“Novas Impressões”? Pois é, para quem não se lembra, lá para meados de 2009 foi sugerido por um leitor aqui do blog, que desse uma olhada em Katekyo Hitman Reborn, um animê baseado num mangá da Shonen Jump. Mas você já sabe disso, afinal, desde então sempre que surge uma oportunidade menciono a série por aqui. Enfim, quando comecei a assistir o animê lá para Julho de 2009, foi inevitável criar um “primeiras impressões”. Para quem perdeu esse post, olha o link dele aqui.
Na época eu ainda estava no comecido da série, tinha visto apenas 40 episódios, entrando na batalha dos anéis Vongola. Mas 2010 chegou e já faz um bom tempo que estou pau-a-pau com os episódios japoneses, que atualmente está no 175. O último que assisti foi o 171. Fiquei sabendo que a Saga Choice acabará no episódio 178, então estou aguardando mais 3 semanas para vê-la numa tapada só.
Mas dei uma boa avançada na série, assim como passei a ler o mangá. Os primeiros volumes ao menos. Fui mais ou menos até o 12º e ainda não tive tempo de continuar. Pretendo passar a acompanhar o mangá japonês, mas ainda vai demorar mais alguns meses para conseguir dispor de tempo para colocar tudo em dia.
Sendo assim, a minha formação em Katekyo Hitman Reborn! foi para um novo nível. E posso dizer que a série é uma das melhores da atualidade e tudo isso graças as muitas metamorfoses que sua criadora Akira Amano. Enquanto Naruto e Bleach em suas versões de animê apanham e sofrem nas mãos dos produtores que os entopem de fillers e enrolam com a narrativa, Reborn! vem ganhando reconhecimento e fãs ao redor do mundo.
KHR!: O início que não convence ninguém!
O maior problema de Katekyo talvez seja o começo mascarado. Sei que é clichê comentar sobre uma obra e dizer que o começo não tem a qualidade do restante do material, mas em KHR! essa premissa realmente é válida. Os 20 primeiros episódios que são relacionados a uma saga chamada “Dias Normais” não ditam exatamente o tom da franquia. Não dá infelizmente para ver o animê sem pular estes episódios.
Essa fase meio morna da série é utilizado para introduzir uma vasta gama de personagens e personalidades na série. Quem começar a ver o animê sem ver estes episódios, corre o risco de ficar perdido no meio de um mar de personagens que rodeiam a vida de Tsuna Sawada, o protagonista da série. (OBS: Estou escrevendo “série”, para não precisar dizer “animê e mangá”. Assim esse termo engloba ambas as versões). Os personagens nessa fase vivem as suas vidinhas normais, sem brigas mortais, superpoderes ou dramalhões de vida ou morte. Tudo é ditado num clima de comédia exagerada mas cotidiana num mix com a cultura japonesa, que é bem diferente deste lado do globo. Por causa disso, é fácil entender porque KHR! ainda não vingou com a força de um Naruto ou Bleach ao redor do globo.
Animês de cotidiano japones são populares no japão, mas fora de lá, eles tem uma certa dificuldade para vingarem. “School Rumble” ou “Azumanga”, por exemplo, nunca fizeram tanta fama assim nas mídias normais. (Internet não entra nesse debate). Talvez citar estes dois animês também não seja justo, afinal, ambos visam mais um público feminino, apesar de agradar também muito marmanjo (Como eu). E os 20 primeiros episódios de Reborn! bebe um pouco desse tipo de narrativa de tal forma que não dá para imaginar a transformação que a história passa com a Saga Mukuro. É como estar comendo uma torta sem saber exatamente o recheio dela (Isso acontece!).
Só quero deixar claro que o começo de Reborn! não é exatamente ruim, mas é muito menos empolgante do que todo o resto. Dei muita gargalhada em vários episódios iniciais, mas não ficava naquele expectativa para ver o próximo.
Preciso discutir um outro ponto antes de dar continuidade as metamorfoses da série. Vamos para uma pequena pausa para entender as divergências entre o animê e mangá, pois são pertinentes à este assunto.
KHR!: Suavizando a versão em mangá!
Comecei a ver Reborn primeiro em sua versão animê, mas é normal nos dias de hoje com a internet, que depois de um tempo, acabe surgindo a curiosidade de conferir a versão em mangá do animê (quando existe uma). Como Katekyo surgiu nas páginas da Shonen Jump, a casa de tantos sucessos, não poderia ignorar isso e resolvi dar uma olhada nos primeiro volumes.
