Impacto: games que surpreenderam e outros que decepcionaram!

Post Coletivo - 2 de 2

A realidade virtual interativa é uma importante parte da cultura nerd…

Ontem, o pessoal conheceu um pouco mais o lado gamer de alguns de nós. Hoje, assim como havia prometido no fim do post de ontem, temos a segunda parte criada para evitar que a concentração de todos membros em um único post tornasse a leitura muito extensa.Se ainda não leu a primeira parte, clique aqui.

Nesta última parte, o Rackor, a Dakini, o Pedro Duarte, o Juliano e o Fabio (que felizmente confirmou a sua participação no post) falaram tanto sobre os jogos que lhes decepcionaram, como aqueles que deixaram a marca de uma boa surpresa. A vida de um gamer é feita desses momentos. Por isso, continue lendo!

Rackor

Decepcionou – Kingdom Hearts 358/2 Days (DS)…

Pegue a franquia Kingdom Hearts e tire quase toda parte da Disney que faz parte do mundo da série, limite as aparições de Final Fantasy à Moogles e que sobra? KH 358/2.

Para quem jogou qualquer um dos dois jogos de PS2, ou até o ótimo Chain of Memories de GBA, sente -se como se tivessem puxado um tapete sob seus pés. O universo do jogo é definitivamente limitado à organização XIII e seus membros, o que diminui em muito a diversão do jogo e a diversidade dos inimigos e tramas.

Não é um jogo ruim, mas sim um Kingdom Hearts ruim, parece que falta o “algo à mais” que fez do primeiro jogo da série o sucesso que é hoje. Um sistema repetitivo de missões, em conjunto com cenários sem a criatividade característica da série me fizeram parar o jogo com umas 12 horas, que foram jogadas à muito custo na esperança que o jogo melhorasse. Para meu primeiro KH que comprei e não peguei emprestado de algum amigo realmente foi horrível. Mas como a esperança é a última que morre KH Re:Coded vem aí.

[ Créditos ao usuário do Deviantart InsLock pela Fanart]

Surpreendeu – Disgaea: Afternoon of Darkness (PSP)!

Consegui comprar este jogo para o meu PSP a custo de muita procura, pois ele já é antiguinho. Foi lançado por estas bandas no final de 2007, porque depois de FF Tactics A2, estava querendo um jogo de estratégia no mesmo estilo para jogar. E não me decepcionei com mais este port vindo direto do PS2.

A história é sobre uma dimensão paralela (Netherworld) comandada por um demônio,  e um mundo dos anjos, Celestia, pode parecer um pouco batida mas o humor (que é caraterístico da série) consegue suprimir esse enredo aparentemente fraco que vai se aprofundando e agigantando com o aparecimento de novas dimensões e de até alguns habitantes do nosso planetinha.

Algumas passagens e personagens do jogo são especialmente engraçados e outros até cativantes, como Mid Boss, o auto-intitulado rival do héroi que se aproveita das fraquezas do demônio, que são hilárias por sinal, como otimismo em geral e mulheres com… err… digamos atributos, XD.

A presença da dublagem japonesa no disco é só um adento que deixa as coisas muito mais divertidas. Não que a dublagem Americana seja ruim, mas as vozes japonesas são demais! Sério, a voz da robôzinha Thursday é impagável!

O gameplay é o básico dos jogos de estratégia em geral, mas apresenta seu próprio toque especial em pequenas coisas como o sistema de Catch’n’Throw que se bem utilizado permite que você ataque aquele boss fujão sem dó! Os chamados Geo-panels só adicionam mais dor de cabeça à jogatina, como exemplo cito aqueles que o tornam invencível que está na área de seu efeito! Você deve estar dizendo “..ué? E isto não é bom?”, por um lado sim, até é, mas lembre que se seu inimigo também pode usufruir deste efeito, e para acabar com ele você deve forçá-lo a ir para fora, é exatamente como você vai fazer isto que complica.

Existe ainda o chamado Item World que funciona como um ferreiro, mas ao invés de só pagar e aumentar os atributos de seus equipamentos, você precisa entrar neles e ir até seus últimos andares para despertar o verdadeiro poder que guardam! Ainda há opções de criar aprendizes, que servem como novos integrantes do grupo, e, quando colocados lado a lado com seus mentores podem ensinar suas técnicas aos mesmos.

