 anos depois, em 1991, mostrou o que eram os jogos de porrada 1 contra 1 ao mundo, e rapidamente virou febre, mesmo com poucas alterações em relação a jogabilidade de seu antecessor. As grandes novidades na época era o fato do jogador poder utilizar um personagem a sua escolha (cada um com seu estilo próprio de luta e armações de golpes diferentes), o que já foi um marco na época, poder utilizar uma garota nas contendas (Chun-Li, e depois Cammy também). Entre evoluções na jogabilidade, houve apenas uma importante: os personagens estavam mais rápidos, o que dava maior emoção e diversão nas lutas. Após a estréia em 91, Street Fighter II recebeu 5 expansões (parecia até The Sims) fora as suas versões extra como Street Fighter II: Rodoviária Special Edition e Street Fighter II: Coca do boteco do Zé no joystick. As devidas expansões oficiais eram:
1. Street Fighter II”: Champion Edition (adicionou os 4 chefes para serem utilizados, permite o uso de reversals, e deixa os oponentes escolherme o mesmo personagem)
2. Street Fighter II” Turbo: Hyper Fighting (com velocidade elevada, golpes extras e diferentes cores para a seleção de personagens)
3. Super Street Fighter II: The New Chalangers ( agora sem “aspas” e com a nova placa CPS-2, que permitiu a adição de novos personagens, melhorias gráficas e na jogabilidade)
4. Super Street Fighter II: Turbo (introduziu os Super Moves, e a sua barra. Novamente a velocidade aumentou e permitiu combos aéreos e a defesa de “grabs”)
5. Hyper Street Fighter II:The Aniversary Edition (edição dos 15 anos de Street Fighter, é basicamente SSF II: Turbo com a possibilidade de usar qualquer personagem)
Por aí a fora, nas Boteco Editions, traziam personagens “geneticamente” modificados, como um Guile com sequencias de Sonic Boom, e outras bizarrices, como Zangief teleportando através de sombras para executar um especial. Street Fighter II reinou durante muitos anos como o melhor jogo de luta, e é considerado por alguns até hoje (talvez por isso tenha rendido o horrendo filme estrelado por Jean Cloude Van Damme, fora no mínimo um catálogo de 100 tipos diferentes de quinquilharias). Mas durante os seus 6 anos de transição da primeira edição de SF II até a primeira de SF III, Ryu, Ken e companhia soltaram muitos Hadoukens e Shoryukens em crossovers da Capcom, entre eles o famoso e amado por fãs: Marvel VS. Capcom . E outros com parceria com a SNK, antiga rival, montada pelos idealizadores de Street Fighter, sem contar o novo Tatsunoko VS. Capcom, lançado até agora só no Japão para árcades e Nintendo Wii.
Hadoukens extras com a barra de Super completa
Além dos Crossovers, foiram desenvolvidas 2 séries extras. A série Street Fighter Alpha (minha favorita), que possuía novos personagens (entre eles alguns de Final Fight, como Cody) e uma jogabilidade mais elevada e técnica, contando com 3 tipos diferentes de jogabilidade para cada personagem(A-ISM, X-ISM e V-ISM. Cada qual com suas características próprias) além de defesas aéreas e perfumarias, como quando Veja perdia sua máscara além das garras, quando tomava um combo com certo número de hits). A série Alpha também foi desenvolvida com um novo estilo gráfico, puxando mais para o lado anime (mais um motivo parar essa série ser a minha favorita).O engraçado, é que Alpha no Brasil recebeu o mesmo nome da versão japonesa (Zero) e não o da versão americana, embora tenham sido poucos as máquinas oficiais em território tupiniquim.
E também a série Street Fighter EX, que não foi produzida pela Capcom, mas sim por uma desenvolvedora chamada Arika (que é o nome do fundador da empresa, só que invertido), que conseguiu os direitos de uso da marca. Essa ultima foi feita completamente em 3D, e não chegou a ser ruim, só não era…er…Street Figher, uma vez que a Arika colocou vários elementos criados por ela na série. Não chega a ser comparável ao filme do Van Damme, mas conseguiu relativo sucesso como Street Fighter I, sendo que rendeu duas continuações,a primeira que é basicamente um mais do mesmo, e a segunda que instituiu os Tags em SF (sem ser um crossover), se encontrar uma das raras cópias hoje em dia em algum lugar, até que vale uma conferida, nem que seja para conhecer.
