Zeebo Extreme Rolimã – Joguei e aprovei

Quando criança, sempre andei muito em carrinhos de rolimã, todos construídos por mim mesmo. Por esse motivo, fiquei contente quando soube que a Tectoy Digital estava desenvolvendo um jogo de rolimã para o Zeebo. A convite da Tectoy Digital, visitei o estúdio no final da tarde da última quinta-feira. Quem me recebeu foi o produtor Tiago Teixeira. Muito atencioso, mostrou todo o estúdio onde pude conhecer toda a sua estrutura, inclusive a Suzana Bueno, do Continue, que trabalha lá. E antes que vocês me perguntem, não, o Sonic não estava por lá, ok?

O Zeebo Extreme – Rolimã é o primeiro de uma série de jogos focados em esportes radicais, e é também o primeiro jogo totalmente desenvolvido tendo o Zeebo em mente, procurando explorar ao máximo as melhores características do console. Os outros jogos da série Extreme serão o Bóia-Cross (outro esporte bem brasileiro), Baja (rally off-road) e o Corrida Aérea.

Para atender melhor ao público, a Tectoy Digital decidiu por lançar cada esporte de maneira separada, ao invés de espremer tudo em um só jogo. Dessa maneira, a série está sendo lançada com a categoria rolimã agora, praticamente junto com o console. Caso contrário, ela teria que esperar que todos os jogos da série estivessem prontos, o que não seria possível tão cedo. Outra vantagem dessa decisão é que o consumidor pode escolher o jogo com o esporte que mais gosta e por um preço mais em conta.

A série de jogos Extreme é parte fundamental dos esforços da Tectoy Digital em agradar ao público brasileiro, ao apresentar uma temática esportiva voltada a nossa cultura, como o rolimã, no qual me diverti muito durante minha infância. O Zeebo é o único console com jogos como esse, especialmente pensados tendo em mente o brasileiro. Não tem a pretensão de bater de frente com um Xbox 360, um PS3 ou Wii, como a maioria ainda pensa, mas visa atuar de maneira alternativa, tendo características importantes que vão auxiliar a fomentar o mercado brasileiro.

Uma das características mais legais do Zeebo é a ZeeboNet. Com ela, mesmo que você more em uma pequena cidade e não tenha nem mesmo internet, as chances de você estar na área de cobertura 3G da ZeeboNet são muito altas, e assim você vai poder comprar jogos sem sair de casa, evitando ter que esperar muito tempo até que as novidades cheguem até a sua cidade (se é que chegam). E essa distribuição digital de seus jogos visa inibir a ação da pirataria, garantindo que o dinheiro pago por um jogo chegue até o desenvolvedor ao invés de ir parar no mercado cinza ou mesmo ao mercado negro.

E a opinião dos gamers brasileiros está sendo ouvida, algo muito importante. Em seu blog, a Tectoy Digital fez um post especialmente para que os consumidores apresentassem idéias para os jogos da série Extreme. Tem cada idéia bacana! Eu sugeri um jogo de bétis (ou taco, casinha, betcha, depende de onde você mora). Esse diálogo entre jogadores e desenvolvedora é algo único, o tipo de coisa as desenvolvedoras estrangeiras não fazem por aqui, então é melhor que aproveitemos bem esse tipo de oportunidade. Claro que nem todas as sugestões irão virar um jogo, mas as que forem concretizadas terão o dedo do gamer brasileiro.

E pensar que quando eu era criança eu pensava em como seria legal se eu pudesse ter um jogo que tivesse carrinhos de rolimã para jogar no meu Nintendinho. É uma experiência muito legal ver um jogo todo em português e que apresenta tão bem seu lado brasileiro. Foi com essa sensação que posso assegurar que me diverti muito com o Zeebo Extreme – Rolimã. Estou pensando até em voltar a fazer carrinhos de rolimã…

Para começar a minha partida, eu escolhi jogar com o controle tradicional, que lembra muito o Classic Controller do Wii. A resposta do controle é boa, e assim pude me concentrar em apreciar bem o cenário, com suas casas e comércios típicos de cada localidade. A falta de platéia incomoda um pouco, é verdade, mas é melhor jogar sem ela do que ter aquela platéia de papelão que assombram vários jogos esportivos.

Como é um jogo construído do zero para o console, a qualidade gráfica no geral é bem equilibrada e sólida, com um framerate decente. A música é rock um tanto genérico e sem vocais, mas não me incomodou. A minha maior preocupação era a sensação de velocidade que eu iria ter, mas ela é bem representada. Inclusive é possível acionar um turbo, um velho sonho de infância. Ah, como eu queria que meus carrinhos tivessem um!

