Quando Minnie Pocket Love foi anunciado pela Editora Abril, algumas semanas atrás, fiquei fulo da vida. Todos sabem aqui que sou fã e colecionador dos quadrinhos Disney, e por isso, sinto uma enorme falta de uma revista com um maior número de paginas, que possibilite a publicação de mais e mais histórias que até hoje permanecem inéditas no Brasil. Afinal, as 3 publicações mensais de histórias inéditas, Mickey, Pato Donald e Tio Patinhas, não comportam todos os tipos de histórias e quem está perdendo somos nós, que ficamos sem ler excelentes histórias, principalmente as de arcos e sagas italianas, como Mágicos do Mickey, Topolinia 20802, Donald Duplo, Pateta Reporter etc.
Crítica, opinião e impressões sobre a nova revista, além de fotos da edição de estréia, após o continue:
Falta então uma revistona com um maior número de páginas que permitam que histórias assim saiam no Brasil. Por isso quando fiquei sabendo que Minnie Pocket Love teria 160 páginas só de quadrinhos, e inéditos no mix, o sangue ferveu mesmo. A Abril cria uma revista para o público infantil e feminino, e a galera mais adulta, que coleciona, continua sofrendo com as revistinhas mensais que não aguentam muito material de qualidade que está sendo publicado lá fora? Baita sacanagem.
Não que o público feminino não mereça uma revista voltada para elas, mas isso não quer dizer que as revistas mensais sejam específicas para o público masculino, pelo contrário, acredito que as regulares sejam para ambos os sexos. Por isso, ainda acho uma certa injustiça pensar que Minnie Pocket Love abre tanto espaço assim para histórias para garotas e a gente fique a ver navios sem uma revista própria para o público masculino. Cheguei a enviar um e-mail ao editor Paulo Maffia sobre isso. A Abril poderia muito bem lançar uma segunda revista chamada, sei lá, “Donald & Mickey Pocket Adventures” ou “Patópolis Pocket Adventures” ou algo assim. Isso iria abrir espaço nas bancas brasileiras para os arcos italianos, mais aventuras inéticas que não são alocadas nas mensais, e principalmente, daria espaço de folga para mais histórias do Superpato, Indiana Pateta, Mickey Detetive, PAI – Patinhas Agência de Investigação entre outras séries. Até mesmo republicar na íntrega, arcos que sairam no passado aqui no Brasil e permanecem incompletos até hoje, como Era uma vez na América. Até mesmo relembrar velhos clássicos, como as histórias baseadas em Ducktales. Percebem o enorme potencial desperdiçado? O público masculino, fãs, e colecionadores, merecem sim uma pocket voltada para nós, com material citado acima.
Saindo um pouco dessa esfera do que podia ser feito por aqui, quero comentar um pouco do formato de Minnie Pocket Love #1, que tem lançamento marcado oficialmente para hoje, 28 de outubro.
Quanto ao formato físico da revista, achei perfeito. Ela é um pouco menor do que as revistas regulares da Disney por aqui (veja as fotos). Não chega a ser exatamente pocket, porque eu não imagino um bolso grande o bastante para caber uma revistinha deste tamanho, mas para as mulheres, é um formato prático para se deixar na bolsa ou mochila e levar para ler em qualquer lugar. Não que as mensais em formatinho também não sejam, pois eu acho que são. São 160 páginas, o que dão muitos e muitas histórias de longa duração, e também gostei muito da qualidade da lombada quadrada da revista. O encadernamento dela ficou até melhor que a de Clássicos da Literatura Disney, que por causa do papel de melhor qualidade, tem o péssimo hábito de ficar “estralando”. Minnie Pocket Love não sofre do mesmo mal no processo de encadernamento e quanta saudades estava de uma revista de lombada quadrada da Disney. Bons tempos de Almanaque Disney e Tio Patinhas nesse formato.
Já em relação a seleção de histórias do volume, sendo sincero, achei um pouco sacana. O Paulo Maffia comentou em entrevista no HQ & Cia, que pretende colocar na nova revista não apenas histórias da Minnie e Mickey, mas também aventuras do Donald com a Margarida e o Tio Patinhas e Brigite, mas não é exatamente isso que acontece nesta primeira edição, que está lotada de Minnie. São 4 grandes histórias italianas da namorada do Mickey, com o rato aparecendo em quase todas. As outras 4 histórias da edição curtinhas, duas com a Margarida (republicações, péssimas alias), uma com o Donald e a Oona (inédita), a patinha pré-histórica (que o Maffia continua devendo a sua história de origem aqui no Brasil), que é bem divertida e podia tranquilamente também ter sido publicado na revista do pato, e uma outra com Mickey e Minnie (inédita também), feito na Disney Dinamarca, e tem um clima mais de mistério, também poderia ter saido na revista do Mickey sem problema pois tem um bom traço e qualidade.
Um detalhe em relação as 4 grandes histórias italianas da edição, três delas são inéditas e possuem grandes nomes na produção delas. A que mais me chamou a atenção foi A Cidade Sempre Acesa, produzida agora em 2010, que tem roteiro de Alessandro Sisti e desenhos de Lorenzo Pastrovicchio, que trás bonitos quadros, traço e enquadramentos, dando personalidade à história. Além desta, Férias Perigosas, tem roteiro do excelente Bruno Sarda, num roteiro meio clichê onde a donzela (Minnie) é raptada e o mocinho (Mickey) precisa correr para o resgate, mas Bruno Sarna tem um ótimo histórico de bons roteiros, então dá para confiar. Por fim, a revista fecha com o sempre excelente, traço de Giorgio Cavazzano em Os Desejos de Amor, que não tem como errar quando se trata de traço, alias a história tem um plot (idéia) interessante, com Minnie investigando porque as estrelas cadentes não realizam mais os desejos das pessoas. Esta história do Cavazzano já foi publicada na Itália 4 vezes ao longo destes anos.
Por fim, mesmo que as histórias sejam um pouquinho diferentes do habitual das outras revistas de linha atualmente, não vejo como elas não possam agradar os fãs de quadrinhos Disney. Verdade que são um pouco mais adocicadas do que o normal, mas ainda assim, é uma excelente opção para quem sente falta de mais quadrinhos inéditos nas bancas. Lembrando que a revista é trimestral e custa R$ 7,95. Não acho um mal negócio. Só espero mesmo que nas próximas edições, a Abril consiga dar uma variada melhor no mix de histórias, eu mesmo, já mandei ao Paulo Maffia, três sugestões de histórias para sempre republicadas na revista: * Indiana Pateta, Mickey, Minnie e Clarabela em A Cidade de Gelo / * Tio Patinhas e Brigite em o Outro Patinhas / * Tio Patinhas e Brigite em A Fórmula da Riqueza. Será que tem alguém das antigas, como eu, que se lembra destas pérolas? Todas combinam perfeitamente com a proposta da revistinha na minha opinião.
Alias é sempre interessante adquirir as edições de número 1 de qualquer tipo de quadrinhos, pois nunca se sabe. Vai que elas vinguem e futuramente, esta mesma edição, mesmo que você não a curta, vai acabar valendo uma boa grana por aí. E eu torço para que Minnie Pocket Love consiga sobreviver nas bancas e no mercado de quadrinhos no Brasil. Acho que ela pode abrir as portas para toda uma novas linha pocket de quadrinhos Disney com outros temas mais legais. É por isso que vou dar meio apoio e comprar as próximas edições também. Se fosse apenas mais uma revista de republicação, não iria apoiar, mas material inédito é sempre bem vindo na minha opinião.
Galeria enorme de fotos!
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