O Retorno do Rei que ninguém viu
Após anos de especulação e nenhuma confirmação, em 1997 surgiu Street Fighter III: The New Generation, estrelado pelo novato, e ex-campeão de luta livre Alex e elogiado até hoje como o jogo mais técnico e competitivo, não só da franquia, mas de todos os jogos de luta. Infelizmente, poucos o jogaram também, visto que quando ocorreu o lançamento, os árcades já estavam em declínio subto no Ocidente, e o jogo tardou para receber uma versão caseira. Em SF III, a jogabilidade recebeu toques exelentes para os jogadores experientes, como o sistema de Parries (aperte para frente no exato momento em que o golpe atinge o seu personagem e ele executará uma defesa perfeita, sem dano algum, e com possibilidade de um rápido e doloroso contra-ataque)e a possibilidade de escolher apenas uma entre 3 Super Arts diferentes para cada personagem. Além dos gráficos e animações exelentes, devido ao poder sem discussão da placa CPS-3. O que mais estranhou os jogadores que aproveitaram a versão foi a permanência de apenas Ryu e Ken, vindos de Street Fighter II, apesar de que isso tenha sido completamente normal, já que só eles se mantiveram de Street Fighter I para Street Fighter II, mas como ninguém jogou o primeiro, ninguém notou diferença alguma. Street Fighter III também recebeu novas edições com o tempo, que o levaram ao jogo de luta supremo. Essas expansões foram:
1. Street Fighter III: Second Impact (que adicionou Akuma, Hugo, Urien e a separação de Yun e Yang. E também a volta dos famosos Bonus Stages e algumas revisões na jogabilidade
2. Street Fighter III: 3rd Strike (trouxe Chun-li de volta na terra dos sopapos, junto de Makoto, Q, Remy e Twelve. Também foram adicionados novas alterações na jogabilidade e cenários e músicas completamente novas, junto de um tema hip-hop)
A evolução do Retrô
O mundo todo foi pego de surpresa, quando, em 2007, no ano de comemoração de 20 anos de Street Fighter, a Capcom anunciou a quarta edição de um dos jogos mais famosos de todos os tempos. Street Fighter IV seria lançado, mesmo após a decisão de dar um fim à franquia após Street Fighter III, aos poucos as primeiras informações foram sendo reveladas com grande alvoroço de toda a comunidade gamer. SF IV marcaria um retorno às “origens”, com a volta de personagens clássicos como Dhalsim, Blanka, Zangief entre outros. E com uma jogabilidade mais amigável e menos técnica para agradar aos mais novos. Agora em fevereiro o já clássico foi lançado, contando com gráficos em 3D estilizados, mas com uma rápida jogabilidade 2D, inovando com o sistema de Focus Atacks, comandos rápidos de diversas intensidades (ao segurar os botões de soco e chute médio durante mais tempo) que são utilizados para contra-ataque, cancelamento de combos e emendas de novos combos e golpes especiais. Os Focus não representam uma grande variedade de estratégias como os parries de SF III, mas são mais fáceis de serem usados para os inexperientes, tornando a diferença entre um Top Player e um entusiasta novato da série bem menor (ou seja, eu poderei me tornar bom como Daigo em menos tempo que isso em SF III, ou quase… mas sonhar não deixa de ser bom não é?)
Infelizmente os Focus não chegam perto de ter a mesma eficácia dos seus primos distantes em 2D, pois só conseguem defender um golpe antes de contra-atacar, e dependendo do combo, isso se torna inútil devido a velocidade dos golpes.Vendo dessa forma faz Street Fighter IV parecer retrogrado na frente de Street Fighter III, mas assim ele aparenta ser um caminho mais lógico até para a história cronológica da série, visto que Street Fighter III se passa após IV ( mais detalhes um pouco mais na frente). Entre os novos especiais estão também os Ultra Combos, acrescidos de uma barra especial para eles. Essa barra se enche de acordo com os combos que são desferidos ao seu inimigo a você, quanto mais golpes, mais enche-se a barra, e assim você pode executar um comando relativamente simples (basicamente um super combo comum com dois botões extras, na maioria dos personagens)e desferir um golpe muitas vezes letal, como o de Akuma, que tira mais da metade da barra de vida do oponente.Marcam presença as animações em estilo anime, o que é um tanto estranho, já que as artworks marcam um estilo pintura e o gameplay é em SD.
Uma plástica bem vinda e necessária
Um pouco antes de Street Fighter IV ser lançado, mais precisamente em 25 e 26 de Novembro de 2008, foi liberado para compra pelas lojas Online Playstation Store (PS3) e Xbox Live Arcade (X360) o remake Super Street Fighter II Turbo High Definition Remix! (ô louco, nome grande de mais para um game sem densetsu no nome) Esse foi projetado em HD (duuuh) e foi balanceado nos mínimos detalhes por jogadores experts em SSF II: Turbo, sem contar os cuidadosamente bem feitos quadro-a-quadro sprites em resolução tamanho maracanã produzidos pela UDON (empresa que produz as artworks, mangás e outro tipos de imagem para séries da Capcom) para você jogar um clássico Online (sim sim sim, foi isso mesmo que eu disse, com partidas Online! E SEM LAG,ou quase isso. Eu não sei como ainda há donos de 360 e PS3 que ainda não possuem o jogo, principalmente os de PS3 que tem o método de compartilhamento de jogos via PSN) com estilo na TV LCD de 47″ do seu tio.
