Ahá!! Agora sim! Buso Renkin mostra a que veio e está 90% melhor! [Vol. 2] [MdQ]

Caramba, gente, estamos muito bem servidos de mangás esse ano! E não falo de grandes lançamentos, mas de títulos mais obscuros! A Panini com Kekkaishi e a JBC com Buso Renkin… fiz MdQs de ambos os mangás, mas como o da Panini começou antes, está um volume à frente, e só agora o #2 de Buso chegou às bancas. Depois de ler, o que posso dizer? Impressões, embora de maneira diferente, no mesmo patamar das de Kekkaishi! É depois do continue!

E eu vou dizer que, sinceramente, estava esperando que o mangá pendesse mais pro lado mais ou menos da coisa depois que terminei de ler o primeiro volume. Acho que até ficou meio implícito no primeiro MdQ, né? Mas felizmente o autor conseguiu dar aquele gostinho especial à história.

A única, única reclamação que tenho deste volume é em relação à luta contra Washio. Não que não tenha criatividade ou que as armas não sejam legais, mas como o próprio autor se auto critica em um dos freetalks, ficou tudo muito superficial ainda. Os golpes que acertam não parecem ter força, as poses de luta parecem forçadas e só mesmo as expressões faciais (principalmente do Kazuki) estão de acordo com a situação. Sua duração também foi meio problemática, quatro capítulos! E não que ela tenha tido muitas reviravoltas, foi uma questão de desperdício de quadros mesmo, algo que *cof, cof* temos visto muito em Bleach. Mas o próprio autor está ciente disso, e acho simplesmente o máximo ele comentar sobre suas dificuldades de criação nos freetalks! Já tinha ressaltado isso no MdQ do primeiro volume, e continuo achando bem única a forma dele escrever essa seção.

E esse seriam os 10% que ainda podem melhorar. Os outros 90% que tiveram um salto de qualidade foram distribuídos em progressão da história, personagens secundários, relação entre os protagonistas e principalmente no (ex) vilão. O melhor capítulo do volume foi, sem dúvida alguma, o de número 14, “Midnight Run 2”. O autor conseguiu, nessas poucas páginas, mostrar muito bem a personalidade de Kazuki e Tokiko, e como eles funcionam bem juntos. A piada do chacoalhar me fez rir alto aqui nas duas vezes em que se repete, e a decisão do Kazuki foi muito legal, ainda servindo pra deixar os românticos de plantão (ahem) bem satisfeitos com a cena dele levando ela pro alojamento e ela toda perturbada com isso, ainda mais depois do ataque de mártir que teve com aquela história de “vou me matar”. (Isso me lembra um pouco a Robin de One Piece, mas num nível obvimente muito menos sério e emocionante, o que seria até difícil de alcançar no segundo volume, né. E a Tokiko como um todo me lembra a Rukia de Bleach, mas isso eu já tinha dito no MdQ passado.)

E o capítulo não acabou aí! Ainda deu pra mostrar os dois chegando, sendo recebidos pelos amigos (atenção! Quantos mangás shonen que tenham elementos sobrenaturais deixam os personagens secundários verem o resultado das lutas em que os protagonistas se metem? Deu um ar de novidade à história essa relação mais próxima dos companheiros, por mais que eles não façam parte do grupo que vai pro quebra-pau, e gostei disso.) e até a despedida do Kazuki indo atrás do Papillon mesmo todo destruído. Romântico, engraçado, variado e com bastante conteúdo. Se isso fosse um Conversa de Mangá, essa semana a coisa taria muito boa.

Bom, deixe-me falar um pouquinho do vilão. Sua aparição no primeiro volume foi bem esquisita e, sinceramente, achei bem ridícula aquela máscara de borboleta… não parecia um vilão de respeito, se é que me entendem, e até pelo fato de ele ser um colegial parecia que a ameaça não era assim tão séria. Terminei de ler torcendo pra que ele não fosse o vilão até o final da história, mas acabou que ver o seu fim no volume 2 me deixou até com pena de ter acabado assim. Watsuki conseguiu desenvolver uma personalidade forte pro personagem, ao mesmo tempo em que mostrou o porquê de ele ser problemático, e por mais que “influência paterna” seja clichê, não achei que ficou forçado ou desnecessário.

A parte bruta do personagem veio à tona assim que ele virou um homúnculo humano, numa sequência de eventos bem convincente em que mata os familiares e os subordinados, e aliás, a forma como ele se transformou foi uma sacada muito boa do autor. Quando seu irmão destruiu o homúnculo eu fiquei raciocinando mil possibilidades, e cheguei a cogitar que o próprio Jirô resolvesse assumir o papel de vilão, mas não, Kôshaku conseguiu ir até o fim com seu plano e, tirando a parte da sunguinha de borboleta onde ele guarda suas coisas (sério, muito what the fuck essa parte, mas achei que encaixou perfeitamente com o humor do mangá, assim como, no primeiro capítulo, na parte em que ele concorda com Kazuki sobre sua máscara, numa cena bem cômica XD), se mostrou um vilão de respeito.

A luta que se seguiu a esse “renascimento” de Papillon foi a melhor do mangá até agora. Parece que Watsuki finalmente acertou a mão, conseguindo enfim passar uma sensação de velocidade e brutalidade! Até exagerou nos traços grossos, feitos com carvão, pra dar essa sensação, e particularmente achei infinitamente melhor às lutas anteriores, nas quais a sensação era mesmo de algo bem truncado e paradão. No final, foi até capaz de matar o vilão, voltando atrás, assim, em sua palavra de que não iria fazer isso, e gostei muito dessa decisão do autor! Na hora em que Kôshaku coloca em xeque essa questão, fiquei “bah, que droga, o Kazuki vai bolar um jeito de pegar a chave sem matá-lo e vai ser tudo bonitinho”, mas felizmente Watsuki me surpreendeu de novo.

E assim, Kazuki desmaia depois do dever cumprido. Bem clichê, mas foi muito bacana vê-lo acordar chorando por já ser de manhã, e aí se dar conta de que estava no colo da Tokiko e  de que estava tudo bem com ela. Esse “gurreiro líder” que apareceu desperta meu interesse também, e provavelmente indica que o volume 3 vai se focar na organização que combate os homúnculos, só não sei se gostei do fato de ele ser o “líder” mesmo; nunca acho que os chefões devem aparecer no início das histórias, hahaha.

Das melhorias, faltou falar dos personagens secundários. Não apareceram tanto quanto no primeiro volume, mas marcaram muito mais. A irmã do Kazuki ficou ótima de enfermeira, e gostei da atitude daquele com o topetão (não decorei nomes ainda), me lembrou o Chad de Bleach, pronto pra partir pra briga e ajudar o Kazuki caso seja necessário. Queria ainda chamar atenção pra piada com a revista de mulheres que começou no primeiro volume e terminou no primeiro capítulo desse, hahaha, ri demais quando o Kazuki ficou sabendo! Mas é, acho que é isso, gente, estou realmente feliz por esse mangá ter se revelado promissor, e agora aguardo ansiosa os oito volumes restantes. Até o mês que bem com mais Buso Renkin!

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