Por Antonio Carlos “Rackor”!
Quem nunca teve aquela discussão sobre quem era mais forte, Naruto ou Ichigo, Goku ou Luffy?
Jump Super Stars (o primeiro jogo da série) veio para (tentar) acabar com essas discussões, pois colocava as maiores estrelas da Shonen Jump à disposição dos jogadores para quebrar tudo em meio a cenários conhecidos, com partidas para até 4 lutadores ao melhor estilo Super Smash Bros!
No entanto faltava algo, mesmo com todo o universo da Jump em suas mãos. Ganbarion, a produtora, tentou introduzir uma indentidade ao jogo com o belo sistema de komas, mas acabou deixando-o muito profundo e em algumas partes até difícil de se utilizar. O modo história se mostrou um tanto confuso, parecendo que a idéia de mundos e missões não havia sido bem desenvolvida e consolidada.
Mas Ultimate Stars veio para consertar os erros do primeiro e melhorar o que já era bom, ou é apenas mais um caça-níquel?
Komas e o Sistema do jogo!
O primeiro jogo criou um sistema único que capturava toda a essência de onde o jogo havia nascido. O sistema de Komas, que nada mais são do que quadros coloridos dos mangás retirados diretamente das páginas da Shonen Jump.
Para mim esta foi a maior sacada da Ganbarion, no primeiro jogo. Colocar grandes momentos das séries, falas que ninguém esquece, como por exemplo, quando Luffy , colocando o punho no chão, fala “Gear Second”, contra Bueno, foi algo memorável, que faz com que enquanto jogue, sinta nostalgia a cada vez que libera um novo Koma.
Cada jogador dispõe da tela inferior do DS que foi dividida numa grade 5×4, ou seja, totalizando 20 quadrados, para montar seu deck de qualquer maneira, só existe uma regra para que o deck seja válido para ser utilizado nas batalhas: Deve conter pelo menos um koma de cada classe dentre as 3 existentes.
São 3 Classes de Komas:
Help Komas – São komas que sempre possuem um quadrado de tamanho e normalmente devem ser ligados à komas de lutadores para que forneçam alguma habilidade como Imunidade a certos status effects como Blind (tela toda branca), Poison (Duh?), Confuse (que inverte os botões de movimento dos personagens), possibilidade de triplo pulo, dentre outras habilidades que podem decidir uma batalha nos detalhes.
Assist Komas – Aqui são komas que ocupam de 2 a 3 quadros, de personagens que entram na arena realizam algum movimento, e depois desaparecem. Aqui a variedade de tipos também é grande, variando de personagens que atacam e saem de cena (grandes ferramentas para dar continuidade a combos e emendar 2 ou até mais, podendo se transformar até em combos de KO direto), passando por aqueles que recuperam a vida do lutador ou até do time inteiro, até aqueles que servem para literalmente salvar seu pescoço, como o koma da Yoruichi de n°2 que pega o lutador quando estiver caindo e o joga novamente à arena.
Battle Komas – Acho que aqui o nome é auto-explicativo. Varia de 4 até 8 quadros, cada personagem pode ter mais de um battle koma, e cada um deles têm habilidades diferentes e especiais diferentes, que normalmente condizem ao arco do mangá de onde foi retirado o quadro, como Ichigo, por exemplo, que possui komas que condizem ao início do arco da invasão da Soul Society, e nos últimos já apresenta sua forma Bankai, o que muda totalmente a jogabilidade com o personagem.Além das habilidades, cada koma pertence à um dos três grupos de lutadores: Humor, Inteligência ou Força.
Esses grupos foram arrumados de forma semelhante ao sistema de Fire Emblem de espadas, lanças e machados, bem ao estilo Jan-Ken-Po.
Esse sistema confere dano extra ao tipo predominante, fazendo com que seja necessário adequar o tipo do lutador a cada luta ou até recorrer aos chamados Komas alternativos.
Os komas alternativos existem para alguns lutadores, por exemplo, Sanji normalmente é um lutador do tipo Força, mas existe a possibilidade de se liberar um koma de n°5 alternativo do tipo Humor:
Porém os komas alternativos possuem as mesmas habilidades e especiais que os komas normais de mesmo número. Cada koma lutador possui ainda “afinidades” com 3 help komas que se ligados a ele conferem um boost na vida do personagem.
