Histórias do Vol. 07 de Clássicos da Literatura Disney! [Guilherme Tell] [MdQ]
Estou novamente atrasado está semana. Corre corre da vida privada acabou me pegando de jeito. O volume 7 está comprado desde a semana passada, consegui novamente na quarta-feira, mas percorri várias bancas no final de semana e novamente só fui encontrar este volume à venda numa banca bem afastada do centro da cidade. Amanhã é dia de verificar novamente as bancas, então converso mais sobre isso no próximo volume.
O volume de Guilherme Tell meio que me pegou de surpresa, pois estava com baixas expectativas pela edição, tento em mente que a Editora Abril andou mexendo nas histórias do mesmo. Felizmente tudo indica que a mudança foi para melhor. Nos volumes internacionais este volume trazia uma história relacionada ao clássico “Divina Comédia”, mas lá fora não há exatamente um volume específico para tal obra, tendo as histórias relacionadas separadas em alguns outros volumes. Aqui no Brasil o volume 13 será dedicado ao tema, então fico na esperança que a história suprimida deste volume (Paolino Pocatesta e la bella Franceschina), inédita no Brasil, acabe aparecendo no volume 13. Vamos à lista de histórias do volume e depois do continue, meus comentários sobre as três:
Donald em A Lenda de Guilherme Tell
História produzida em 1988 (Inducks)
Roteiro e desenhos de Guido Scala
32 Páginas
HQ já republicada no Brasil em:
* Pato Donald 2069 (1995)
Mickey Tell
História produzida em 1990 (Inducks)
Idéia de Neville Jason, roteiro de Tom Anderson e desenhos do estúdio Tello-Team
14 Páginas
HQ inédita no Brasil!
Donald e Margarida: Os Noivos
História produzida em 1976 (Inducks)
Roteiro de Edoardo Segantini e Giulio Chierchini e desenhos de Giulio Chierchini
75 Páginas
HQ inédita no Brasil!
* Donald em A Lenda de Guilherme Tell: Esta história é clássica pra mim. Isso porque comecei a colecionar quadrinhos Disney na década de 90 e esta foi uma das primeiras que li. Gosto muito mesmo dela. O legal é que a qualidade do roteiro dela é bem superior aos clássicos da década de 50 que vem aparecendo na coleção desde os primeiros volumes. A minha única reclamação porém é em relação a tradução nova desta história, que sacaneou algumas boas piadas do original.
Na publicação de 1995, quando Tio Patinhas chuta o Donald de sua casa, mandando-o treinar na floresta por ter furado todos os queijos do sovina, o Donald reclama para si mesmo o quanto o Tio era ingrato, afinal ele acabará de inventar o “Queijo Suíço”. Na nova tradução ficou apenas como “Queijo Furado”. Uma pequena mudança, mas que perde um pouco a graça da referência desse famoso tipo de queijo. Até aí tudo bem, mas o pior mesmo ficou o final da história.
Página 41 do Volume 7, quadros do meio da página:
Tio Patinhas: “- Isto é ouro em forma de queijo suíço!”
Donald: “- Prefiro o de sempre, Tio!”
Tio Patinhas (já num outro quadro): “- Assim ele pesa menos e eu economizo!”
Note a citação do queijo suíço desta vez, perdeu a piada lá no começo da história para usar o termo no final. Mas não é esse o ponto que quero chegar. Na tradução de 1995, estas três faças era assim:
Tio Patinhas: “- Uma fatia de queijo de ouro!”
Donald: “- Não tinha sem furo?”
Tio Patinhas: “- Assim pesa menos! E eu economizo! Eh eh!”
Dá para perceber como o diálogo flue bem melhor na tradução antiga? Na nova fica estranho a sentença “prefiro o de sempre”. De sempre o que? Como se o Donald sempre recebesse seu pagamento em ouro em forma de queijo ou como se recebesse pagamento por ajudar o Tio Patinhas. A sentença simplesmente não fica tão conectada ao diálogo quanto o Donald simplesmente perguntar se não tinha um queijo sem furo, como ocorre na tradução antiga, que acaba deixando a próxima fala do Tio Patinhas, bem mais conectada ao dioálogo como um todo. Fica algo bem mais construido.
Você pode achar uma bobeirinha à toa isso, mas pra mim, que já conhecia a história fez toda a diferença, até porque essa piada está relacionada com parte da trama lá do início e com a péssima pontaria de Donald. Alias o termo “seta” talvez seja o mais correto, mas eu simplesmente gosto da palavra “flecha”, que é a que é utilizada na antiga tradução. Me diz um desenho animado ou até mesmo quadrinhos, onde “seta” é utilizado ao invés de “flecha”?
A história é ótima, mas pra mim a tradução deixou e muito à desejar. Deu até vontade de escanear a versão inteira de 1995 só pra mostrar por aqui. Enfim, outra curiosidade interessante é que a versão antiga tinha apenas 24 páginas, porque o layout da história foi reajustado para 4 quadros por página ao invés de 3 do original. Nisso o volume mandou bem em deixar as 32 páginas do original, não apertando os quadros como foi o anterior.
* Mickey Tell: Não seria uma surpresa se alguns colecionadores da coleção apontasse esta história como a melhor do volume. E a resposta para isso é graças ao bonito traço da Disney Dinamarca em suas histórias e também pelo fato deles utilizarem o padrão de 4 quadros por página. Não fica aquela sensação de que quadros vazios como as histórias italianas e os pessoa da Dinamarca capricha muito nos cenários, deixando bem parecido com o americano de Barks, mesmo que seja uma história do Mickey. A história em si é divertida e empolgante, mesmo que tudo não passe de um sonho. Mickey dorme e sonha que está no tempo de Guilherme Tell e acaba vivendo uma aventura com o próprio. Não é o Mickey detetive de Murry, mas é um ótimo Mickey, o aventureiro e corajoso, sem parecer clichê ou perfeito demais dos desenhos americanos.
* Donald e Margarida: Os Noivos: A maior história do volume, a mais antiga, da década de 70, e que segue o mesmo estilo das primeiras história dos primeiros volumes. É meio que uma paródia, com personagens Disney, baseada num clássico da literatura italiana e que se utiliza de muita liberdade criativa para criar um universo temático do livro, mas com personagens Disney. Não me chamou muito a atenção. Por ser uma história de um casal, a Margarida não tem o destaque que achei que fosse ter, acaba tudo rolando em torno dos Metralhas, Tio Patinhas e Donald. Os Metralhas como capangas do Patinhas ficou engraçado, o Donald é aquela faceta manjada dele e nem mesmo as breves participações do Patacôncio de do Gastão chamam a atenção. Pelo menos o Patinhas se dá mal no final, como o vilão deve mesmo se ferrar. Ah, a piadinha do imposto de renda é ótima, parece que criticar a Receita Federal e o absurdo que são os impostos é realmente um tema universal, ninguém de lugar algum do mundo gosta dessa robalheira que é. Um piada com pontinha de crítica. Isso é legal, as crianças não entendem, mas os adultos sim.
Ótimo volume, e como eu não trouxe o post com as fotos do mesmo na semana passada, deixo elas aqui no finalzinho do post. 😉
Créditos das imagens das páginas acima ao hotsite da Abril para a Coleção. 🙂 Abaixo são as do meu volume comprado na semana passada:
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