Já vou admito que não li todos os volumes do mangá lançado até o momento. Dei uma olhada nos primeiros volumes, com a saga dos dias normais e comecei a saga dos Anéis Vongola, ainda não fui até o final dela. Está faltando tempo, e como a saga dos Anéis é bem idêntica com a versão do animê, fiquei um pouco desistimulado. Provavelmente irei pular estes volumes, para ler alguns capítulos mais atuais para poder acompanhar com o Japão. Porém, vamos com calma. Depois comentarei sobre a saga do futuro.
A primeira diferença gritante entre o animê e o mangá de KHR! é a suavilização de cenas que a versão animada recebeu. Talvez para atingir um maior público e não sofrer muita censura, afinal a história da série trata de jovens estudantes entrando para o mundo da máfia. Não dá para brincar com esse universo, sem armas de fogo ou alguma violência. Num mangá não há problema em desenhos estudantes armados, mas numa animação, que atinge um maior público, até a nível global, muita gente interpreta de forma errada o bom humor da série para tratar com estas situação.
No mangá é comum as cenas ficarem mais violentas, os personagens aparecerem sangrandos e armas de fogo são bem mais comuns. Vamos aos exemplos, no animê quanto Reborn precisa atirar uma bala, o camaleão Leon vira qualquer tipo de arma em que a situação requer. A arma sempre tem alguns detalhes em verde, para mostrar que Reborn está usando o Leon. No mangá, pelo menos nos primeiros volumes que li é comum Reborn usar armas de fogo, enquanto Leon está ali na sua cabeça. Até mesmo para atirar a Shinu Ki Dan, o personagem usa uma pistola comum. Até mesmo Lambo aparece no mangá segurando uma pistola de verdade.
No animê quando Lambo usa a Jyuunen Bazooka ele apenas pula dentro dela e ativa o mecanisco que o transporta para 10 anos no futuro, trazendo Lambo de 10 anos do futuro para o presente. A bazuca realmente atira, mas a coisa é suavilizada com o fato do Lambo pular dentro da mesma. No mangá Lambo mira a bazuca para sua cara e atira ela. Quanto Reborn é mandando para o futuro, no animê a bazuca cai acidentalmente em cima do personagem, enquanto no mangá, Lambo atira, também acidentalmente, mas o que acerta o Reborn é um um míssil (ou algo parecido). No animê nunca ficou claro que era a munição da bazuca que manda a pessoa para o futuro, enquanto no mangá deixa transparecer melhor isso. Claro que isso foi arrumado no episódio 174 do animê, quando Irie Shoichi menciona pela primeira vez que a munição da Jyuunen é quem o transporta para o futuro e cria todo aquele paradóxo sobre o futuro que vou mencionar mais para a frente. Mas também um detalhe modificado. No mangá, a munição da bazuca parece um mini-torpedo, enquanto no animê parace uma bolinha com alguns caroços que seria espinhos e ela é rosa, para não dar muito impacto. Não modifica nada estes detalhes, mas é claro a intenção de suavilizar o uso de armas de fogo na série que tem protagonistas tão jovens. Vai me dizer que não lhe incomoda ver Lambo bebê usando uma pistola de verdade?
Outro detalhe interessante é em relação aos primeiros momentos do mangá. Quando Reborn usa a sua Shinu Ki Dan no animê, aparece uma animação onde a bala especial tem sua cápsula removida e o que acerta o Tsuna é a energia contida nela. No mangá não é assim, a bala realmente acerta o Tsuna, deixando até mesmo uma marquinha de sangue em sua testa, que desaparece quando ele se levanta no estado “Reborn”, com a chama em sua testa. Obviamente seria complicado um desenho onde o público infantil vê uma bala de verdade atingindo a cabeça de uma pessoa e esta mesma pessoa revive logo em seguida com uma super força. Mais um momento onde a série tenta ao máximo se distanciar do mundo real, deixando claro que tudo ali é uma fantasia, passando a mensagem de “Não tentem isso em casa crianças!”. Alias, o começo da série é bem problematico por estes fatores, pois mais a frente Tsuna aprender a usar sua força, sem precisar que Reborn meta uma bala na sua cabeça.
