Desde o começo da franquia Street Fighter, uma coisa é certa: é um jogo complexo.
A partir de Street Fighter II, principalmente, os jogos de luta ficaram bem mais complicados de se jogar. Ao invés de um botão para soco e um para chute, Street Fighter trouxe três tipos de socos e três tipos de chute, e para incrementar a receita, combinações entre eles e a alavanca direcional que possibilitam novos golpes. E por aí vai.
Se tornar um jogador mediano de Street Fighter leva um bom tempo de dedicação, um iniciante apanha muito no começo. Como posicionar a franquia Street Fighter perante aos ávidos jogadores que chegam ao mercado atraídos pelos jogos casuais? Como fazê-los criar hadoukens ao invés de vacas em um cercadinho?
Quem pensou “usando controles sensíveis a movimentos“, pode continuar pensando mais um pouco.
O produtor de Street Fighter, Yoshinori Ono, diz que a idéia de usar sensor de movimentos como meio de jogabilidade não combina com a fórmula atual usada em Street Fighter. Porém, logo em seguinda afirma que coisas como um Street Fighter Fit, ou Street Fighter Exercise são uma possibilidade…
Ono se interessa pelo assunto desde que o Wii foi lançado, mas não vê como poderia justar a complexa jogabilidade atual de Street Fighter usando movimentos feitos pelo jogador. Entretanto, o perspicaz produtor reconhece que tanto Street Fighter IV quanto Super Street Fighter IV não fizeram nada que pudesse atrair novos usuários, especialmente os iniciantes em jogos de videogames.
Para os iniciantes, a boa notícia é que a partir de agora, com Super Street Fighter IV já finalizado, ele e seu time irão se dedicar justamente em pensar nesse jogadores iniciantes, que nunca jogaram o gênero de luta, de modo a aumentarem o apelo da franquia Street Fighter.
Sobre os atuais jogadores da franquia, Ono disse que no momento, com todos os lances de técnicas de supers e hypers, deixaram esses jogadores isolados dos demais, e meta do time Street Fighter é encontrar uma maneira de estabelecer uma ponte entre todos os tipos de jogadores, e minimizar o fato de certos jogadores dominarem completamente o jogo, e se esquecerem dos demais jogadores.
O discurso de Ono é interessante, pois mesmo com vendas boas, o sucesso de Street Fighter IV está muito, mas muito longe do sucesso de Street Fighter II, e seria um desperdício deixar que a franquia se torne objeto de entretenimento de apenas um pequeno nicho dos jogadores de videogame. A mecãnica atual da franquia privilegia quem tem muito tempo para se dedicar ao jogo, de modo se atinja um nível de habilidade que depois só alguns conseguem atingir. Imagina frustração de um jogador Top 10 de Street Fighter ao enfrentar um iniciante, e vice-versa. Não há competividade entre eles, a disputa perde o sentido, se torna um verdadeiro anti-jogo. E segundo Ono, Street Fighter deve ser um jogo.