Esperei o segundo episódio de Fringe ser exibido esta semana para ver se a série não tinha alguma pegadinha de episódio piloto, para poder comentar sobre a série por aqui. Para quem ainda não sabe, Fringe, série de J.J.Abrams estreou semana passada no Warner Channel. Toda terça-feira, ás 22h, logo após Smallville.
Não é de hoje que dezenas de séries e produtores tentam beber da fórmula que Arquivo X consolidou por tantos e tantos anos. Já vi várias séries assim e digo que nenhuma delas conseguiu ser digno de poder ser mencionado como uma sucessora. Cópias e mais cópias, sem criatividade e originalidade. Sem personagens e personalidades. Sem uma trama que prenda o telespectador do primeiro ao último segundo de cada episódio. Fringe consegue ter tudo que outras não conseguiram. Se irá se desgastar durante este primeiro ano ou não, só o tempo dirá, mas para um começo, mandou mais do que bem. Também, era de se esperar vindo do cara que sabe manipular tão bem mistério e suspense. J.J.Abrams traz em seu curriculo séries como Alias e Lost, que beberam e bebem ainda deste formato.
Por sorte, Fringe não segue o formato novela como séries como Lost e 24 Horas. Apesar de uma trama ao fundo estar amarrada, a cada episódio, tem-se um caso específico a ser resolvido. Muito parecido com o que acontecia com os episódios semanais de Mulder e Scully na década de 90.
Estranhos acontecimentos fora do normal estão ocorrendo. O primeiro episódio mostra uma doença que deixa a pela, e somente ela, invisível, enquanto o segundo mostrou uma mulher ficando grávida instantanêamente e tendo um bêbe que em menos de 4 horas atingiu a idade de um idoso e faleceu de velhice. Existe explicações para acontecimentos assim? Claro! Se Mulder acreditava em alienígenas e vez ou outra entrava nesse mundinho do paranormal, porque as idéias de Fringe não podem convencer quem está assistindo?
A trama irá girar entorno de um cientista louco chamado Walter Bishop. Quando digo louco, eu quero dizer literalmente. 15 anos internado num hospício até que a agente do FBI, Olivia Dunham, precisa tirar o cientista de lá para ajudá-la nestes casos sobrenaturais. Para isso, ela precisa contar com a ajuda de Peter Bishop, filho do cientista, e tão inteligente quanto o pai, só que sem a genialidade do mesmo. A relação de Peter e Walter não está bem explicada ainda, mas o filho não via o pai a anos e teve que interromper a sua vidinha, suspeita diga-se de passagem, para auxiliar Olivia e cuidar do Pai que agora está a solta e não poder tomar conta de si mesmo.
A química entre os três personagens centrais é sensacional. Mas é Walter Bishop que rouba a cena todas as vezes que aparece na tela. O cientista já trabalhou para o governo antes de ser internado, numa laboratório especializado em estudar o paranormal. E os casos apresentados até então, tem a ver com estudos feitos pelo cientista em tal época. Alguém ou algo está ativando e melhorando antigas idéias sobre o paranormal. Uma coorporação extremamente suspeita já surge no meio dessa trama. O governo também não é nenhum santo na série, coisa que Mulder adorava investigar.
Mas não vá achando que trata-se apenas de um clone bem feito de Arquivo X. Pelo começo que vi, acho que a série tem potêncial para ir muito além do que Arquivo X foi. Fringe merece ser vista de perto. Se você já foi fã algum dia de Fox Mulder e Dana Scully, dê uma chance a Olivia Dunham e Peter Bishop.
Potêncial tem de sobra.