Jogabilidade
O sistema de jogo é bem simples até, na verdade mais parecem os controles do Smash (eu sei que as comparações estão passando dos limites, mas não há como não fazê-lo). O botão “A” serve para pular (a maioria possui pulo duplo, podendo ser aumentado para até 3 com algum help koma que proporcione esta mudança, sendo que alguns personagens já possuem 3 pulos naturalmente, como Lenalee do D.Gray-man, e não, não existe um “B” + direcional pra cima no estilo Smash XD), existe dois comandos de ataque, o “Y” que é o ataque rápido e mais fraco, e o “B”, mais lento e forte cada um podendo ser combinado em diferentes direções do direcional. O “X” é o responsável pelos especiais do jogo, apertando “X” + o direcional pra cima obtém-se outro golpe especial.
Os botões “L” e “R” são os comandos que você assinalará quando montar seu deck. O jogador ainda poderá usar a tela de toque para trocar de lutador, ou usar suportes.
Aliás, o jogo herda os antes aclamados dream combos, que consistem em trocar rapidamente e alternadamente 2 ou mais lutadores para executarem combos devastadores que terminam com um especial. Uma boa subtração, a meu ver, foram os Tag Team attacks, que eram devastadores, porém limitavam a diversidade dos decks, porque era necessário ter 2 lutadores “compatíveis” e liga-los com os komas Inteligência, força, e humor matando pelo menos 11 espaços dos 20 disponíveis, e deck que não possuíam este arranjo ficavam a uma desvantagem evidente.
Visual e Modos de jogo
Em termos gráficos o jogo utiliza sprites muito bem animados, o que já tinha sido um bom quesito do primeiro jogo, e que rodam lisinnhos, acho que em todas as minhas horas de jogo só tive uns 3 slowdows, e realmente tinha muita coisa na tela, como especiais, suportes, etc, mas nada que realmente atrapalhou meu progresso no jogo ou a batalha em questão.
Os estágios são feitos para parecerem páginas de mangá, e não são lá muito diversificados, até simples eu diria, se limitando a alguns buracos e platarformas que difereciam um do outro. O fundo, que sempre se apresenta bem desenhado, é o que realmente caracteriza cada um.
São Tradicionais modos de jogo incluindo J-Galaxy (Story), J- Arena (Versus com o computador e Rank), Quiz, o Multiplayer/On-line, além do editor de decks, e dos modos gallery e shop.
O editor de decks é muito bem estruturado tendo várias divisões que facilitam na hora de achar entre os mais de 600 komas aquele que você está procurando. Existem marcadores para mostrar só komas de lutadores, por exemplo, mostrar só da série Hunter X Hunter, ou até só komas do número de quadros que você deseja. Depois de um tempo com o jogo e muitos komas liberados isto realmente torna a montagem de um deck novo, ou até a edição de um antigo algo bem rápido e eficaz. Há ainda uma opção para ir ao modo training testar seu novo deck. Quando estiver satisfeito, poderá assinalar dois komas para os atalhos dos botões L e R e antes de salvá-lo, o jogador precisa colocar um marcador de “leader” (Líder) no battle koma em que deseja começar a batalha.
O modo J-Arena serve para você criar batalhas contra o computador, podendo escolher o cenário e os decks dos seus oponentes como um versus comum. Já a sua outra subdivisão, o Ranking, é uma sequência de 20 lutas e ao final de todas quem obter o maior número de pontos vence. São quatro modalidades, dentre elas Point battle (a cada morte -1 a quem morre e +1 a quem mata, ou +2 caso seja por Ring-out), “Stock” (por vida igual ao Smash), Symbol, (existem 4 símbolos, quem obter mais vence , se algum jogador obter as 4 vence automaticamente, pode-se roubar o símbolo do outro jogador), e “Mixed”, que a cada rodada é escolhido aleatóriamente um dos modos anteriores. Ao final do Campeonato, se o jogador ficar em primeiro ganha gemas (as moedas do jogo que podem ser usadas no shop mode), e ainda a possibilidade de lutar com um deck pré-montado dos criadores do jogo, que, aliás, são muito interessantes, pois a maioria segue um tema, por exemplo Akira Toriyama ( Dr.Slump + Dragonball), só personagens Loiros(as), etc.
O modo Shop é aonde se podem gastar as gemas obtidas nos outros modos. Elas servem para liberar novos komas, novos cenários, músicas, capas de mangá para o modo gallery, perguntas para o modo quiz, e novos planetas para o J-Galaxy.
O modo história é feito em um sistema de mundos, semelhante ao de Kingdom Hearts, e dividido em missões, que variam desde fazer mais pontos, até quebrar todas às paredes em menor tempo. A cada missão completa é dada uma recompensa ao jogador, como novos komas disponíveis para compra no Shop mode. Ao zerar pela primeira vez este modo são liberadas novas missões e o modo Quiz.
