Alerta! Alerta!
Risco de spoiler! Se você é alérgico, não continue!
‘Esquentando’ a briga pelo título de Melhor Animação.
Lá em meados de 2002 quando estreiou o primeiro “A Era do Gelo”, a 20th Century Fox não tinha idéia do potencial do projeto. Basta rever o filme para perceber um certo cuidado ao se fazer as piadas, afinal a Pixar estava reinando quase absoluta e o medo de um potencial fracasso sem dúvida era grande. Mas o projeto foi um sucesso, em grande parte pelos coadjuvantes: quem não se lembra da primeira vez em que o Scrat aparece na tela? Talvez o maior pecado desse projeto seja tentar encaixar os humanos em uma trama onde eles não possuem espaço. Ainda bem que o erro foi consertado na seqüencia, “A Era do Gelo 2”. Aqui somos apresentados a novos e hilários personagens, um conflito dramático mais aprofundado e uma segurança maior ao se fazerem as piadas. Oras, sobrou até espaço para uma liçãozinha básica sobre o aquecimento global. E agora em 2009, surge “A Era do Gelo 3”.
Após três anos de produção, o filme chega as telas no formato tradicional e no deslumbrante 3D. E funciona extremamente bem em ambas as versões. Quem for corrrer para o cinema 3D esperando “coisas voando na tela” vai se decepcionar, pois o filme consegue utilizar o efeito sem banalizar, reservando o melhor para o final. Aliás, essa é uma trilogia para quebrar de vez o tabu das sequências. Pois mesmo sem nenhuma razão de existir (os filmes funcionam bem sozinhos), a segunda e a terceira parte apenas ajudam a enriquecer o universo dos filmes.
A história de “A Era do Gelo 3” é a seguinte: Manny e Ellie se preparam para a chegada do seu primeiro filho. Enquanto isso, Diego, após uma caçada fracassada começa a sentir que a convivência com os amigos o está deixando molenga demais. Ao mesmo tempo, a preguiça Sid sente que está sendo colocado em segundo plano e solitário, decide procurar um novo bando. O problema é que esse novo bando são três filhotes de dinossauro e a mãe deles não tarda em levar os filhos – e o Sid – embora. E aí começa a aventura. Essa terceira parte, traz o mesmo time de dublagem dos outros dois filmes: Diogo Vilela como Manny, Márcio Garcia como Diego, Cláudia Jimenez como Ellie e Tadeu Mello como Sid.
Os três anos de produção do filme não foram a toa, a beleza dos cenários salta aos olhos e o cuidado com os detalhes é algo incrível de se observar: em certa cena pude notar as gotas do gelo derretendo. Lindo. E se engana quem achar que ‘é bonitinho mas ordinário’, pois a mesma atenção dada para o visual do filme também foi gasta trabalhando no roteiro. Trabalhando de forma impecável com o tema família, é impossível não se sentir um pouquinho emocionado na cena do nascimento do bebê de Manny. Talvez a melhor novidade do filme, seja Buck, uma doninha caolha e neurótica com traumas de guerra. Seja com seus closes dramáticos ou falando sozinho no celular-pedra, Buck rouba todas as cenas em que aparece.
Ah, e como não falar do esquilo Scrat e sua eterna busca por nozes? As situações vividas por ele não estão mais tão alheias aos acontecimentos principais do filme. Por várias vezes os personagens se cruzam, mesmo que rapidamente. Agora ele ganha um par romântico e muito mais tempo de tela. O ‘tango’ entre o casal de esquilos e a sequência onde a noz se sente rejeitada são geniais!
Em uma Hollywood repleta de sequências sem vida e adaptações medíocres, é revigorante assistir “A Era do Gelo 3” e perceber que ainda há muito talento nessa indústria. Não deixe de assistir!