Polêmico ou despretensioso? Como religião se virou em Glee! [2×03] [PdS]
Glee: 2º Temporada, terceiro episódio (2×03) foi exibido nos EUA dia 05 de outubro: “Grilled Cheesus”
Enquanto isso no Brasil: Glee é exibido no Brasil pelo canal pago FOX. Atualmente o canal exibe a primeira temporada todas as quartas feiras às 22:00.
Aviso: Continue lendo apenas se você já assistiu o terceiro episódio da 2ª temporada de Glee. Haverá spoilers! Caso ainda não tenha assistido, assista apenas o vídeo (promo do episódio) após o “continue lendo” e depois não prossiga com a leitura.
Àqueles que ainda não conhecem o Papo de Série, basta clicar aqui e ficar por dentro do projeto. Depois do “continue”, conversamos mais.
Confesso que não esperei ansiosamente pelo episódio desta semana de Glee. A premissa de um episódio religioso me dava certo medo de como iriam encaixar um assunto tão frágil e polêmico em uma série de comédia, sem chamar atenção de religiosos furiosos. Para minha felicidade, me surpreendi com a qualidade do episódios apresentada esta semana.
Eu sempre defendi a bandeira de que Glee é uma série comédia/musical, e disso não deve sair. As tentativas frustradas de drama na primeira temporada só serviram para fortalecer minhas convicções neste aspecto. Grilled Cheesus foi um tapa na minha cara para que eu veja que Glee pode sim manter um drama sem que a série se torne chata. É claro que o drama não se segurou sozinho. A grande diferença desse episódios para os fracassos anteriores é que desta vez o drama acompanhou uma boa comédia e, é claro, o mais importante: uma boa quantidade e qualidade de músicas.
O episódio se passou em dois focos. Enquanto Finn segurava a centro da comédia do episódios rezando para seu “Queijus grelhado” (melhor tradução para o caso), Kurt era o centro do foco dramático, com o repentino ataque cardíaco de seu pai.
No lado comédia, Glee foi até mais agressivo do que achei que iria ser. O deboche com a devoção a objetos com “faces santas”, o que na minha opinião é um absurdo religioso, foi um charme a parte. A contribuição de Brittany com frases como “Deus é um anão malvado?” após o argumento de Kurt sobre a inexistência de Deus foi de matar de rir. Agora, achei Finn bem apático quanto a situação do pai do Kurt. Tirando o barraco que ele dá no início do episódio quando ele descobre que é o ultimo a saber sobre o acontecido, Finn não toca mais no assunto. Ficou muito estranho, principalmente após ele falar que considerava Burt um pai pra ele.
Enquanto isso, Kurt sofria com seu pai no hospital após o ataque cardíaco enquanto seus colegas tentavam ajudá-lo com músicas religiosas. Logo, Kurt se revela ateu e recusa todas as ajudas. Chega até mesmo a ajudar Sue a proibir que os membros do clube continuassem a cantar musicas religiosas. Neste momento me preocupei um pouco com o rumo que o roteiro poderia tomar. Transformar o episódio em uma luta entre religiosos bonzinhos e ateus vilões seria, no mínimo, detestável. Felizmente, não foi o que aconteceu. Afinal, o episódio deixou claro que o comportamento de Kurt não é devido a sua crença e sim por conta de sua personalidade agressiva. No final, ambos os lados aprenderam a respeitar suas diferenças de crenças sem puxar o tenebroso clichê de transformar Kurt em um cristão convicto, perdendo magicamente as convicções que carregou toda sua vida. Coisa que não aconteceu com Finn, que ganhou e perdeu a mesma religião em apenas um episódio. Bem, o personagem foi feito para ser abobalhado assim, então não foi nada não natural.
Partindo para o que interessa, música! O episódio trouxe também ótimas interpretações musicais. Mesmo com belíssimas performances de Mercedes cantando “I Look to You” e “Bridge Over Troubled Water”, o destaque do episódio não poderia deixar de ser Kurt cantando “I Want To Hold Your Hand”. Mesmo que a canção não tenha ficado melhor que a original, a combinação dela com os flashbacks de Kurt foram o bastante para se tornar a cena mais emocionante do episódio. Aliás, onde diabos encontraram aquele mini-Kurt? Ele é exatamente igual ao Chris Colfer! Até mesmo o jeito de passar a mão no cabelo deu aquele toque especial para deixar os dois ainda mais parecidos. Minha suspeita é de que se trata de um irmão ou primo do ator, mas não cheguei a procurar sobre isso…
Pausa agora para o ponto mais baixo do episódio: Rachel cantando “Papa Can You Hear Me”. Não que tenha ficado ruim, afinal qualquer coisa cantada por aquela mulher fica bom, o caso é que não cabia e não devia. Sério, tanto a musica quanto o tom de voz diziam que a musica eram obrigatoriamente de Kurt. Parece que os produtores tem uma obrigação de contrato de dar no mínimo um solo para Rachel por episódio. Acabou que ficou uma cena estranha, para não dizer randômica.
O episódio acabou e mais uma vez a pele de Will foi salva pela comoção de Sue ao ver o grupo cantando “One of Us” após algumas visitas a sua irmã, que também rendeu ótimos momentos para o episódio. É difícil não simpatizar com essa personagem em suas cenas com a irmã. Mesmo que ela faça uma maldade ali e aqui, Sue fica perfeita até mesmo fazendo drama.
E para terminar este post vou lhes deixar com a melhor frase de Sue neste episódio: “Esse país não é uma monarquia, acredite, eu tentei”.
Músicas do episódio
– “Only The Good Die Young”. Interpretada originalmente por Billy Joel.
– “I Look To You”. Interpretada originalmente por Whitney Houston.
– “Papa Can You Hear Me”. Interpretada originalmente por Barbra Streisand.
– “I Want To Hold Your Hand”. Interpretada originalmente pela banda The Beatles.
– Losing My Religion”. Interpretada originalmente pela banda R.E.M.
– “Bridge Over Troubled Waters”. Interpretada originalmente por Paul Simon em parceria com Art Garfunkel.
– “One Of Us”. Interpretada originalmente por Joan Osbourne.
eu achei que no final o kurt devia acreditar em deus, assim como sue.. mas tudo tem seu tempo, a frase mais linda pra mim foi ‘ Deus não comete erros ‘