Quem nunca viu alguns comentários ofensivos em blogs, youtube, twitter, etc? Há algum tempo as pessoas (adolescentes no geral) perderam a capacidade de argumentação e passaram a detonar os interlocutores e não são suas opiniões… Talvez, fruto de um monte de coisas culturais, afinal, cada região tem seu nível de instrução e tolerância.
Dito isso, chegamos ao tal Felipe Neto. De onde ele veio, eu não sei. Sou apenas um espectador dele no YouTube, que ri com os comentários (dele e do público), mas que entende a sua revolta e sua crítica.
Assistir a “coluna” do Felipe no YouTube é quase que uma terapia. Em muitas conversas, em mesas de bar, entre meus amigos, eu agiria daquela forma: xingaria, falaria alto, reclamaria e, entre eles, poderia expor toda a minha revolta (sobre outras coisas, até mais “importantes”).
Seguindo um roteiro e uma forma de atuação ao estilo stand up comedy (lembra ou não lembra esse tipo de atuação?), com uma edição de vídeo bem legal, Felipe Neto fala mal de tudo o que é popular entre os adolescentes do país: Saga Crepúsculo, Justin Bieber, Coloridos do “Rock”, Vida de Gartoto etc.
É a formação de uma garotada que está em pauta. Ele fala bem, tem argumentação e, de uma forma ou de outra, serviria para “abrir os olhos” de algumas pessoas. Mas, repito, serviria…
Olha só, por mais que a gente ache estranho (por ser mais velho também) fenômenos pops como Fiuk, Bandas Coloridas, enfim, tudo o que está em foco, temos que admitir que sempre foi assim – geração a geração – e não vai mudar. É parte da vida, digamos assim. Quem nunca teve um desenho animado favorito, o qual não consegue suportar hoje em dia? Fazendo a analogia, é da mesma forma, vocês vão entender…
No passado, tínhamos Dominó, New Kids on the Block, Menudo, chegamos ao ápice das boy bands como BeckStreet Boys, N’Sync nos anos 90 e 2000… As crianças assistiam a Chiquititas, Carrossel, assim como consumiram depois RBD e assim a vida continua… Atualmente, não são bandas, são nomes em “carreira solo”.
Fenômenos adolescentes existem há muito tempo. Eu diria que, até os Beatles (somente no iníco, na fase “amor oito dias por semana” e “quero segurar em suas mãos”) pode ser chamado de Boy Band – músicas pré-prontas, carreiras moldadas, uniformizadas e músicas de amor simples, que lotavam estádios de futebol… Lembram?
Chegamos a Jonas Brother e ao filão descoberto pela Disney, o qual, TODO artista Disney, das séries, se tornam também músicos: Feiticeiros de Waverly Place, Hanna Montana, High School Musical…
Mas, isso é “passado”, não é? Agora estamos na fase Justin…
Bom, o que eu dizer é que o Felipe Neto faz sentido: mas, tudo demais, estraga. Recomendo que se assista como entretenimento, como lazer e até uma forma de: “E não é que é isso mesmo?!”, entende?
Falta ele sugerir uma alternativa para o que acha que seria ideal e o que seria “correto” para as pessoas seguirem. Fazer o papel social não é só jogar a $#%@ no ventilador: é sugerir alternativas, é argumentar (isso ele faz bem em 90% dos vídeos) e embasar tudo o que fala, para todos os públicos. Tentar alcançar uma imparcialidade que mostra o que acha errado e certo e deixa que as pessoas concluam…
Mostrar ainda porque não gostar de certas, em vez de só criticar as roupas e tudo o que vem carregado (ele fala que as letras são horríveis também e explica direitinho! É bem engraçado o vídeo – eu coloquei ele abaixo). Eu, por exemplo, não suporto o novo “rock” brasileiro por suas letras ultra mega medíocres, que rimam somente no infinitivo coisas como: te perder, te esquer, viver sem você, meu amor, paixão, emoção, razão, coração; com refrões previsíveis e um produto final efêmero e despresível… (mas, essa é outra história). O cara então concorda comigo e eu com ele… Não acho ruim por causa dos óculos grandes e calças apertadas, entende? Mas, pelo conteúdo.
Assim, acredito que seja altamente recomendado assistir como forma de entretenimento e para se manter atualizado do mundo pop atual. Mas, não esqueça de pesquisar, ler, viver por sua conta… Todo mundo passa por alguma fase trash que se envergonha quando se está mais velho e acha super engraçado: “Como eu gostava daquilo?”.
E o principal: não saia por aí sendo mal educado, xingando, criticando as pessoas em vez das opiniões e nem exaltando pessoas que agem. Esse é o caminho mais difícil porque exige conhecimento de verdade e não só chamar o outro de “rídiculo – cara, como você é rídiculo”…