Grey’s Anatomy: Ano 6, Episódio 23-24. Foi exibido no Brasil, ontem, dia 31 de Maio pelo canal Sony: “Sanctuary/Death and all his friends”
Enquanto isso nos EUA: Este episódio duplo de fim de temporada foi exibido dia 20 de Maio por lá.
Aviso: Continue apenas se você já assistiu ao episódio 6×23-24 de Grey’s Anatomy. Haverão spoilers!
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Horror, medo e terror. Estas três palavras definem o final da sexta temporada de Grey’s Anatomy. Provavelmente um dos mais intensos finais de temporada deste ano de 2010. Não parecia um episódio normal da série, parecia mais um filme de suspense e terror, onde qualquer personagem pode morrer ou ficar à beira da morte. Foram 2 horas intensas, personagens correndo, se escondendo, morrendo, entrando em desespero. Tudo isso porque Gary Clark queria fazer justiça com suas próprias mãos, a boa e velha vingança olho por olho… e que interpretação brilhante do ator Michael O’Neill. Até eu fiquei com medo de Gary Clark e aquele olhar frio e sanguinário.
A forma como a história deste personagem foi inserida na trama merece elogios, começa com um episódio normal, onde apenas tem aquela história de pano de fundo com pacientes e seus familiares, o que geralmente acontece com todo episódio regular da série. Depois cresce mais um pouco, quando Gary resolve processar o hospital, culpando Derek por ter desligado os aparelhos de sua esposa, mas o episódio acaba focando mais na reação de Derek e o peso sobre ele chefiar o hospital Seattle Grace do que no personagem de Gary, que só retorna para este final de temporada de 2 horas, já totalmente sombrio e aterrorizante, atirando em todos que cruzam seu caminho, até encontrar Derek.
A príncipio fiquei um pouco perplexo como alguém consegue entrar num hospital armado, mas aí me lembrei que realmente não há qualquer tipo de proteção mesmo em locais assim. Quer dizer, há seguranças e tal, mas não é impossível a façanha de chegar num hospital e sair atirando. Claro que a situação foi dramatizada e alongada ao máximo, o time da SWAT demorou séculos para agir e ainda perderam o atirador por um breve momento.
O melhor mesmo foi lá próximo do final do episódio, quando é feito uma pesada crítica a respeito da venda de armas nos Estados Unidos, onde Gary afirma ter comprado a arma num hypermercado, na sessão “armas” e ainda comprou tanta, mas tanta munição que no final das contas, não conseguiu colocar tudo em seu casaco antes de ir para o hospital. CARACA! Esse questionamente americano a respeito da política de venda de armas para qualquer cidadão é realmente complicado, eu pessoalmente sou contra a venda de armas para pessoas comuns. A gente pensa que é uma forma de nos defendermos, mas arma só serve para duas coisas, atacar ou contra-atacar, tecnicamente uma arma de fogo não é exatamente um escudo ou qualquer ferramenta com o objetivo de defesa, claro que tudo depende de pespectiva.
Voltando ao episódio, nunca vi um episódio tão sagrento como esse. As mortes, como a de Reed foi chocante e inesperado (pelo menos pra mim). O sangue teve um papel importantíssimo na imersão da história. Muitos figurantes morreram, mas ainda assim a sensação de terror foi de roer as unhas, qualquer um ali poderia ter morrido. Gary e Yang no elevador, cara que tenso! Depois tem Lexie que só não morreu por um mero golpe do destino e Karev entre a vida e a morte porque foi baleado. Bailey em total desesperdo na cena do elevador foi simplesmente genial, até mesmo a paciente dela e o médico que acabou morrendo (esqueci o nome dele) atuaram muito bem. A conversa mórbida entre Grey e Yang antes das duas se tocarem que a coisa era série também me chamou a atenção, assim como o momento em que Derek é baleado e Yang puxa Grey para longe e as duas começam a discutir. Não faltou momentos tensos nesse final de temporada. Eu quis esmurrar a cara da April no momento em que ela chega aonda Gary e Derek estão, logo no momento em que Derek consegue acalmar o instinto vingativo de Gary. Webber fora do hospital, sempre poder ajudar ou ter notícias do que estava acontecendo lá dentro para só ao fim ter aquele cena final com Gary (alguém duvida que Webber voltará a ser chefe do hospital depois disso?). Nossa foram tantos momentos.
A segunda parte do episódio teve um foco grande em Cristina tentando salvar Derek, operando sozinha o grande amor de Grey. Há uma certa poesia na situação. Owen me decepcionou um pouco, pois para um médico que esteve na guerra do Iraque não conseguir desarmar um senhor de idade com uma pistola, estando a poucos centímetros de distância foi muito sem noção. Mas gosto do ator que interpreta esse personagem, quando ele grita todo nervosão é muito intimidador, meio a la Jack Bauer sabe? Quanto a histórinha da Grey grávida e tendo um aborto, não fiquei muito simpatizado, já que as coisas foram tão rápidas que nem deu tempo de assimiliar simpatia por uma gravidez de duas horas de episódio.
Antes deste final de temporada, eu gostava muito daquele episódio especial onde a equipe do Seattle Grace vão socorrer algumas pessoas fora do hospital, naquele barco no porto, com Grey se afogando e tal. Esse episódio foi um pelo diferencial à formula do programa. Até então era o meu episódio favorito. Não é mais, este final de temporada ganhou.
E quem precisa de Izzie e O’Malley quando se tem um elenco tão grande e intenso? Grey’s Anatomy termina seu sexto ano de exibição mostrando que tem muito fôlego pela frente para ficar mais alguns anos na TV.