Depois de chegar ao final da primeira partida em primeiro lugar, resolvi jogar com o controle Boomerang. Apesar de ser ainda o protótipo, o acabamento era muito bom e isso não prejudicou em nada a minha jogatina. O controle responde a movimentos gestuais, assim como o Wii Remote, e tem até um strap como ele. Para usar, basta plugar o adaptador Dongle na porta USB do console.

Feito isso, comecei a partida. Como já estou acostumado com jogos de corrida no Wii, consegui jogar normalmente. O Boomerang apresentou sempre uma ótima resposta, e não foi surpresa nenhuma que novamente, mesmo jogando na dificuldade máxima, consegui de novo chegar em primeiro lugar.

Claro que bati um bocado nas paredes e guard-rails, mas ao bater você volta bem rápido para a pista, demorando menos do que em Mario Kart, por exemplo. A CPU sempre me ameaçou, tendo que fazer ultrapassagens perigosas e usar bem o turbo. Como as pistas são grandes em comprimento, as partidas multiplayer são sempre ser bem disputadas, já que os rolimãs apresentam o mesmo desempenho, o que determina o vencedor é a habilidade mesmo.

Zeebo Extreme – Rolimã é um jogo relativamente simples, já que só possui 4 pilotos e 3 localidades para escolher, mas a proposta dele é essa mesma: ser um jogo acessível a todos. É só pegar e jogar, o que importa mesmo é se divertir com ele, sendo ideal para a família, para o chamado gamer casual, e para o hardcore também, já que como disse o diretor da Tectoy Digital , o André Penha , é um jogo fácil de se aprender a jogar, mas difícil de se dominar. Confira no vídeo abaixo um partida que gravei no estúdio da Tectoy Digital:

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9 Comentários

  1. Complicado avaliar assim de longe. Há prós e contras nessa história do Zeebo, Tec Toy e produto feito no Brasil. Mostra um pouco como estamos longe de rivalizar com o produtos internacionais, apesar do Mauri já ter deixado claro que a TecToy não quer concorrer com os consoles internacionais.

    Certamente é assim que um estúdio de desenvolvimento tem que começar, quem sabe a Tec Toy não vira nossa Ubisoft brasileira?

    Eu vi o vídeo e realmente há coisas bacanas e coisas não bacanas. Loding é gigante, o mauri não deixou bem claro, mas espero que a versão final do game não tenha apenas 3 pistas, se for isso… é um game para se jogar num final de semana e pornto…vc nunca mais vai jogá-lo, porém em contra partida eu achei a pista bem grande, ampla e com belas diferenças de cenário.

    Também achei que faltou um tempero na partida. Afinal não há itens de trapaça para deixá-la mais empolgante ou sei lá, podia ser pensado em outra coisas para bonus no meio da corrida, pois como o mauri disse, não há dificuldade alguma no game.

    É uma iniciativa interessante da Tec Toy, eu já disse posteriormente e repito, porém eu duvido muito que um console como o Zeebo consiga entrar no mercado brasileiro com o playstation 2 piratão sendo vendido.

    Eu pelo menos não tenho interesse num console assim, tendo um X360 e mesmo que não tivesse um 360, preferiria ficar anos guardando dinheiro para ter um do que ter um Zeebo.

    No final das contas, é tudo uma boa idéia, mas que eu não consigo ver vitória no mercado brasileiro neste momento.

  2. agora que vi o video…o jogo é assim mesmo? sem efeitos sonoros? só com aquela música de uns 30 segundos em loop infinito? e o jogo podia ter umas rampas também pra dar uns saltos

    mas valeu o esforço da tectoy (y)

    1. Meu, parece que tem rampa. Meu amigo trabalha lá como programador da equipe do Baja e deu uns toques das outras pistas do rolemã.

      Eu acho massa, mesmo com uma pista ou duas só. Olha, o Wii Sports tem só uma quadra por esporte. Esse vai soltar N esportes radicais, né? O lance é que o dois-players tem que ser bom. se o duelo for bom, vale os 15-20 reais do jogo.

      Parabéns pros moleque. Acho que esse lance aí de “faltar idéia” ou “faltou pensar” é de quem nunca trabalhou produzindo um lance de engenharia. Eu trabalho na Bosch e lá a gente pensa várias coisas, mas nem tudo dá pra colocar nos carros.

  3. E o Zeebo mostrou ao que veio!
    Pros críticos dq ta sem efeito sonoro , com loading gigante, só com 3 pistas e com apenas um loop como música, vale lembrar ao povo esperto ai que isso é um demo interno, ainda em desenvolvimento. Só quem trabalha com isso sabe como é dificil fazer um jogo.
    Vai por mim, ja tenho 10 anos de independente e um cadinho de tempo como profissional pra saber como é.

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