Elfen Lied: Violência, Sangue, Nudez e uma Obra de Arte da animação japonesa?

ANIME RECOMENDANDO PARA MAIORES DE 18 ANOS!

Nota: Havia duas possibilidades de ilustrar a matéria sobre Elfen Lied. Com imagens do anime ou com as artes da série. Optei pelas artes porque são fantásticas, mas não se deixe enganar, pois o anime é muito bem animado e com um belíssimo traço, seja dos personagens, cenários, ou até mesmo nas cenas que requerem membros sendo destroçados ou mulheres nuas.

Elfen Lied não é um anime fácil. Pelo contrário, há uma complexidade enorme de elementos misturados numa trama que envolve genética e religião, de uma certa forma. O maior problema é que só existem 14 episódios. É curto demais para uma trama que precisa de tempo, pois tem muitos personagens em cena. Felizmente os episódios são fabulosos na questão do tempo e de agilidade com a trama, fazendo o possível para encaixar tudo em tão pouco tempo e ainda assim não parecer que foi feito às pressas.

O anime foi criado com base no mangá, de mesmo nome, criado em 2002 por Lynn Okamoto. O mangá durou 12 volumes, sendo concluído em Novembro de 2005. A versão animada surgiu em 2004, quando o mangá ainda não tinha sido concluído, produzida pelos estúdios ARMS (o mesmo que produz Queen’s Blade atualmente) e engloba apenas metade dos volumes do mangá, indo até meados do volume 6, capítulo 60, porém com as modificações necessárias para dar um “quase” final para a série.

É interessante notar que o anime é bem fiel ao material original em quase todos os momentos, fazendo apenas as modificações necessárias para fechar o primeiro arco nos episódios finais da série, porém ainda assim ele se preocupa em não “inventar” demais.

As cenas de violência, com membros decepados, pessoas decapitadas e sendo explodidas de dentro para fora não sofreram censura no anime, pelo contrário, algumas foram até melhoradas. Por exemplo, no primeiro confronto de Nana contra Lucy, uma cena incrivelmente bem montada mostra Nana tendo todos os dedos da mão sendo decepados, para que depois Lucy corte seu braço. A cena em questão no mangá é mais simples, indo direto para a parte do braço decepado. Outra cena que ficou mais “pesada” no anime é aquela onde Mariko explode internamente a sua “mãe de mentira”. No anime você vê perfeitamente os órgãos explodindo na tela, já no mangá é mais focado numa mancha de sangue. Apesar de estes momentos pareceram chocantes e pesados, são elementos fundamentais para dar profundidade à história. Sem isso não há como levar a sério a história dos Diclonius. Ou seja, não é um anime com cenas de violência desnecessária, apenas para entretenimento gratuito. Precisa ser assim para funcionar.

Mas se as cenas de violência não sofreram cortes e foram até mesmo melhoradas, o mesmo não acontece com as cenas de nudez ou insinuação ao sexo. Há momentos que precisaram ser suavizados. Nuy, a personalidade infantil de Lucy, é bem mais sapeca no mangá, chegando até mesmo a pular numa nua na banheira com Kouta, tascando um beijo e despindo Yuka e Nozomi (personagem que não existe no anime), deixando ambas as meninas de “calcinhas molhadas”, literalmente. Até mesmo a cena do temporal, onde Kouta e Yuka se beijam, no mangá é mais picante, com Yuka com as pernas abertas no colo do Kouta, sentido o “esfregar” do rapaz. XD

Na realidade, isso não faz tanta diferença no anime, já que a história é bem dramática e estes elementos sexuais, não precisam ser tão exagerados na TV. Funcionam tão bem quanto no mangá alias.

Para quem não conhece Elfen Lied, a história gira em torno de uma novo tipo de ser humano, uma nova raça chamada Diclonius, que nem mesmo podem ser classificados como Homo Sapiens. Esta nova raça, digamos que todas são “curiosamente” mulheres, são extremamente violentas e inteligentes, chegando a matar seus próprios pais já aos três anos de idade.

Estas mulheres/garotas tem o que a história chama de vetores, que são braços invisíveis que podem cortar praticamente qualquer coisa. São extremamente inteligentes e sofrem forte preconceito das pessoas por terem “chifres” na cabeça. Na realidade não são chifres, mas protuberâncias. No mangá e anime, lembram mais como “orelhas de gato”.

Uma instituição captura e tortura estas mulheres para experimentos científicos. No anime não explica muito à respeito desse laboratório de cobaias, já no mangá sim. A história é bem chocante nessa parte, mostrando as diclonius amarradas, torturadas e ensanguentadas pelos horríveis testes a que são submetidas. É realmente algo que perturba a cabeça. No fim, não deixa de ser também uma história de preconceito. Os seres humanos tratam com muita indiferença pessoas que não são seus semelhantes.

Fora isso tem todo um conceito de genética, virose e extinção da humanidade, e com isso vem alguns conceitos de religião e tal. No anime essa lado da história não é aprofundado, mas no mangá isso começa a tomar certa importância depois de alguns volumes.