Sobre Gokudera, no mangá, o personagem fuma e fuma pra caceta. Na verdade ele acende as suas bombas com o cigarro. Há quadros com o personagem com uma porrada de cigarros acesso em sua boca acentendo uma porrada de bombas ao mesmo tempo. Novamente no animê, procuraram uma melhor solução para esse problema. As bombas de Gokudera se acendem automaticamente, como se tivesse um dispositivo para tal. Não diz que tem, mas é o que dá para entender, principalmente quando Gokudera passa a usar as “Rocket Bombs”, onde o dispositivo de foguete também é acionado automaticamente. Se os foguetes são assim, porque as bombas não seriam? Faz todo o sentido. É diferente de Sanji de One Piece, que também fuma. Gokudera no mangá é meio nojento na minha opinião, sempre com uma porrada de cigarros na boca, fazendo pose de bad boy. Sanji é muito mais discreto quanto ao seu vício, sem mencionar que a realidade de One Piece já o mostra como um personagem mais velho, usando terno, diferenciando ele da realidade do mundo real. Gokudera é mostrando como um estudante. Sanji não. Talvez por isso no animê de KHB!, Gokudera não fume e particularmente, acho que foi uma boa decisão dos produtores.
Porém no animê há um corte que achei muito chato. Um personagem até hoje não apareceu na versão animada: Longchamp Naito! Na verdade, Naito ainda não teve grande importância para as sagas futuras do mangá, ele aparece apenas nos primeiros momentos do mangá, ainda na saga dias normais. O jovem é integrante da família Tomaso da máfia e faz amizade com Tsuna. Ele é responsavel por alguns hilários momentos no começo do mangá, pois Naito tem um péssimo gosto para mulheres, sempre querendo as mais feias entre as feias, e empurrando o Tsuna para seus encontros armados. É um personagem bem bizarrão e até o momento não foi mostrado no animê. Uma pena. Na saga do futuro, Reborn acaba mencionando a família Tomasu, onde a Vongola perdeu a comunicação com ela dias antes do Tsuna do passado chegar ao mundo do futuro, dando a entender que ele foram completamente aniquilados. Sendo assim, Naito e sua família só apareceram no começo do mangá mesmo. Não sei porque o cortaram do animê, talvez para não esticarem demais a saga dias normais, que conforme mencionei acima, é meio diferente do resto da história e se prolongassem demais, poderia acabar afastando as pessoas. Tanto que no animê, a saga do Mokuro foi adiantada um pouco e depois que ela acabou, os produtores criaram mais alguns episódios de “dias normais” que ainda restavam no mangá, antes da saga dos anéis vongola. E ainda sobrou algumas coisinhas dos capítulos cotidianos do mangá, como os que Naito participa, para serem colocados numa oportunidade futura do animê, isso se houver alguma oportunidade futura.
Mas e aí? As mudanças são ruins? Mangá é melhor que o animê? Eu gostei mais da versão em animê. Talvez porque a comecei a ver primeiro que o mangá e quando resolvi conferir a versão em preto e branco, notei os exageiros da autora, como armas de fogo entre os jovens que sinceramente parecem elementos desnecessários para a trama. Tanto que mais à frente da história, esse negócio de arma de fogo, tiros na cabeça e tal acabam mudando de foco, surgem as box vongolas, os animais de suporte e etc. A própria autora acabou suavizando algumas coisas no mangá, mudando essa perspectiva violenta dos primeiros volumes. Pelo menos foi isso que notei dando uma olhada nos capítulos mais recentes. O animê influenciou o mangá? Talvez, mas particularmente gosto dos personagens em suas versões animadas. Não que o animê não tenha alguns problemas, pois tem. Mas vou comentar sobre isso mais a frente. Lembrando que esta é minha opinião. Provavelmente quem começou a série pelo mangá, deve ter estranhado e muito estas mudanças na versão animada.
Vale pensar que um animê como Katekyo não é focado inteiramente ao público adulto, mas as crianças e jovens. Particularmente, não me sentiria a vontade se eu tivesse um filho de 10/12 anos vendo uma versão animada 100% idêntica ao mangá. Pode ser bobeira minha, mas acredito que um desenho tem muito mais impacto numa criança, por ter cores e movimentos, do que uma página de mangá. O animê funciona muito bem, as vezes até melhor que o mangá, sem precisar recorrer aos mesmos elementos mais pesados da versão em quadrinhos.