E como uma cereja no bolo, para aqueles sedentos por Exp. o nível máximo de todos os personagens é 9999!!Acho que isso realmente é o que se diz “replay quase infinito”  Simplesmente meu queixo caiu quando soube, meu Laharl está “só” por volta do 400! XD

[Créditos ao usuário do Deviantart Baka-Shinji pela Fanart]

Dakini

Decepcionou – Final Fantasy XIII (PS3/X360)…

Anos demais em desenvolvimento, hype demais em cima do primeiro Final Fantasy em HD. Qualquer nova imagem ou vídeo passava por análises rigorosas que tentavam descobrir como funcionava isso ou aquilo, especulando tanto quanto possível, numa maneira bem similar ao que aconteceu com Zelda: Twilight Princess. A diferença é que TP decepcionou, sim, mas não em praticamente tudo, como foi o caso de FFXIII, ao menos na minha opinião.

O sistema de batalha é o que o salva. Originalíssimo e gostoso de controlar, tendo aquela pitada de estratégia e mãos rápidas para trocar de Paradigm na hora exata. Funciona perfeitamente e nem o famoso tutorial de 20 horas me incomodou. Aliás, pra mim, os problemas começaram (ou me dei conta deles) assim que me jogaram em Gran Pulse. Abriu-se um mundo literalmente colossal à minha frente, mas o nível de dificuldade repentinamente altíssimo podou um pouco da liberdade da descoberta.

Por que os problemas começaram aí? Bom, porque eu estava preparada para o tutorial, aquela parte do jogo em que a história engatinha, quando ainda não sabemos o que o vilão quer ou às vezes nem mesmo temos um objetivo, mas FFXIII nunca “engata a segunda”. A história foi o erro mais crasso que a Square cometeu: como, me digam, como pode um Final Fantasy não pegar o jogador ansioso para ver o que acontece a seguir em nenhum momento? Parece que todas as revelações atingem o mesmo botão “ah, era só isso?” no cérebro, e em nenhum momento fiquei triste pela morte de alguém ou feliz com o reencontro de outros. Sazh e Vanille ainda conseguem protagonizar os momentos mais angustiantes, envolvendo mentiras e o pobrezinho do filho dele, mas mesmo assim, é profundidade de conversa de bar.

A mitologia criada para o jogo, todo o entorno dele, é magnífica, mas a história peca em fazer o jogador querer saber mais. Tudo nos é dito na cara, e mesmo flashbacks que deveriam surpreender e revigorar o ânimo de ir até o fim do jogo só me surpreenderam pelo visual, que é de fato deslumbrante. Gran Pulse em especial merece giros de 360º no analógico direito por minutos a fio, mas não era isso que eu buscava em FFXIII. Pra completar, chego ao final do jogo, no “point of no return” sem o menor apego a qualquer dos personagens. Não me importo com o fim que terão, nem se vão matar o vilão ou não, nem com o que vai acontecer com Cocoon… e isso não está errado? O jogo inteiro, tirando as batalhas, parece um filme mal e mal interativo, mas até mesmo como filme ele desaponta, porque nada é convincente a não ser o visual.

Poderia escrever muitos outros parágrafos detalhando melhor meu ponto de vista, mas pra esse post, acho que já escrevi até demais. Preciso dizer, porém, que eu tentei muito, muito mesmo gostar desse jogo. Me diverti com ele em muitos momentos, até porque como eu disse, o sistema de batalha é perfeito, e também briguei com os que o condenaram o jogo quando eu ainda estava lá pela metade, mas ao chegar no fim e ver que o jogo não me passou absolutamente nada, que eu não tenho vontade de rejogá-lo nem que fosse só pra rever as cenas de corte… bom, parece que a cada vez que reflito sobre ele, a conclusão é mais negativa. O jogo é melhor do que muitos outros por aí, não estou aqui dizendo que se trata de lixo, mas que decepcionou como poucos… isso não posso negar. Ainda mais depois da experiência mais que divina que tive com o jogo abaixo.

Surpreendeu – Valkyria Chronicles (PS3)!

