Por Antonio Trindade!
O livro “O menino do pijama listrado”, um romance do irlandês John Boyne, é um desses títulos que surpreendem pela simplicidade.
Na obra, John Boyne faz um olhar infantil sobre o um dos períodos mais marcantes da história da humanidade: o nazismo. A história se passa na Alemanha, durante a Segunda Gerra. Começa quando o curioso Bruno é obrigado e deixar sua casa em Berlim porque o pai, um importante militar do exército alemão, é enviado para cuidar de um campo de concentração.
Bruno subitamente se vê em um lugar chamado Haja-Vista (como é muito novo, não sabe ler direito Auschwitz). Ele fica indignado com o pai por ter trocado a iluminada Berlim, cheia de amigos e diversão, por aquele lugar.
Sem ter muito que fazer, Bruno passa dias em seu quarto, sem amigos. Nem explorar a casa, um de seus passatempos preferidos, lhe é permitido. Da janela do seu quarto, Bruno descobre uma cerca, que separa sua casa de umas pessoas com pijamas listrados que passam o dia caminhando pra lá e pra cá.
Curioso, Bruno resolve descobrir porque as pessoas passam o dia vestidas daquele jeito. Ele decide explorar a cerca e, então, uma amizade inusitada começa.
Não vou contar mais da história porque “O menino do pijama listrado” é um desses títulos que temos o prazer de virar cada página para saber o que acontece, mesmo não sendo uma história feliz. Em vez disso, vou falar daquilo que mais chamou atenção: a inocência de Bruno.
A personagem principal é uma criança alemã rica, que vê seu mundo perfeito – talvez não tão perfeito assim por causa da implicante Gretel, a irmã, apelidada de um caso perdido – despedaçado quando tem que se separar dos amigos e dos avós.
Mesmo em um campo de concentração, a inocência de Bruno não o deixa ser contaminado por toda a loucura e a crueldade do holocausto. Apesar de permanecer em seu mundo, querendo brincar e fazer amigos, ele não deixa de perceber que há algo errado no ar. Pensando bem, talvez a realidade infantil do garoto o permite ver melhor que todos os outros.
O menino do pijama listrado se tornou um filme em 2007. Apesar de ser fiel a obra original não conseguiu manter o mesmo ar criado pela imaginação e a inocência de Bruno.