KHR!: As reinvenções a cada saga!
Chega de falar do mangá. Agora preciso comentar sobre a sagacidade com que a Akira Amano renova esse universo a cada saga. Mencionei que KHR! começa sem muita pretensão, com piadas de cotidianos, somadas a temática de máfia e conforme o tempo passa a história vai amadurecendo mais e mais.
Temos uma saga com os amigos do Tsuna sendo feridos, obrigando o protagonista a ficar mais forte e a luta pelos seus amigos. A saga de Mukuro serviu para deixar Tsuna sério, dar um clima de drama para a história e provar que mesmo que Tsuna não queira ser um mafioso, haverá inimigos que não irão se importar com isso. Gokudera e Yamamoto, assim como Bianchi também começam a ter uma maior importância para o enredo. Reborn fica sério pela primeira vez contra Mukuro, sem falar que neste momento é mencionado um dos maiores mistérios da série: Os Arcobalenos! A história começa a ganhar suas primeiras teias, preparando para o que a próxima saga: Os Anéis Vongola.
Segunda abertura do animê. Aqui é que a coisa esquenta de verdade!
Uma das minhas aberturas favorita até o momento.
Agora o mundo da máfia cai sobre os ombros de Tsuna e ele não pode mais negar. Xanxus surge para requerer o posto que pertence a Tsuna, como chefe da família Vongola. Mas o cara é realmente um vilão no início e Tsuna apesar de não querer se envolver com a máfia, não pode ser negligente a ponto de deixar um cara como esse, assumir o comando da organização Vongola. Sem falar que Yamamoto e Gokudera tomaram uma senhora surra de Squalo, que está na organização de Xanxus, da Varia e não querem deixar barato isso. A autora também cria personagens importantes aqui, como Basil e o Pai de Tsuna, ambos pertecentes à Vongola, apesar de agirem paralelamente a organização.
A série então se reinventa, numa saga parecida com os clássicos elementos de Torneio, na temos o time de Tsuna, versus o time de Xanxus numa disputa pelos aneis e pelo direito de ser o 10º chefe da Vongola. Chega os episódios de treinos e batalhas, recheados com reviravoltas e criatividade. A família de Tsuna aumenta, com a oficialização dos Guardiões dos Aneis Vongola. Tsuna não precisa mais levar bala na cabeça, Yamamoto aprender a ser um espadachim, Lambo apesar de ser uma criança se torna um Guardião e precisa batalhar, Gokudera também precisa aprender algumas lições e até mesmo Ryohei, o irmão da Kyoko, acaba se tornando um Guardião sem entender nada sobre a máfia. O meu melhor momento nessa saga é a batalha do Yamamoto contra Squalo. Surpreendentemente genial. Uma das batalhas mais legais que já vi em animês. A autora também utiliza muito bem o recurso de batalhas com plateia, com os amigos e inimigos comentando e se surpreendendo com o que acontece na luta. Recurso que também utilizado em animês mais famosos como Naruto e One Piece, só para citar os dois mais atuais. A autora até mesmo brinca com batalhas de ilusões, quando insere Chrome Dokuro e o arcobaleno Viper, outro belo momento das batalhas pelos aneis. Note que as batalhas acabam sendo diversificadas, pois cada personagem tem um estilo de luta próprio. Seja com tiros, espada ou ilusões. Não tem a mesmice nas batalhas.
A autora cria nesse momento os atributos dos anéis, relacionados com tempos climáticos sol, chuva, névoa etc. Sendo que cada elemento tem prevalencia sobre um outro. Deixando as coisas mais complexas. E pensar que tudo isso começa com episódios de comédia e cotidiano no japão. Apesar dos atributos aparecerem nas batalhas dos anéis, decidindo a luta entre cada guardião, a importância deles só serão bem mais utilizados no futuro. E a autora cria novamente um elemento para renovar a série em sua próxima saga. Assim começa a saga do futuro!
