Andei comentando no Twitter durante esta semana que finalmente comecei a jogar pra valer Resident Evil 5, que saiu no primeiro semestre deste ano. E me surpreendi com algumas coisas, de forma positiva e negativa. Antes de mais nada, não estou reclamando do game, pois ele é sensacional. Realmente é um jogaço com muita ação e adrenalina que lhe prende por horas e horas, e com certeza é um dos melhores games lançados em 2009. Mas cada vez que penso mais friamente, me pego concluindo que Resident Evil 5 não me parece muito com… Resident Evil. Aquele Resident escuro, sujo, claustofóbico, assustador e até mesmo frustante que eu jogava quando tinha um Playstation. Só eu tenho essa impressão?
Não sou um fanático conhecedor da série de Resident Evil, mas também não sou um novato. O RE 2 foi o que eu mais joguei entre todos da série até hoje. É verdade que ignorei por completo Resident Evil 4, porque na era do Gamecube, eu estava entupido de games da Nintendo para jogar e não fazia tanta questão assim de dar uma olhada na série da Capcom. Mas lembro que na época também houve alguns cochichos abafados em relação as mudanças que a Capcom trouxe à série. Mas ela foi abafada pelas altas notas que o game ganhou e porque simplesmente, todo mundo adorou.
O Resident Evil que eu me lembro é aquela série completamente escura, com cenários absurdamentes abertados, causando aquela sensação de claustrofobia ao jogador, com zumbis ou qualquer outro bicho nojento surgindo a qualquer momento. Lembro de um game que tinha duas terríveis complicações: Administração de munição e saves limitados. Era terrível ficar sem balas nos antigos Resident Evil. Pior ainda era o estoque limitado de fita para a máquina de escrever, que permitia com que o jogador salvasse o game. Uma outra características dos antigos games da série era o vai-e-volta pelos mesmo lugares e até mesmo o fato de ficar perdido dentro de uma mansão ou área externa, sem saber exatamente para onde ir, sendo que mesmo que você exterminasse os zumbis de uma área, voltando para lá, sempre haviam mais, o que deixava o desafio de ficar perdido muito desesperador sabendo que o jogo não estava salvo e a munição estava acabando.
O clima do enredo também me parecia mais sombrio e misterioso. Não conhecíamos profundamente a Umbrella e o T-Vírus, o que deixava tudo bem mais surpreendente conforme o game avançava. Cinco games principais depois, além de uma infinidade de spin-offs, o enredo de Resident Evil não parece tão empolgante, como era no início. Sorte que ainda temos Albert Wesker para deixar tudo mais interessante.
Mas a série cresceu. O universo dentro dela expandiu e de repente Racoon City ficou pequena demais para os próximos games da série. Sem contar que depois de alguns games, a série precisava de uma renovada em frente a tantos outros games de terror e survival que era impossível continuar mantendo a antiga fórmula. Repito novamente, não que as mudanças foram para piores, pelo contrário, a série ficou bem mais divertida, mas um pouco daquele “charme” que tinha, sem sombra de dúvida alguma, ficou no passado.
Vamos pular Resident Evil 4, que não experimentei e, a menos que façam um remake para os consoles desta geração (Wii não conta), não irei jogar tão cedo. Resident Evil 5 é fabulosamente imersivo. Mas não de forma aterrorizante como os antigos. Resident Evil 5 me lembra mais um action-adventure do que um terror survival. Isso faz diferença se o game for bom? É claro que não. Mas a discussão aqui é sobre a essência da série Resident Evil. É possível até mesmo que essa tenha sido uma evolução natural da série.
Quer dizer, alguns elementos da série ainda estão presentes. O pequeno menu para administração de itens é pavorosamente sufocante. Não que tenha me prejudicado de qualquer forma por enquanto, pois o que não falta no game é munição. Tem escondidas em vários caixotes pelas fases do game e até mesmo quando você mata muito zumbis, eles começam a dar munições também. Foram pouquíssimos o momento, até agora, onde fiquei no limite em relação à munição. Não posso dizer o mesmo em relação à Sheva, controlada pela CPU, mas isso acontece porque sou fominha demais e não compartilho, mas isso também não significa que ela tenha ficado sem nada, porque isso também é fácil de não deixar acontecer.