Quando ainda não tinha um PS3, lembro-me de ter ficado curiosa com Valkyria Chronicles, mas que alguma coisa nele não me deixava louca pra jogá-lo… talvez o design ou… não sei mesmo o que era, mas eis que esse ano finalmente o peguei pra jogar, e não posso me arrepender mais do que me arrependo por não ter feito isso antes.

O gameplay é a parte mais única de VC, uma mistura que deu incrivelmente certo e que é satisfatória num nível que eu jamais pensei experienciar fora de um Fire Emblem, e esse seria o foco de qualquer review, também merecidamente. Mas além disso… a história e os personagens são extremamente, confiem em mim, extremamente bem desenvolvidos. Os dois protagonistas em especial são convincentes em seus papeis, e não se trata de dois adolescentes salvando o mundo porque foram escolhidos, mas de dois adultos que se veem no meio de algo contra o qual precisam lutar como puderem para salvar o que prezam. É claro que ambos têm algo de especial no fim das contas, mas absolutamente nenhuma parte da narrativa parece forçada, e isso é um mérito tremendo para qualquer RPG.

E não são só Alicia e Welkin que se destacam, Rosie, Largo, Isara e Zaka são os outros principais e também vão morar no coração de quem jogar, mas além deles, todos os integrantes do Squad 7 (cerca de 30 para mais) surpreenderão por terem sido pensados realmente como alguém de personalidade definida, e não só personagens genéricos. O hub world em forma de livro, as conquistas internas (uma pena não ter suporte a troféus), o new game +, as belíssimas CGs e o visual de estilo único (isso ninguém pode contra-argumentar, vocês nunca jogaram nada assim), os personagens mais que marcantes e principalmente uma das melhores histórias que já comandei, tudo isso é Valkyria Chronicles. Terminar o jogo e sem nem parar para ir tomar água começar de novo é inédito pra mim, assim como chorar de alegria com as cenas finais (que eu mais que garanto, vocês não viram em outro lugar). Se têm um PS3, envergonhem-se de não terem comprado/jogado essa joia, uma das mais belas coisas que a SEGA já fez, e com certeza o melhor RPG já lançado para PS3.

Pedro Duarte

Decepcionou – Mario Kart Wii (Wii)…

Lembro como esse foi um dos primeiros jogos que eu comprei! A nostalgia era forte e o apelo também, afinal, era Mario Kart – jogo que marcou minha infância e que joguei em todos os consoles Nintendo…

Mas, embora tenha o controle inovador da Nintendo (agora não é mais novidade), o jogo é apenas uma repetição do mesmo. Até mesmo as pistas mantiveram um padrão e pistas antigas foram utilizadas! O jogo é ainda muito fácil e, em poucas horas, a pessoa consegue zerar tudo, ganhar tudo, enfim, não tem mais o que fazer a não ser guardar na prateleira.

Agora, o que mais me aborreceu foi o modo multiplayer! Não dá para jogar para completar o jogo com duas pessoas! Por que tiraram essa opção?!

A graça dos jogos da Nintendo, principalmente, é a diversão e interação com amigos e outras pessoas…

Tá aí, decepcionou por completo!

Surpreendeu – Call of Duty: Modern Warfare Reflex (Wii)!

Quando já estava desistindo do Wii, eis que apareceu essa agradável surpresa! A jogabilidade com o controle Wii é o que dá o diferencial, é verdade. Aliás, depois que você experimenta, não consegue mais se adaptar a dar tiros “somente apertando um botão”…

Mas, não é só por isso que é uma grande surpresa! O jogo é divertido, exige estratégia e não é tão fácil quanto o repertório exige! Curti os personagens, as missões (embora toda a premissa contra o terrorismo seja bem batida), as ambientações…

Estou em busca das novas versões e agora sempre acompanhando a franquia. É claro que não é nenhum jogo inovador, mas, gostei das ordens dadas ao mesmo tempo que a batalha e você sempre como “o responsável” por tudo. A “vida” do personagem com um período de reclusão e achei isso fantástico! Nos poupa tempo de só continuar jogando sempre – a não ser quando você faz uma besteira muito grande e recebe muitos tiros ao mesmo tempo – não tem aquele item somente para melhorar o “life”, sabe?

Enfim, recomendo esse jogo que reacendeu minha vontade de explorar o Nintendo Wii e me forneceu horas de muito sangue e explosões!