Traduções Brasileiras que todo o jogador já falou
Lá na época de SF II, onde a maioria dos leitores daqui do Portallos era pivete e matava aula no boteco do Zé, graças a CPS-1 e seu áudio ruim surgiram ótimas interpretações do nome dos golpes de alguns personagens, tais quais:
1. Tigger Robocop (Tiger Uppercut, que se tornou o nome de uma comunidade do Orkut)
2. Hamburger (Hadouken. Ouch! Essa doeu até no peito)
3. Ataque das Corujas (Tatsumaki Sampuu Kyaku)
4. Alexis Full(Sonic Boom, clássica)
5. Cuz-Cuz (Headbutt)
6. Macumba Vai(Yoga Fire, essa eu falava direto)
7. Macumba Vem(Yoga Flame, mas essa eu nem conhecia)
Há muitas outras interpretações por aí, mas o pior de tudo, é que se você acha uma máquina original (eu achei uma, a japonesa ainda!) você ainda vai escutar os Macumba Vai mesmo.
Curiosidades do mundo do “meia lua pra frente, soco”
Todas as versões da série são cheias de coisas extremamente curiosas, aqui são algumas delas:
1. O jogo se chamaria Final Fight 89′, mas como ficou muito diferente, uma nova série foi criada (algo corriqueiro na Capcom, diga-se de passagem)
2. A faixa vermelha de Ryu foi adotada apenas a partir de SF II
3. O nome do mestre de Ken e Ryu não é Shen Long, mas sim Gouken, e seu irmão é Akuma
4. O pai de Dan foi assasinado por Akuma
5. Shadaloo era para ser chamada de Shadowlaw, ou Shadollo ou até mesmo Shadolow
6. O nome protótipo para Zangief era Vodka Gobalsky
7. Birdie foi o único ser no mundo que fez o contrário de Michael Jackson. O grandalhão passou de branco (Street Fighter) para negro (Street Fighter Alpha)
8. Oro (Street Fighter III) tem 140 anos.
9. Em SF II no final de Zangief, aparece Mikhail Gorbachev, ex-presidente da antiga União Soviética, em Alpha ele é taxado com sendo da União Soviética, e em seu final é chamado de Ex-Presidente.
A última principalmente nos dá a chance de descobrir mais sobre o passado de Zangief e ainda a época que o jogo se passa, seria ele situado durante a Guerra Fria?
Os Reis da rua
Já foram eleitos os melhores jogadores de Street Fighter IV do japão. Para as pessoas que buscam videos no Youtube para ver as melhores partidas de SF alguns nomes serão famililiares, mas como a lista ainda é restrita ao japão, só tem ser vivo de olho puxado. Aqui então vai a lista dos 10 melhores jogadores de SF IV segundo a comunidade Shoryuken (maior fórum de Street Fighter do mundo):
1. Daigo Umehara
2. Ojisan Boy
3. Mago
4. Aaruefu
5. Shiro
6. Toki no Tobira
7. Tokidoki Nukinkusu ( o ser vivo que pronunciar de primeira ganha uma fichinha pra jogar Street no boteco)
8. Nemo (O próximo é o Wall-E. Ta bom, parei com piadinhas infames)
9. Joe
10. Katsuo
Possível Time Line da Série
Como todo bom jogo da Capcom, Street Fighter tem uma cronologia enrolada. Tentei situar todos eles em um contexto, mas não é nada oficial, só para constar (veja também que não há a série EX, pois a mesma não se encontra na cronologia oficial, até por que não foi feita pela Capcom):
1. Street Fighter
2. Street Fighter Alpha
3. Street Fighter Alpha 2
4. Street Fighter Alpha 3
5. Street Fighter II
6. Street Fighter IV
7. Street Fighter III
Ordem de Aparição
Já cheguei a falar que foi normal a troca de personagens de SF II para o III não? Para provar esse fato, aqui está a lista de entrada dos personagens por jogo (notem que Cody, Hugo e etc, não estão presentes por que são da série Final Fight e não propriamente Street Fighter. Maki vem do mangá criado para contar a história de sakura):
Street Fighter:
1. Ryu
2. Ken
3. Birdie
4. Eagle
5. Joe
6. Mike
7. Gen
8. Lee
9. Geki
10. Retsu
11. Adon
12. Sagat
Street Fighter II
1. Chun-Li
2. E. Honda
3. Blanka
4. Zangief
5. Guile
6. Dhalsim
7. Cammy
8. Dee Jay
9. Fei Long
10. T. Hawk
11. M.Bison
12. Balrog
13. Vega
14. Akuma
Street Fighter Alpha
1. Charlie
2. Dan
3. Juni
4. Juli
5. Karin
6. R. Mika
7. Rose
8. Sakura
Street Fighter III
1. Alex
2. Sean
3. Dudley
4. Ibuki
5. Necro
6. Oro
7. Elena
8. Yun
9. Yang
10. Makoto
11. Q
12. Remy
13. Twelve
14. Urien
15. Gill
Street Fighter IV
1. C. Viper
2. Abel
3. El Fuerte
4. Rufus
5. Seth
6. Gouken
Bem, é isso …
Espero que tenham gostado do texto ^^ Por fim ele ficou muito grande e cheio de curiosidades, algumas até já bem conhecidas, mas acho que todas valhem a pena de serem lembradas. Agora, deixem eu me retirar por que faz um tempinho que não solto uns shoryukens…