Por Wendel Santos!
É impossível não fazer comparações quando o tema central num anime é… espíritos. Lembro-me quando comecei a acompanhar Bleach, achava tudo muito corrido e classifiquei como mais uma história “xerocada” e melhorada que se baseava nos mesmos conceitos de antigos grandes animes que trataram do mesmo gênero, como Shaman King, YuYu Hakusho, entre outros.
Não muito tempo mais tarde mudei minha opinião sobre o anime, não porque achei ele mais original, mas sim porque ele cumpria sua premissa: a de nos apresentar esse mesmo tema sob uma perspectiva diferente.
Nurarihyon No Mago a primeira vista parece ter essa mesma premissa.
Rikuo, é um adolescente tão comum quanto eu e você, a diferença é que sua origem deriva (não se explica até o momento porque diabos) de uma família de Youkais. Ele até poderia viver com esse fato se isso não lhe impusesse obrigações, porque ele é o próximo a herdar as vontades de seu clã, o clã Nura, o problema é que o garoto não quer nada além de viver uma vida normal e vive tentando esconder suas raízes, mas com a casa recheada de demônios ele dificilmente tem sossego.
E assim começa a história, tanto o primeiro quanto o segundo episódio são bem mornos, com o protagonista da história se mostando um 1/4 Youkai (Inuyasha de novo? Mas já num tinha acabado?) que ainda não despertou por completo.
O traçado do anime lembra mais um shoujo, cheguei a lembrar de kanagi quando bati os olhos pela primeira vez, mas não se deixe enganar porque aqui os youkais ao menos sangram (uau!), sendo protegido por seus subordinados, em destaque Yuki Onna sua acompanhante atrapalhada, sempre as voltas com ele na escola, ela assim como os outros membros da família esperam com anseio pelo dia em o jovem Rikuo despertará como o Youkai que vai suceder o velho matriarca da família que não poupa a própria língua tentando convencê-lo disso.
E é ai que está momento clichê, em momentos de perigo o protagonista da série se transforma em youkai, e com uma personalidade totalmente diferente da do garoto, entra em cena e salva o dia (tá… agora me conta algo novo, vai). Sempre durante a noite, porque ao manhecer acaba voltando a sua forma humana original (que nem a cinderela e a carruagem que virava abóbora lembra?).
Com apenas dois capítulos exibidos e uma história onde se nota a pressa (pra não dizer vagareza) dos produtores em contá-la, não há muito o que se extrair do anime mas não tiremos conclusões precipitadas, quem é fã de Ketekyo Hitman Reborn lembra como foi duro assistir todos os 20 e poucos episódios antes da luta contra Mukuro, se a introdução durar metade disso e o anime se mostrar algo bacana, terá valido o esforço.
Quanto ao mangá; Ele começou sua ascensão na Future Gold Cup, concurso promovido pela Shonen Jump, onde o criador da série Hiroshi Shiibashi venceu publicando um one-shot da série em 2007. A publicação do mangá se deu início em 2008 e até então conta com 9 volumes encadernados, o anime chega com a missão de populaziar o mangá, o que me faz pensar se não é cedo demais pra isso, afinal quantas séries acabam se deteriorando quando tem de entrar em fillers pra não colidirem com a história do mangá (Naruto e Bleach são ótimos exemplos).
Será que vai vingar? Acho que fica cada vez mais difícil criar uma história boa nos dias de hoje, onde mais se copia do que se cria, onde o que vale mesmo é fazer história pífia pra vender gashapon e produtos derivados da série, tudo muito comercial mesmo.
Nurarihyon No mago é mais um shonen com a marca da Jump e pra ter virado anime deve ter tido uma boa recepção por parte da audiência japonesa, então o que dizer… só esperando mesmo pra saber e esperar que assim como antigos sucessos da Jump, esse também possa nos mostrar o mundo do além de uma perspectiva (mais uma vez) diferente.
Observações (Por Thiago): Caramba, eu assisti esse animê no final de semana. E dormi durante o primeiro episódio. Sério! Não recomendo que vejam esse animê após uma farta refeição. XD Mas falando sério, meio que concordo com tudo que o Wendel comentou acima. Clichê demais, personagens desinteressantes, e essa coisa de garoto de óculos que vira uma outra “entidade” mais descolada e madura, não é nem um pouco interessante na minha opinião. A única coisa que chamou a minha atenção, e se for melhor trabalhado ao longo da trama, são os diferentes e esquisitões espíritos que ficam rodeando o protagonista. Há uma boa variedade ali e alguns parece bacanas. Mas essa coisa de “O Médico e o Monstro”, fala sério…
Ah, faltou o Wendel informar que esse animê estreou agora em julho no Japão. Então não esperem a exibição dele na TV, paga ou aberta, aqui no Brasil tão cedo. Alias isso se chegar por aqui, tem tanto animê que nem sai do Japão.