Matéria de Gustavo Ovelha!
O dia 13 de outubro de 2010 vai ser uma data que vai ficar para sempre na minha memória, curti uma das melhores noites da minha vida, sendo assim um dos melhores shows que já presenciei. Green Day retornou ao Brasil depois de 12 anos, passando pela primeira vez na capital gaúcha e foi um show explosivo, elétrico e contagiante.
Antes do Green Day subir ao palco, quem subiu foi a banda de indie rock gaúcha Superguidis para fazer a abertura. Os caras fizeram bem, ficaram à vontade no palco e assim foi um show de meia hora bem barulhento e firme. Provavelmente conquistou alguns fãs.
Exatamente às 21h30min, quando a galera gritava enlouquecida pelo nome da banda, sobe ao palco o já conhecido coelho rosa do Tour do Green Day. Segurando duas garrafas de cerveja e ao som de YMCA agitou a galera antes do trio começar seu show. Pouco após o coelho deixar cambaleando o palco as luzes do Gigantinho se apagaram e começou o espetáculo, 21st Century Breakdown, música que dá nome à turnê e ao último álbum da banda foi como esse show memorável começou. A animação tomou conta geral, comprovando que Green Day mesmo mudando um pouco nos últimos anos continua agradando e muito.
Logo no começo da música vimos que o show seria explosivo. Várias explosões no começo, meio e fim da música, passando na sequência sem pausa alguma para Know Your Enemy e East Jesus Nowhere. Nessa sequência vimos o primeiro fã subir ao palco, uma coisa que se repetiu muito durante o show e eles não se importaram um momento com isso, mostraram devoção e carinho pelos fãs. No show todo foram em torno de 15 pessoas que subiram ao palco e todas foram bem tratadas pela banda inteira. Green Day tocou com uma animação e empolgação poucas vezes vista, não parece nem um pouco que estão juntos há vários anos, pela empolgação do trio parecia o primeiro show junto da banda.
A partir daí o show começou a ser um passeio pela carreira do trio. Desde American Idiot até Dookie e Nimrod. Depois das três músicas iniciais do novo cd, foi a vez de American Idiot dar as caras com uma sequência enorme: Holiday, Letterbomb, Give Me Novacaine, Are we the Waiting e pra finalizar, após ouvir Billie Joe gritar “Brazil is better than Argentina” começou St. Jimmy, que formou uma roda punk e agitação enorme da plateia, que a essa hora estava à beira da loucura. Boulevard of Broken Dreams veio para acalmar a galera e também para impressionar o trio. Foi nessa música que Billie Joe percebeu que estava diante de um público diferente. Ele ouviu o ginásio todo cantar mais forte que os próprios instrumentos da banda o refrão da música. Billie Joe largou a sua guitarra e se ajoelhou no palco, impressionado, a música parou, o trio reverenciou seus próprios fãs que começaram a gritar “Green Day”.
O clima estava pronto, Billie Joe tinha o público inteiro na mão, nessa hora Billie provocou: “Onde estão os fãs old school do Green Day?”. Era o sinal que as antigas estavam por vir, com uma guitarra semelhante à Blue, a que ele usava no começo da carreira, ouvimos Nice Guys Finish Last, Burnout e Geek Stink Breath. Após isso uma surpresa pra mim, começou o primeiro riff de uma música que há muito tempo não se via no setlist do Green Day. Billie Joe começou a cantar: “Here we go again…”, era o início de Going to Pasalacqua, uma ótima surpresa. Billie Joe continuou com sua guitarra Blue pra entoar 2000 Light Years Away e Hitchin’ a Ride.
Terminado esse bloco do show, como já era de se esperar, Armstrong puxou os primeiros covers: Iron Man, Rock n’Roll, Sweet Child o’Mine e Highway to Hell. Uma pausa para brincadeiras, Billie Joe atirando água na galera. Palavras de amor ao Brasil dizendo que amava todos ali e que queria beijar todos, o que aconteceu com dois, uma guria e um guri. Billie ainda usou uma espécie de metralhadora de papel higiênico para brincar com o público e uma bazuca que atirava camisetas para o público que estava mais atrás. Terminando esse momento o líder do Green Day começou uma história dizendo que eles estavam procurando um novo cantor e busca mais uma pessoa da platéia, uma guria, provavelmente a mais invejada do show, pois ela subiu ao palco e cantou Longview, cantou toda a música sozinha com a banda tocando seriamente para a garota. Ao final o vocalista pede para a garota esperar, pois tinha algo para dar a ela. Ele tirou a sua guitarra e lhe deu, avisando “Aprenda a tocar, pois sua voz é horrível”.
Após essa interação com o público veio Basket Case e She, as duas com várias explosões que surpreenderam o público. A galera cantou junto todas as duas músicas. Green Day saiu rapidamente do palco e voltou com as famosas alegorias para tocar King for a Day. O show virou um carnaval, músicas alegres, luzes coloridas até o final da música, onde deitaram no palco e cantaram outros covers: Satisfaction e Hey Jude. Billie se emocionou e gritou para todo o ginásio: “Nós estamos em casa, nós somos brasileiros”. Com isso veio 21 Guns, para emocionar a todos e fazer o público iluminar tudo com celulares, isqueiros, um momento marcante.
Após passear por toda a carreira, Green Day deixou o palco pela primeira vez, ao som de Minority. A plateia queria mais, gritou para fazer eles voltarem rapidamente. Veio então American Idiot, que foi entoada por todos, se duvidarem até o solo de guitarra foi entoado pelo público que estava muito empolgado. Logo após veio provavelmente a música mais longa da banda, Jesus of Suburbia. Um show à parte foi do público, que se sentou todo no chão para reverenciar os ídolos. Após os quase 10 minutos da música, foi emendado Whatshername. O encerramento do show ficou por conta de Wake me Up When September Ends e Good Riddance, com Billie Joe tocando no violão.
O refrão da última música diz bem o que eu achei do show: “É algo imprevisível mas no final está certo. Espero que você tenha tido o momento da sua vida”. Digo por mim, foi a noite da minha vida, o que eu vi nessas três horas de show vai ficar para sempre na minha memória. Green Day passou pela primeira vez por Porto Alegre e pelo jeito gostaram. Um dia após o show a banda postou em seu twitter oficial (@GreenDay): “2 things. Last night in porto alegre was top 3 craziest shows we ever played!And tonight is AI 200th performance! Congrats to the cast!!!!!”. Merecido, 3 horas de um show de fogos de artifícios, uma sintonia entre o público e o trio poucas vezes vista e com uma presença de palco incrível, Green Day foi algo que vai ficar marcado para sempre na memória dos gaúchos.