Histórias do Vol. 05 de Clássicos da Literatura Disney! [MdQ]
Fim de semana! Hora de comentar um pouco sobre as histórias do volume desta semana de Clássicos da Literatura Disney. Esta semana o volume tem apenas duas histórias no volume. São histórias grandes, uma com 80 e outra com 60 páginas. E assim como o primeiro volume da coleção, um volume só com histórias inéditas. Os outros volumes anteriores vinham com uma histórias republicada (apesar deles serem raras). Para quem perdeu o post com as fotos do volume, basta clicar aqui. E os clássicos desta edição são:
Donald: Ilíada
História produzida em 1959 (Inducks)
Roteiro de Guido Martina e desenhos de Luciano Bottaro
83 Páginas
HQ Inédita no Brasil
Donald: Odisseia
História produzida em 1961 (Inducks)
Roteiro de Guido Martina e desenhos de Pier Lorenzo De Vita
63 Páginas
HQ Inédita no Brasil
Sobre as histórias, a gente conversa sobre elas após o continue. 😉
* Ilíada: A história com mais páginas deste volume. O interessante neste volume é que ambas as histórias apesar de serem baseadas na mitologia do conto grego de Homero, não passam exatamente na Grécia ou na época dos Deuses do Olimpo ou de Tróia e outros seres mitológicos. O que se tem aqui é uma inspiração criativa baseada em certos elementos, sentimentos e situações do clássico da literatura. Entre os volumes até aqui, acho que esta edição é que mais se distancia do material original e surge com uma proposta um tanto diferente do esperado. Não que o resultado tenha sido ruim.
Por exemplo, eu gostei muito da divisão feita nesta história, com o quadro narrativo dizendo o tema central dos próximos quadrinhos. O diálogo inicial da história também é bem elaborado, permitindo que o Donald acabe sendo enganado pelo Tio Patinhas, levando a crer que Margarida havia sido raptada. Meio esquisito no entendo ver o Gastão aliado aos Metralhas, por mais que o personagem seja um daqueles tipinhos antipáticos no universo dos Patos, ele nunca foi propriamente um vilão. Até mesmo sua sorte absurda acaba não influênciando tanto a trama. Levando em conta que a história foi feito na década de 50, faz certo sentido, afinal os personagens patos ainda estavam em construção por Barks e ainda influenciando o resto dos artistas Disney.
Ah, adorei a idéia da representação do cavalo de Tróia, com o Pateta e o Donald. Falando em Pateta, gostei da participação do personagem em ambas as histórias. O gozado é que o Pateta tem histórias assim com o Mickey, onde ele vive achando coisas no seu sotão que pertenciam aos seus antepassados e que lhe dão certas habilidades. Vide Mickey 813 deste mês em que ele vira um excelente goleiro ao encontrar as luvas de um parente. Então condiz com algo que já acontece mesmo nas HQs.
História longa, porém bacana, cheia de tramóias e reviravoltas, mesmo que se distancia bastante do material na qual se baseou na história. Ah e caraca, os Metralhas e Gastão comeram os pombos correios na história! Rá! Isso é algo que não ocorre nas histórias atuais, em geral os animais, mesmo irracionais não morrem ou são devorados nos quadrinhos Disney. Um ganso comendo um pombo? É estranho, não? XD
* Odisseia: O Pateta aqui me parece um pouco mais engraçado do que na anterior, servindo de motoristas dos meninos por causa de 10 centavos. O que ele gastou de gasolina indo pra lá e pra cá deve ter dado um prejuízo, mas esse é o Pateta. A história em si é ainda mais distante da obra literária do que a primeira. É uma adaptação nem tão boa assim, com a temática do faroeste americano. Há alguns elementos da literatura, como a Margarida tricotando e desfazendo a blusa de tempo em tempo, mas pela história contada nas páginas extras do volume, a história está longe de ser uma “Odisseia”. Admito, porém, que achei interessante o valor monetário da história, onde poucas patacas parecem valer milhões. Sei que antigamente era assim mesmo, uma moedinha valia muito mais do que hoje em dia, mas ainda assim não consegui evitar certa estranheza com tal efeito da história. E o Gastão novamente faz o papel de vilão, se bem que desta vez ficou algo mais característico do personagem.
E caramba, o Donald se ferrou no final da história. Não sei se gostei do final, mas não digo que não tenha merecido, por ser burro o suficiente para perder todo seu dinheiro em jogos de azar, pelo menos deu tempo dele salvar a fazenda da Vovó Donalda.
Foi um volume diferente. Alguns elementos curti, como o Pateta, outros nem tanto, como a ambientação bizarra demais. Acho que seria legal ter visto uma representação mais Grega baseado na mitologia, mas tudo bem.
Semana que vem tem uma aventura enorme sobre as Viagens de Marco Polo. E ela é ótima (já li em uma revista de alguns anos atrás). Mas semana que vem a gente conversa sobre ela. 😉
Créditos das imagens das páginas deste volume ao hotsite da Abril para a Coleção. 🙂