Portallos Entrevista: Thalita Rebouças – escritora best seller, repórter teen da Globo e pop star!

thalista rebouças

Ela está em todas e parece que nasceu para estar em todas: uma combinação de beleza, talento, ambição e perseverança. Contra muitas coisas, abandonou a faculdade de direito e entrou no curso de jornalismo, quando se redescobriu e resolveu escrever, de fato, literatura.

Com o primeiro livro publicado, Traição entre Amigas, pela ediora Ao Livro Técnico, a figura da própria Thalita foi quem o destacou na Bienal do Livro de São Paulo (2001): ela fez polichinelo, gritou, anunciou como um feiramente faria para chamar atenção para seu produto!

Sempre mantendo o foco na literatura infantojuvenil, adoslecente e, eu diria até para “as adolescentes”, ela chegou a editora Rocco, a mesma de Harry Potter o Brasil.

Hoje, Thalita Rebouças tem 11 livros publicados e mais de 600 mil exemplares vendidos. Com o sucesso, surgiu ainda o convite da Rede Globo, onde participou de vários programas, como Esporte Espetacular e Vídeo Show (no quadro Fala Sério, Vídeo Show!)

Com títulos de tanto sucesso, que chegou ao ponto de ser a autora mais procurada da editora Rocco na ultima Bienal (teve de ser escoltada e tudo!), procurei a Thalita, desde julho para responder a algumas poucas perguntas sobre o mercado editorial brasileiro, nossos hábitos de leitura, qual o caminho para publicar um livro e se destacar no meio da multidão de autores…

A agenda apertada fez com que eu reduzisse as perguntas de 10 para 7, depois de 7 para 5, até que, enfim, consegui algumas das respostas – que foram dadas de forma satisfatória e atenciosa.

Por isso, vale a pena, apenas o Continue Lendo, conferir a opinião desta autora best seller de uma “nova geração” falando também sobre: os livros chatos que temos que ler na escola, a ligação entre as mídias, se a TV aumentou suas vendas e ntre outras coisas. Tem também um vídeo de um perfil feito pela Discovery da autora…

PE: No Brasil, pode-se observar que, a literatura infanto-juvenil, em sua maioria, é produzida fora do país: com os best sellers, publicidade e força editorial americana e inglesa, adaptações para o cinema, etc. Acha que ainda há espaço para um autor brasileiro ganhar destaque neste perfil? Com uma literatura que se passe no Brasil, com nomes brasileiros, etc.

TR: Claro que há e acho que cada vez mais. O leitor quer ver o seu cotidiano retratado nos livros. Acho que esse é um fator muito importante para que eu tenha vendido tanto para esse público.

PE: Você acha que, para o sucesso de um autor (sucesso me refiro a reconhecimento, vendas, enfim, poder viver dessa forma de arte), a carreira literária dele tem que estar atrelada a outras mídias? Por exemplo, adaptações para cinema, teatro; no seu caso, participações em programas de televisão, um site super legal… Como uma nova forma de tornar publico o trabalho – com um trabalho midátido mais forte.

TR: Acho que outras mídias ajudam muito a vender um livro, mas eu já tinha passado dos 600 mil exemplares quando assinei com a Globo. Na verdade, a Globo só me procurou devido ao sucesso dos livros. O que eu acho fundamental hoje em dia para que um autor consiga chamar a atenção dos adolescentes é uma presença forte na Internet, pois é lá que essa galera passa grande parte do tempo livre. Adaptações para cinema, TV e teatro normalmente chegam depois que o livro já é um sucesso.

PE:
É possível alguém, totalmente desconhecido, enviar um original para uma editora e ser publicado? Sempre ouvimos em falar em agentes literários, indiações, enfim, facilitadores que fazem chegar alguém de talento à mesa de alguém responsável para publicação. Qual a melhor forma desse “milagre” acontecer?

TR: Há seis anos eu era desconhecida e a Rocco apostou em mim, através do seu processo natural de seleção de novos autores. Tenho certeza de que tudo continua igual, o processo de escolha continua o mesmo. O editor, ao se deparar com a montanha de originais que chega todo mês, vive uma angústia constante: será que estou deixando passar nesse meio um autor que será capaz de vender milhares de livros? Para o autor, é preciso ter os cuidados de sempre: mandar uma sinopse bem feita e um texto limpos, sem erros gritantes de português. E torcer, porque sempre foi e continuará sendo difícil ser publicado por uma grande editora, assim como é difícil passar nos vestibulares mais disputados. Eu nunca tive um agente literário, então não saberia opinar se eles facilitam o processo.

PE: Observando a sua agenda, dá pra notar que é bastante apertada: responder os emails, participar de eventos, estandes, divulgação, etc. Qual o processo para parar, sentar e escrever?

TR: Esperar a madrugada chegar, quando o telefone não toca mais. É o melhor momento para escrever, o momento da solidão e do silêncio. Durante o dia eu tomo notas rápidas de coisas que me pareceram interessantes, mas parar para escrever mesmo só de madrugada.

PE: Você acha que os livros escolhidos no colégio, a literatura clássica brasileira, digamos assim, afasta novos leitores? Não acha inadequado um garoto de 12 anos ter de ler Senhora, por exemplo? Eu, pelo menos acredito que, temos que mostrar o simples, adaptando para a idade e assim, construir um leitor que irá procurar o melhor no futuro, lendo os clássicos brasileiros e internacionais… (E também odiava ter que ler Senhora!).

TR: Concordo com você. Eu mesma odiei Machado de Assis quando li no colégio. Quando fui reler, com vinte e poucos anos, adorei e percebi a razão de ele ser tratado como um gênio. Acho que os colégios precisam equilibrar a leitura entre livros que vão agradar os jovens e livros necessários à sua formação intelectual e ao vestibular. Muitos já estão fazendo isso com sucesso, conseguindo manter nos adolescentes a paixão pela leitura que eles tinham quando eram crianças. Isso é fundamental, pois um adolescente que lê certamente vai ser um adulto leitor.

PE: Muito obrigado pelo seu tempo.
As perguntas, sei que foram bastante afiadas no que diz respeito ao mercado etc. Mas, você é uma escritora em evidência, de um gênero que gosto muito e seria imprescindível a sua participação!

TR: O prazer foi meu, Pedro. Um abraço!

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