Mas vamos brincar um pouco. Para quem está comprando a coleção CLD toda semana regularmente, em quanto tempo vocês conseguem ler os volumes? Eu nunca fui um leitor daqueles que devoram um revista numa só tapapa, sabem? Eu gosto de ler aos poucos, a menos que eu não tenha nada para fazer, o que é sempre raro de acontecer, aí eu coloco a leitura em dia, do contrário, a minha leitura acaba sendo em doses homeopáticas. Em geral leio as páginas de documentários da edição, para ficar por dentro do contexto literário do volume. Aí paro, em geral só tenho um tempinho por dia para ler algo, então a continuação fica para o dia seguinte. Aí no dia seguinte eu leio mais uma história, dependendo do tamanho dela, até leio duas. Como a coleção às vezes tem histórias de 20/30 páginas, eu consigo ler duas, mas algumas na coleção tem 50 à 80 páginas, destas, só uma por dia mesmo. Nisso, lá se foram de 3 a 4 dias para ler todo o volume. Parece uma tortura, né? Não sei porque não leio tudo de uma vez. Como vocês fazem? Com mangás meu ritmo é um pouco diferente, geralmente leio por capítulos, de 4 em 4 mais ou menos. A menos que a saga seja boa, já que mangá é que nem novela, a história uma sequência só. Já as edições regulares leio metade num dia e metade no outro, também não curto acabar a edição numa tapada só.
Enfim, vamos à lista das histórias:
História produzida em 1966 (Inducks)
Roteiro e desenhos de Luciano Bottaro
64 Páginas
HQ inédita no Brasil!
Tio Patinhas em A Lâmpada do Paladino
História produzida em 1990 (Inducks)
Roteiro e desenhos de Giorgio Bordini
21 Páginas
HQ originalmente publicada no Brasil em:
* Tio Patinhas 309 1 (1991)
Donald em Patópolis Libertada
História produzida em 1967 (Inducks)
Roteiro de Guido Martina e desenhos de Giovan Battista Carpi
67 Páginas
HQ inédita no Brasil!
Acredito que até dá para dizer “tudo não passou de um sonho” e por isso certas reviravoltas e situações da história ficam com aquela sensação de falta de eixo, mesmo que tudo tenha sido orquestrado pela bruxa Vanda. Achei que ficou estranho a Margarida acabar ficando com o Gansolino, mesmo que essa seja a deixa para deixar Donald fora de seu juízo normal. E aquele final, com a viagem à lua é fantasia demais pra minha cabeça. Soma-se isso ao fraco traço da época em que a história foi feita e o resultado não me agradou muito.
Chega até a ser curioso como o Patinhas do sonho consegue até o último minuto vencer todos os desafios sem deixar que a luz do “lampião” se apague frente à todos os desafios que surgem em sua jornada até o tesouro, o que alias combina com o personagem. A mensagem ao final sobre o perigo que uma vela pode causar também é verdadeira, alias quando comecei a ler a história pensei nisso, no perigo que existe dormir lendo com a vela pregada no livro. Não sabia que isso ia ser levado à sério no final da história. Mesmo que hoje em dia não deve existir muitas pessoas que lêem livros com qualquer objeto como uma vela ou um lampião, alias eu nuncas vi um treco como aquele que o Tio Patinhas usou na história. Tio Patinhas é tão muquirana que nem mesmo compra um abajur pra si. A participação de Brigite também me agradou, eu gosto da personagem, está certo que o Tio Patinhas tem aquela queda pela Dora Cintilante das histórias de Barks, mas a Brigite me parece uma personagem bem mais “real” nas histórias do que a Dora, que é mais uma daquelas paixões passageiras da juventude.
Dentro dos padrões da coleção e de limitações, acredito que este volume tenha sido bacana. Muita fantasia e situações fora do comum, não dava por exemplo para estas duas histórias da década de 60 serem publicadas nos gibis de linhas atuais, só mesmo aqui. Por isso, com certeza é uma edição válida.
Créditos das imagens das páginas acima ao hotsite da Abril para a Coleção. 🙂