Juliano

Decepcionou – Top Gun (PSN/Steam)…

Eu como adorador de shooters e super fã de After Burner, resolvi desembolsar os U$14,99 cobrados pelo jogo na PSN mesmo após ter tirado notas baixas em alguns sites… teimosia boba… o jogo que é inspirado no filme da década de 80 de mesmo nome, deixa a desejar em vários momentos, o jogo segue o estilo do já citado After Burner só que com uma jogabilidade horrível e uma dublagem detestável, se salvam os bons efeitos de som e as aeronaves bem feitas.

O jogo ainda conta com um modo multiplayer, que em consequência da qualidade do jogo é muito vazio, porem é funcional e consegue divertir mais do que o modo solo. Com certeza Top Gun é um para se passar longe, ainda mais pelo preço que se é cobrado.

Surpreendeu – Rocket Knight (PSN/XBLA/Steam)!

Esse sim foi uma aposta e das boas, Rocket Knight desenvolvido pela Konami, é um jogo de plataforma lateral com gráficos em 3D, no jogo você controla Sparkster, um gambá cavalheiro equipado com foguetes nas costas e sua espada energética.

O jogo segue fielmente o estilo com uma jogabilidade que flui muito bem, com apenas alguns minutos de jogo você já estará familiarizado com os comandos, detalhe para o foguete que é super usado, pois é essencial para alcançar certos lugares nas fases. Vale lembrar que em alguns momentos, o estilo plataforma é deixado de lado para fases no estilo shooter que dão aquela variada no gameplay e diversifica um pouco. (Já da pra imaginar o quanto é divertido controlar o personagem ao melhor estilo R-Type né?)

Rocket Knight para mim é um jogo essencial pra quem gosta do estilo, aguardo anciosamente por uma continuação, o fato de ser lançado via download também é um ótimo atrativo pois deixa o preço praticado (U$14,99) bem justo nos dias de hoje.

Por curiosidade, Rocket Knight é uma série antiga dos anos 90, teve duas versões para Mega Drive e uma para SNES, mas como muitas outras franquias acabou no esquecimento retornando agora para PC, X360 e PS3.

Fabio

Decepcionou – Gears of War 1&2 (X360)…

Foi inesperadamente difícil pensar num jogo que realmente tenha me decepcionado, pois devido ao orçamento limitado que tenho para investir nesse hobby, costumo pesquisar bastante antes de adquirir algum título, o que minimiza consideravelmente as chances de me decepcionar com algo. Às vezes me arrisco e compro jogos baratos que acabo não curtindo muito, mas como nunca espero muita coisa deles, não posso dizer que me decepcionam. Aliás, para ser sincero, também não esperava grande coisa de Gears of War. A demonstração do jogo mostrada na E3 de 2006 (se não me engano) deixou muitos boquiabertos, mas eu não me impressionei. Os belos gráficos e o sistema de cover eram interessantes, mas, no geral, me pareceu ser apenas mais um dos muitos jogos de tiro excessivamente violentos narrando a luta entre militares e alienígenas que pintaram nos últimos tempos.

Por causa de problemas financeiros, cheguei bem atrasado à sétima geração de consoles. Só no começo deste ano consegui comprar um Xbox 360, e, de lá pra cá, Gears of War se tornou uma das franquias mais populares da atualidade, vendendo mais de 11 milhões de cópias ao redor do mundo. A essa altura eu já estava bastante impressionado com os jogos e doido para experimentá-los, pois, apesar de popularidade não ser sinônimo de qualidade, as notas agregadas de 94 e 93 que a primeira e segunda partes já lançadas da trilogia receberam, respectivamente, indicavam ao menos se tratar de jogos muito bem feitos. Bom, após ter completado cada campanha em todas as dificuldades possíveis e passado incontáveis horas coletando achievements, posso dizer com convicção que, apesar de muito divertida, a franquia Gears of War é, na minha opinião, extremamente supervalorizada.