Aí entra Lucy, a protagonista Diclonius principal da história. Ela consegue fugir da instituição, mas acaba perdendo a sua memória, e acaba criando uma dupla personalidade, chamada Nuy, esta que é praticamente uma criança. Nuy é 100% ingênua de tudo. Ao poucos ela vai aprendendo no anime, é uma transformação interessante. No mangá ainda mais.

Nisso entra na história Kouta e Yuka, dois adolescentes que encontram Nuy nua na praia e acabam cuidando da garota. Kouta não tem memórias de seu passado, na qual sofreu um terrível trauma e Yuka, que ama Kouta, mas vive triste porque o garoto não consegue se lembrar dos dias de infância com Yuka. Claro que tudo isso é importante e será amarrado à trama principal depois. Nada é colocado sem motivo no enredo. Até mesmo Maya, a menina que sofria abusos sexuais do padrasto chega a cortar o coração de qualquer um quando é revelado sua história e com a cena na praia com Wanta sendo levado embora.

O anime tem momentos realmente tristes e dramático. Poucos conseguem ser tão “reais” nesse ponto, e chegou a me impressionar em certos elementos tão verdadeiros.

Realmente é uma pena que a série animada não tenha sido continuada até então. O anime terminou na TV em 2004, ganhando uma Ova em 2005. Já se passaram praticamente 4 anos e até agora nada de uma nova série narrando os eventos que acontecem dos volumes 7 à 12. Elfen Lied também nunca foi exibido oficialmente por nenhum canal brasileiro e nem mesmo os mangás foram publicados por aqui (alias uma boa dica para as editoras atuais do Brasil, hein?). A julgar pelo tema pesado e pela classificação de 18 anos, duvido muito que venha a ser exibido pra cá. É gozado ver que a série tem toda essa fama, graças a internet.

Eu ainda não terminei de ler o mangá. Apenas cheguei um pouco adiante em relação ao final do anime. Mesmo com o final feito no anime, daria para adaptar uma continuação. Acho que a única diferença gritante entre as versões é a inclusão da personagem Nozomi, amiga de Yuka que, pasmem!, usa fraldas, porque ela faz xixi sempre que fica nervosa ou com medo. Mas ela poderia entrar na trama mais adiante que não faria diferença. Kouta também recupera suas memórias no final do anime, no mangá não. Alias, Kouta nem mesmo participa dos momentos finais desse confronto, e a personagem de Lucy/Nuy funcionam um pouco diferente com seus chifres quebrados na luta. Nada que não desse para dar uma adaptada. As mortes que ocorrem neste momento da história também ocorrem diferentes no mangá e anime, mas no final, todos os mesmos personagens morrem. Ambas funcionam, apesar de eu ter gostado mais da versão do anime para alguns deles.

Elfen Lied é uma obra de arte, sem dúvida. Poucas séries conseguem essa maestria ao envolver violência e nudez, usando ambos elementos na medida certa e sem ser oportunista com eles. Os personagens são mais humanos do que muitas pessoas de verdade e apesar de toda ficção em torno dos Diclonius, todo o enredo parece real. Real até demais pra ser sincero.

Se você nunca assistiu, fica a minha recomendação. Garanto que não irá se arrepender. Eu baixei a versão da RPG Fansub, na Haitou (clique aqui), porque foi a que mais me agradou em termos de legenda. Quanto aos volumes do mangá, também preciso recomendá-lo porque senão você não saberá o que acontece após o final do anime, eu peguei os volumes neste link, na comunidade do Orkut da série. Encerro um post com um wallpaper em Widescreen muito belo em tamanho de 1900×1200 (gigantão!).

Eu poderia continuar discutindo outros elementos da série aqui. Mas o texto já está grande demais, mas se o pessoal se empolgar nos comentários, nós discutimos neles mesmo. Quanto ao final verdadeiro da série no mangá, futuramente pretendo contar num post à parte. 😉

Obs: Se eu tiver um tempinho neste fim de semana, eu monto uma curta galeria de imagens do anime aqui neste post. Mas só de vocês acharem necessário. (Então peçam!). :p

Obs 2: Agradecimentos especiais à Dakini. Foi ela quem deu um toque em relação ao mangá. Se não fosse por isso, não teria corrido atrás do mesmo.

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5 Comentários

  1. Cara, sensacional o seu post.
    Estou fazendo um trabalho da faculdade sobre Gustav Klimt e Elfen Lied, sabia que as obras de Elfen Lied é tudo em cima de Gustav Klimt? Depois dá uma olhada aí, vai enriquecer mais ainda o seu post.

    Mas mesmo assim, meu parabéns, você soube colocar as palavras certas, em vários lugares da internet em que entrei, muitos apenas só usavam o “copiar e colar”.

    Parabéns novamente.

  2. Cara voce pode falar de todos esses ai mano mais de Street fighter 2 V nao por o ryu demorou pra soltar o haduken mais nem foi exagerado por que ele so aprenderia mesmo achando o dalshin e porra a historia teve so 29 episodios e foi muito bem contada e adaptada

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