Depois de explorar a comédia de cotidiano, passar por batalhas em torneios e criando poderes e estilos de luta para Guardião Vongola, é chegado a hora de explorar a viagens no tempo. Reborn e Tsuna são acidentalmente enviados para o mundo de 10 anos no futuro, um mundo à beira da destruição. E mais um mistério para a trama. O que aconteceu com o mundo? E quem é Irie Shoichi? Aquele carinha que teve um único episódio com Lambo num episódio lááá atrás no animê (a mesma coisa acontece no mangá, Irie é apresentado bem cedo, mostrando que a autora sempre planejou esta saga). E a trama ganha a complexidade que toda história de viagem no futuro merece.
Abertura que apresenta a Saga do Futuro!
Tsuna do futuro aparentemente está morto, novas armas e técnicas de batalhas são apresentadas (as caixas boxes), os arcobalenos estão mortos, a Vongola praticamente destruida e o que acontece com todos da turma de Tsuna no futuro e como eles retornarão para o passado? Questões típicas de séries com viagens no tempo e assim, a história se renova novamente. Presos no futuro, a Vongola do passado precisa se adaptar ao tempo, treinar e agora não é mais questão de apenas se defenderem. Eles precisam atacar o inimigo, invadindo a base Melone, onde Irie está para descobrir a resposta para todas as suas dúvidas. Mais personagens passam a ganhar importancia, como Spanner, Gianinni, Lal-Mirch entre outros. Os inimigos também são mais perigosos do que os apresentados na Batalha dos Anéis. Desta vez é vencer ou morrer.
KHR! vai ficando mais divertido, mas neste ponto o animê sofre com alguns problemas. Primeiramente quando a Saga do Futuro começou no animê, ela ainda estava rolando no mangá. Alias, toda essa trama do futuro só foi acabar alguns meses atrás no mangá, ou seja, o animê encontra-se perigosamente próximo ao seu material original e isso sempre é um problema. Basta ver o que acontece em Bleach, onde o animê foi orbigado a pausar as sagas do Hueco Mundo e da cidade de Karakura porque o mangá ainda não tinha conseguido concluir estas sagas. O que obrigou os produtores a tesoarem o animê, colocando sagas inventadas paralelas a trama original (os chamados fillers). Katekyo quase teve que passar por isso, mas os produtores resolveram criar um nova solução para não causarem o desastre que os fillers podem causar nos animês.
A saga do futuro estreou e assim os episódios começaram a ficarem mais curtos. Um longo resumo era inserido a cada episódio, matando 1 ou 2 minutos do tempo do capítulo, soma-se isso a mais 2 minutos que a abertura e o encerramento causam e já tem 4 minutos de tela utilizados. Para aumentar ainda mais, criaram um curtinha animado a Haru entrevistando ao final de cada episódio um personagem do animê. Não era chatinho inicialmente, pelo contrário, essa “programinha” ao final do capítulo era muito melhor do que o bloco do horóscopo que o animê tinha lá no começo quando estreou. E o bloco tinha algumas piadas bacanas, como também possibilitava rever alguns personagens sumidos desta saga atual. Não é a coisa mais genial do mundo, mas pelo menos a história se manteve no original, sem filler. Mas a narração ficou um pouco mais arrastada. Também aproveitaram a oportunidade para a cada final de temporada, criarem episódios recap, relembrando os últimos acontecimentos da saga.
No fim da invasão da base Melone, não teve mais jeito, e os produtores criaram um mini-arco filler. Entretanto, pelo que vi em comunidades pela internet. O mesmo teve uma boa aceitação. O Desafio dos Arcobalenos trouxe Tsuna para de volta ao presente, para conhecer os arcobalenos originais e poderem “turbinar” os aneis Vongola, para voltarem ao futuro e poderem lutar com as box Vongolas especiais. A trama encaixou perfeitamente à saga do futuro e a aceitação do público foi positiva, inclusive apresentando um dos raros momentos em que o Reborn ganhou uma bela luta contra os guardiões Vongola. Isso não existe no mangá, chegando a base Melone, Tsuna já começa a se preparar para a saga Choice, mas sinceramente gostei mais do arco filler no animê, deu uma refrescada no animê, com estes eventos futurísticos.