Cada mundo ainda possui um pequeno vídeo de introdução com alguns quadros do mangá em questão, como no vídeo abaixo:
O modo Gallery apresenta a possibilidade de escutar todas as músicas do jogo, ver a capa do primeiro volume de cada série que está no jogo, ver todos os komas comprados, os cenários e ainda o profile do jogador. Não é nada comparável a enciclopédia que é o Brawl, mas ainda sim é interessante quanta coisa existe , ainda mais se tratando de um jogo portátil.
O Modo Option possui poucas opções, a de apagar o seu save e a mais interessante, alterar o personagem que fica na tela superior do DS para explicar (se você entender japonês, lógico XD), as opções dos menus. Esses personagens devem ser comprados no modo shop também.
O modo Quiz é habilitado após a conclusão do J-Galaxy, ao menos que você entenda japonês esse modo não faz o menor sentido XD. Existem 3 modos com 10, 30 e 50 perguntas seguidas, senão me engano, e dependendo de quantas certas, o jogador ganha um certo número de Gemas.
Multiplayer!
Aonde o jogo brilha mais, supera o seu antecessor, e mostra porque este jogo é um dos melhores senão o melhor do DS. Existem as opções Single-card (que na minha opnião é bem sem graça, pois os decks que o jogo disponibiliza são bem deficientes, mais ainda garante boas risadas aos participantes), Multicard e Wi-fi.
Existe o modo versus propriamente dito e ainda, uma batalha de Quiz, que não irei comentar, pois não joguei por razões obvias. O modo Versus é igual aquela partida de Smash Bros (e sim você também perde amigos aqui… XD), tem horas que é uma confusão só e no final você acaba levando um soco sabe-se lá de onde e cai do cenário.
Já joguei muitas partidas e percebi que os lags são até menos raros que no modo off, às vezes atrapalhando um pouco a jogatina. Ao final de cada partida você ainda pode salvar os decks dos seus amigos, para usá-los, porém o cartucho só grava um deck por amigo.
Nunca joguei Online, pois estou sem o roteador em minha casa, mas ainda irei jogar!
Amigos me disseram que até demora um pouco para achar oponentes, mas que a qualidade (dependendo da região do oponente e da sua, lógico) é razoável com uma maior frequência óbvias de lags do que no Multicard.
E o dilema final…
São 51 séries da Jump e mais de 300 personagens presentes no jogo, aliados a um ótimo multiplayer dão ao jogo uma grande longevidade, mesmo o modo principal durando cerca de umas 18 horas. Bem, eu pelos menos não sei mais quantas horas de jogo eu tenho, pois o timer do jogo só vai até 99 horas, depois disso simplesmente ele não conta mais! Bizarro!
É triste ver que ficamos sem este jogaço aqui no ocidente por causa dos benditos direitos autorais, acho que se houvesse uma maior cooperação por parte das empresas que detém os direitos nos EUA poderíamos ver essa localização acontecer. Aliás, isto é algo que até vem mudando, temos o exemplo recente de Tatsunoko VS Capcom, que conseguiu ser localizado nas Américas, mas também devido às séries serem um tanto antigas o que deve ter facilitado na aquisição das permissões.
Alguns jogos que realmente não pensei que veria por aqui estão começando a ser lançados como Fragile para o Wii, o jogo é um tanto oriental, e realmente fiquei feliz ao ver que seria trazido pra cá, mas acho que essa iniciativa ainda pode melhorar muito.
Algumas empresas como a XSeed games, vem de uns tempos pra cá fazendo um bom , trabalho e trazendo ao nosso mercado bons títulos japoneses.Cito como exemplo ogame Cult do DS até pouco conhecido Retro Games Challenge que realmente é uma viagem no mundo gamer, um jogo realmente muito criativo. Mas ainda há grandes títulos como Mother da Nintendo (que ensaiou uma estabilização no ocidente porém somente Earthbound (mother 2) veio e agora só podemos ver Ness e Lucas em ação em Smash Bros.
E vocês, leitores, o que acham a respeito da não Localização de jogos para o ocidente pelos direitos autorais, e até em alguns casos, por nunhum motivo aparente como é o caso da Namco e seu Tales of VS lançado para psp há pouco tempo atrás, que é um jogo bem ao estilo Smash bros, e muito bem feito por sinal?
Obs.: O desenho que abre o post é a metade da parte de trás do pôster publicado no 40° aniversário da Shonen Jump, a outra parte já foi postada pelo Thiago neste post (clique) e a outa metade você encontra aqui (clique).
Duas antigas scans japonesas promovendo o game!