E quanto aos novos zumbis causadas pelo parasita “La Plaga”… hum, sabem que eu realmente não lembro de zumbis quando estou jogando Resident Evil 5. Talvez tenha jogado games demais de aliens e sei lá. Os zumbis clássicos não precisavam de tanto assim para dar dor de cabeça aos jogadores. Estou aproximadamente quase no meio do jogo, então já dá para ter uma noção dos seres que apareceram até o momento. Temos os zumbis humanos, os cachorros, aqueles voadores, sem mencionar os chefões, incluindo aquele que parece um Ogro gigante. Nos clássicos tinhamos aqueles que andavam pelas paredes com seus cérebros à mostra, não sei se ele ainda existem, mas achava-os apavorantes. Uma Aranha Gigante já era o sufiente para fazer o jogador recuar antigamente. Em Resident Evil 5 eu só recuei por alguns momentos quanto havia um zumbi com uma daquelas metralhadoras de jipe atirando em mim e eu estava sem o rifle para pegá-lo à longa distância. Fora isso, não tive muito dificuldade com os seres de Resident Evil 5. Aquele morcego-lagarto na beira do pesnhasco mesmo cheguei a achar que daria um pouco mais de trabalho, mas até que foi fácil explodir o bicho e terminar o serviço com a shotgun. Esse é um outro ponto da série. Tudo parece ridicularmente mais fácil.
Tudo bem que estou jogando no nível normal de dificuldade. Mas como o game tem o esquema de upgrade das armas, não ia começar a jogar pelo modo mais difícil. Não sou masoquista nesse sentido. Também esperava alguns puzzles, mas fico realmente aliviado da Capcom ter cortado aquele vai e volto dos antigos Resident Evil, eu nunca gostei desse tipo de estratégia , independente do jogo. Sem mencionar que agora a Capcom inseriu um sistema de GPS no game, onde fica impossível o jogador se perder no meio da fase e não descobrir para onde deve ir. Até mesmo na fase da caverna e da lanterna, onde estaria uma ótima oportunidade para se criar becos sem saídas, só existe um único caminho. Ficar perdido não é realmente uma opção.
Resident Evil realmente mudou, a Capcom mudou alguns elementos, trouxe outros novos. Adaptou o foco para algo mais voltado à ação, um gênero que sem dúvida faz mais sucesso hoje em dia, e mesmo assim conseguiu deixar pequenos elementos, como o andar dentro do seu próprio eixo, ainda que isso irrite às vezes. Os personagens clássicos continuam participando da série, e mesmo com a extinção da Umbrella, foi uma decisão bem acertada continuar com Albert Wesker como vilão fodão.
Mas é impossível não ter essa impressão de que Resident Evil está cada dia menos parecido com aquele Resident Evil antigo, que dava medo só de pensar em ir ligar no Playstation.
“Olhe esta cena acima. Isso te lembra Resident Evil?”
Rá! Alias, esse estágio mirar e atirar é sensacional. Divertido pacas. Nada a ver realmente com Resident Evil, parece mais algo Gears of War, mesmo assim é uma ótima fase. E aí? Resident Evil como esse acima, ou como esse abaixo? Qual você acha que é o melhor clima para a série atualmente?
“Resident Evil Zero para Gamecube! Ainda clássico!”
Nota: Eu perguntei via twitter, ontem de madrugada se os leitores queriam ler um post hoje sobre “Resident Evil não é mais… Resident Evil?” ou “O que você sabe sobre Albert Wesker?”. Bem, acho que você sabe quem ganhou a rápida enquete (na realidade não tinham muitos leitores online, então ficou 2 contra 1, mas mesmo assim foi bacana dar uma opção). Mas eu ainda pretendo mais para a frente, quando terminar RE5, fazer um post rápido contando um pouco sobre Wesker, pois ele é realmente um personagem curioso. 🙂