Meu principal problema com Gears of War é que ambos os jogos são apelões e cheios de falhas. Aqueles que optaram por explorar apenas as dificuldades mais baixas ou jogaram em co-op provavelmente não entenderão o que quero dizer, mas quem já se aventurou sozinho pelo modo insane com certeza sabe o quanto é frustrante morrer várias vezes seguidas sem ter feito nada de errado. Nesta dificuldade mais alta, seu personagem é literalmente tão frágil quanto papel, e a sobrevivência dele depende exclusivamente do bom uso do sistema de cover. Infelizmente, esse sistema é falho nos dois jogos. Em Gears 1 é bem pior, chegando ao ponto de você não ter certeza se ficar atrás de uma barreira vai te proteger ou não dos tiros inimigos. O melhor exemplo disso é a luta contra o último chefe do jogo, na qual é simplesmente impossível traçar uma estratégia 100% a prova de falhas, uma vez que os mesmos lugares onde você se protege numa tentativa, vão fazer você morrer na próxima. A coisa é tão arbitrária nessa luta que todos os guias que li na internet aconselham o jogador a explorar um bug do jogo, que faz com que RAAM fique preso atrás de um bloco no chão para vencer.

O sistema de cover melhorou consideravelmente no segundo jogo – apesar de ainda ser frustrante não conseguir se esconder em certos lugares do cenário onde isso deveria ser possível – e o principal chefe, Skorge, não é tão apelão quanto RAAM. Porém, a luta contra ele expõe outras fragilidades do jogo, como a fraca inteligência artificial dos bots. O personagem Dom, controlado pelo computador, tem apenas uma tarefa nessa parte: se livrar dos tickers para que o jogador possa se focar apenas em Skorge. Nas outras dificuldades ele até consegue dar conta do recado, mas é simplesmente inútil no insane. Outro grande problema que tive nessa luta foi ao tentar desviar do (pasmem!) pilar de concreto teleguiado que o inimigo derruba sobre você. Tentei várias vezes e com vários timmings diferentes, e o resultado era sempre arbitrário. Tive que pesquisar na internet por um método alternativo de desviar dos pilares para conseguir passar do chefe e, pra mim, o simples fato de seu objetivo num jogo não ser claro o bastante a ponto de você ser obrigado a buscar ajuda externa, é uma tremenda falha. Uma coisa é um jogo oferecer várias maneiras diferentes de se matar um chefe, e o jogador às vezes ter que recorrer a guias em busca de maneiras alternativas que ajudem a facilitar a tarefa. Entretanto, pelo menos um caminho para a vitória sempre deve ser mostrado com clareza ao jogador, por mais difícil que seja.

Apesar de ter um chefão “mais fácil”, jogar Gears of War 2 sozinho no insane é ainda mais frustrante do que fazer o mesmo em seu antecessor. Isso porque cada modo de dificuldade foi feito claramente pensando em oferecer desafio a dois jogadores em co-op, o que torna a tarefa de quem joga sozinho muito mais desafiadora do que deveria ser. Num determinado momento do primeiro ato, por exemplo, você tem que usar um morteiro para matar um Brumak antes que ele chegue até você. Morri diversas vezes nessa parte sem entender o que estava fazendo de errado, e quando passei foi por pura sorte, pois fiz exatamente a mesma coisa que não havia dado certo nas dezenas de tentativas anteriores. Ficou claro neste ponto que o que faltava ali era um segundo jogador com um morteiro para me ajudar, e isso é ridículo. E quem não tem amigos com quem jogar, como eu? Passa raiva? Absurdo! Já foi anunciado que Gears of War 3 terá suporte a co-op para 4 jogadores e se a dificuldade seguir o mesmo esquema burro dos dois primeiros jogos ao invés de ir aumentando progressivamente de acordo com o número de jogadores (o que seria o mais lógico), morro de pena de quem, como eu, for obrigado a jogar sozinho.

Não me entendam mal, pois gosto de um bom desafio. Porém, tenho plena consciência de que não sou nenhum mago dos jogos. Tudo que conquistei na minha “carreira” como jogador foi às custas de muito esforço e várias tentativas, e acho que é assim mesmo que deve ser com a maioria das pessoas. Entretanto, uma coisa é você não conseguir passar de uma fase por ela ser difícil, e outra é você ficar preso nela porque o jogo quebra sas próprias regras e faz com que você falhe mesmo sem cometer qualquer erro. Um exemplo que vêm à mente do bom uso de dificuldade em jogos é o chefe final de Metal Gear Solid 3. Lembro que morri várias vezes quando tentei derrotá-lo na dificuldade máxima e sem usar armas letais, mas sempre porque não estava apertando o botão no momento certo ou deixando de contra-atacar de maneira eficiente. Quando consegui aprender o timming correto e venci a luta, fiquei extremamente feliz e satisfeito comigo mesmo, pois sabia que o mérito era todo meu. Já em Gears of War, quase sempre que passava de uma parte na qual ficava encalhado, eu sabia que tinha sido muito mais por sorte do que por méritos, e isso tira todo o ponto de sequer tentar zerar o jogo na dificuldade máxima.

