Aviso de Spoilers. Se você ainda não viu o filme, pare por aqui!
Ontem pude conferir a continuação de Transformers e pude entender porque as críticas do filme não tem sido tão positivas quanto os fãs esperavam. Realmente há problemas de enredo e criatividade a partir de determinado ponto do filme, que não estragam a diversão, mas coloca a qualidade do filme em xeque.
A Vingança dos Derrotados começa da melhor maneira possível, com uma perseguição na China de um Decepticon pavorosamente gigantesco, aquele do trailer, e já prega o espectador na poltrona do cinema.
E o filme segue seu caminho. Autobots agora auxiliam o exército americano atrás de Decepticons pelo planeta, mas há determinadas pessoas em Washington se perguntando se a turma de Optimos não é a causa da vinda de mais e mais Decepticons ao planeta.
Quanto à isso o filme não erra. Toda essa rixa Autobots vs Decepticons é bem moldada com os antepassados vindo a Terra, a linhagem dos Primes, Fallen, os artefatos alienígenas etc. Michael Bay acertou muito bem ao explorar essa linha de enredo para a continuação.
Sam e Micaela estão de volta ao filme. Faz sentido o porque e a importância de Sam, outra boa sacana do enredo ao colocar ele como centro de tudo. As cenas iniciais dele com a família é de cair na gargalhada. Esse clima de ação e humor deu certo no primeiro e se repete no segundo. Ponto positivo. Megan Fox? Está ali apenas para enfeite. Quando o filme precisa de um close de uma moça bonita, eles correm e colocam Megan. A personagem Micaela tem um papel bem menor do que o papel que tinha no primeiro filme, que também era pequeno de certa forma. Mas sinceramente não faz mal, a atriz esbanja beleza na tela e é isso que todos querem.
O filme também introduz um novo personagem, colega de quarto de Sam na faculdade, nem sei mais o nome do personagem interpretado pelo ator Ramon Rodriguez. Por que enfiaram esse personagem? Para amarrar a trama com um acontecimento mais a frente do filme e para dar mais piadas à trama de Sam. Sinceramente, não precisava, eu gostava tanto dos personagens dos atores Rachael Taylor e Anthony Anderson no primeiro filme e desta vez eles nem aparecem. Anthony é resposável por muitos dos momentos mais engraçados do primeiro filme na minha opinião. E fez falta na continuação.
Enfim, tudo corre de forma fantástica até depois da cena de Optimus e Megatron na floresta. A luta aqui é de tirar o fôlego e arrancar os cabelos, mesmo com as viradas, reviradas e contorcionismos da camera me fazendo sentir como se estivesse numa montanha russa. Deste ponto em diante, o filme perde completamente o rumo.
A grande batalha final no deserto no Egito é totalmente Deja Vu com a mesma cena do primeiro filme, no deserto. Precisava realmente alocar o climax do filme numa situação tão parecida com uma cena do filme anterior? A maratona de Sam e Micaela então pelo deserto é exaustivamente longa. Cansa e arrasta o enredo. Nem se compara com a batalha no meio da cidade do fim do primeiro filme ou até mesmo com as outras batalhas que tem no próprio filme.
Também achei ridículo a cena de ressusrreição do Sam, com os ancestrais de Cybertron trazendo o garoto à vida. O filme não precisava disso. Uma situação totalmente desfocada do enredo. Colocada ali apenas para pura dramatização.
Não que todo esse ato do meio do filme para o fim seja ruim. O Decepticon meio “Megazord” que suga tudo é fantástico. O ancestral Decepticon que mudou de lado também é um ótimo personagem. Mas ainda assim é um trecho problemático que não ficou tão amarradinho ao resto do filme.
O enredo acaba tento algumas falhas bobas no fim das contas.
Com certeza absoluta valeu a pena correr aos cinemas e ver Transformers 2. É uma explosão de entretenimento no cérebro. E que venha um Transformers 3, mas sem deserto, por favor.