Um outro assunto que pulei nessa prosa toda é que na saga do futuro, foi criado as batalhas com animais, vindo das boxes. Eles agem como suporte para o lutador, podendo atacar, ser usado como defesa, como suporte para ataques e mais uma infinidade de coisas. Na invasão da Base Melone, a autora brinca um pouco com isso, mas é na saga Choice que todo mundo da Vongola ganha oficialmente um animal. Tsuna finalmente conhece Nuts. Se bem que Gokudera teve uma excelente batalha contra Gamma na base Melone, onde foi mostrado o quão forte o gatinho Uri pode se tornar. Preciso dizer que isso me lembra um pouco Pokémon? Mas uma evolução da proposta de batalha entre animais que a franquia da Nintendo oferece. Em Pokémon, você tem animais lutando um contra o outro, e os treinadores parados, que apenas ordenam as coisas. No caso de Reborn, os animais servem como suporte, os personagens lutam para valer e os animais prestam auxílio. Ficou muito bacana esse elementos à série.
E isso é mostrado com uma maior clareza na saga Choice, principalmente quando Tsuna usa Nuts pela primeira vez e a batalha de Yamamoto contra Genkishi, usando a andorinha e o cachorro como suporte (ainda não decorei o nome de ambos, erro meu). Choice também acaba colocando mais personagens no futuro como Dino e Haru e Kyoko finalmente tomam conhecimento de todos os acontecimentos da família Vongola. A série amadurece mais um pouco, a verdade sobre o futuro é revelado e o poder de Byakuran é assustador. E é neste momento em que o animê está no Japão.
O mangá encerrou esta saga, mas por favor não spoilem por aqui. Ainda irei conferir o final, assim como não faço idéia da próxima saga. Pretendo comentar no conversa de mangá de Katekyo Hitman Reborn que deve estrear daqui um mês no blog!
Em todo o caso, o animê irá receber mais um mini-arco filler para segurar mais um pouco a história. Foi revelado que será uma história onde a família de Tsuna irá conhecer a primeira geração da Vongola. E tem muito fã curioso para conhecer estes personagens que por enquanto só apareceram em informações escassas pelo Reborn. O passado da Vongola será trabalhado no animê. Certamente é uma boa idéia. Esse mini-arco irá interromper a saca do futuro, apenas finalizando o arco Choice antes disso. Não se sabe se será integrado a história ou será feito algo parecido com Bleach, um corte abrupto na história. Se for para chutar, digo que os produtores devem integrar a história, afinal, viajar para o passado e voltar para o mesmo ponto do futuro, não é impossível agora.
Enfim, ficou claro que KHR! tem esse potencial enorme de se reinventar a cada saga. Novas batalhas, novos mistérios, novos personagens e novos elementos. Realmente fico surpreso com o fato de um animê/mangá consegui trazer tanta novidade a cada saga. Akira Amano está mandando muito bem com Reborn. É uma história em que fico torcendo apra saber o que vai acontecer a nova saga. O que será inventando a seguir!
É possível que alguns achem tudo viajado demais, que a cada trama vá tudo ficando exagerado demais, com situações absurdas e temas ainda mais bizarros, afinal não há índicio algum no começo da série que as coisas irão se tornar cada vez mais exageradas. Não é fácil para qualquer um se adaptar a tantas mudanças de ritmo, entretanto nunca assisti KHR! com muita serenidade. Pra mim é entretenimento e diversão pura. Longe de ser um best-seller do mundo dos animês/mangás, mas com um enorme potencial para diverdir e tirar as pessoas da mesmisse que estão acostumadas com animês longos, que levam anos para serem concluidos e nunca mudam seu focos e não conseguem se reinventar. Não que isso seja completamente ruim, mas faz mal nenhum quando uma história ganha novos elementos para que sejam trabalhados mais à frente, ao invés de ficarem segurando certas pontas para o fim de uma história que nunca termina (Naruto vs Sasuke?). O meu conselho final é para darem uma olhada em Katekyo, se você não curtir animês de comédia, que é de onde tudo começa, veja pelo menos uns três episódios iniciais e pule lá para o episódio 19/20, que é onde a saga de Mukuro começa a esquentar as coisas na série. Mas se não for muito esforço, veja desde o começo. Lembre-se que é um animê da Shonen Jump. E na minha opinião, é muito raro algo da Jump não dar certo quando vira animê. Se fosse ruim, não estaria com quase 200 episódios na TV japonesa. Eu recomendo.
Obs: Onde baixar Reborn? Por torrent, recomendo a Haitou. Porém também existe o site Vongola7 que tem parceria com os fansubs que cuidam do animê e do mangá da série. 🙂