Os dois jogos me decepcionaram em vários outros aspectos, mas é melhor parar por aqui para evitar que esse texto fique ainda maior. Talvez, em uma outra oportunidade, eu me anime e escreva um review mais completo sobre eles. Por hora, basta dizer que me diverti bastante jogando Gears of War, não me arrependo do dinheiro que gastei nos dois jogos e estou doido para jogar o terceiro, mas jamais daria notas tão altas a ele quanto o restante da imprensa internacional. Esperava por jogos nota 9, mas acabei encontrando jogos nota 7, e por isso os aponto como minhas maiores decepções dos últimos tempos. Não concorda comigo? Tudo bem. Essa é apenas a minha opinião, e você tem todo o direito de discordar dela. Só peço que a respeite, da mesma forma que respeitarei a sua. 🙂

Surpreendeu -Metroid Prime (GC)!

Quem me conhece há algum tempo e sabe o quanto sou apaixonado por Metroid Prime e pela Nintendo, com certeza vai se surpreender com esta escolha. É que nem sempre foi assim. Embora jogue videogame há quase 20 anos, infelizmente, não tive a oportunidade de conferir as aventuras anteriores de Samus Aran pelo universo 2D dos portáteis e consoles caseiros de 8 e 16 bits. De fato, a série Prime foi meu primeiro contato com esta franquia, e me envergonho imensamente em dizer que antes do lançamento do primeiro jogo da trilogia, em 2002, não fazia a menor ideia do que era Metroid.

As excelentes críticas que o jogo recebeu ao ser lançado chamaram minha atenção, mas havia um enorme obstáculo que me impedia de sequer considerar jogá-lo: o fato de ser um FPS. Ok, tecnicamente, Metroid Prime é um FPA, mas a maior parte do combate ocorre da mesma maneira que na maioria dos jogos de tiro em primeira pessoa, e isso realmente era um problema. Aliás, dizer que eu “não gostava” de FPS é um eufemismo. Eu detestava o gênero, e confesso que até tinha um certo preconceito com as pessoas que os jogavam, achando que era diferente e até mesmo superior a elas. É que na época esse tipo de jogo era muito mais comum em PCs do que em consoles, e minha cabecinha jovem e imatura de 8 anos atrás achava que PC gamers não eram “jogadores de verdade” (bobagem, eu sei…)

Isso não me impediu de comprar o jogo, mas meu preconceito era tão grande que sequer dei a ele a chance que merecia. Joguei alguns minutos e, apesar de concordar que se tratava de algo muito bem feito, tive plena convicção de que não era pra mim, e resolvi vendê-lo. Um bom tempo depois, atendendo aos apelos de um amigo, resolvi dar uma segunda chance ao jogo, e que bom que fiz isso. Metroid Prime beira a perfeição em todos os aspectos possíveis, e é um dos melhores títulos que já tive o prazer de jogar. Gostei bastante de sua sequência, Echoes, também, mas, infelizmente, tive que vender meu Wii antes de poder experimentar Corruption. Atualmente, a edição especial contendo a trilogia completa encontra-se lacradinha na minha prateleira, e aguardo ansiosamente pela oportunidade de jogá-la.

Cheguei a pensar em escrever sobre vários outros títulos, mas cheguei à conclusão de que muitos deles, como os recentes Bioshock e Uncharted, eu sequer teria jogado se não fosse por Metroid Prime. A importância deste jogo pra mim é tão grande, que minha trajetória como jogador pode muito bem ser definida antes e depois dele. Ele fez com que eu me despisse de antigos preconceitos bobos e abrisse minha mente para jogos que, no passado, eu sequer cogitaria experimentar. Hoje em dia eu não penso duas vezes antes de jogar um bom shooter, e sou imensamente grato a Metroid Prime por cada segundo de diversão que extraio deles.

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