Alerta! Alerta!
Risco de spoiler! Se você é alérgico, não continue!
Um filme de Hollywood com cara de independente.
Todos conhecem a velha fórmula das comédias românticas, certo? Menino conhece menina, eles se apaixonam, acontece alguma coisa, eles se separam, eles fazem as pazes e vivem felizes para sempre. Temos por aí milhares de filmes que se utilizam dessa fórmula mas são poucos os que se arriscam a fazer algo diferente. “(500) Dias Com Ela” felizmente faz parte desse segundo grupo. Aliás, arrisco a dizer que o filme é a minha grande surpresa do ano e, dependendo de como for o desempenho de “Avatar”, pode até se tornar o Filme do Ano!
Joseph Gordon-Levitt vive Tom, um escritor de cartões comemorativos que se apaixona por Summer, papel de Zooey Deschanel, uma mulher independente e que não acredita no amor. O filme possui uma estrutura diferente, ele avança e retrocede no tempo para retratar as várias fases do relacionamento dos dois. E faz isso sem deixar pontas soltas ou confundir ninguém. Talvez se houvesse uma certa linearidade na modo de contar a história, o filme perderia metade do seu charme. Ponto positivo para o diretor Marc Webb, que não faz feio na sua estréia em longa metragem. Aliás, o passado de Webb como diretor de videoclipes se faz presente em grande parte do filme, em especial na divertida sequência musical estrelada por Tom.
Como bem disse o Érico Borgo do Omelete em sua crítica esse é um “filme indie hollywoodiano”. Repleto de referências a vários filmes cults (como “O Sétimo Selo” e “Noivo Nervoso, Noiva Neurótica”), possui uma montagem moderninha e uma trilha sonora impecável. Mas que acabou caindo no gosto do público e ganhou uma distribuição mundial. Não é difícil de ver o porque de tanta adoração: os personagens são apaixonantes (a Summer em especial), os diálogos são ótimos e, como dito no início do post, o roteiro foge totalmente de todos os clichês das comédias românticas.
Aproveitando que comentei da trilha sonora, vou emprestar esse parágrafo para falar apenas dela. Simplesmente perfeita. Fazem uns dois dias que estou ouvindo apenas ela enquanto trabalho e quanto mais eu ouço mais eu me apaixono pelas músicas. Tem Regina Spektor, Hall & Oates, Simon & Garfunkel e até Carla Bruni! Sério, deêm um jeito de ouvir pelo menos uma vez essa trilha.
Já logo no início do filme sabemos que iremos assistir algo diferente, quando surgem na tela os dizeres: “O filme a seguir é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Especialmente você Jenny Beckman. Vaca”. Não dá pra evitar um sorriso, afinal, quem nunca teve um coração partido? Essa é uma das coisas que mais gostei do filme, apesar dele se tratar de uma comédia romântica, a parte “romântica” da história é extremamente real, algo que poderia ter acontecido comigo ou com ou você. E como a realidade não é tão bonita quanto a fantasia, alguns podem até estranhar o final do filme por não ter o “felizes para sempre” tão aguardado. Mas, digo novamente, fugir dos clichês do gênero é o grande trunfo do filme.