Faz algum tempo que a galera da equipe do blog parou de ficar publicando posts apenas para mostrar reviews em vídeos do site internacional Gametrailers. Isso porque em algum momento deste ano de 2010 todos sentaram e conversando chegamos na conclusão de que deveriamos nos esforça mais para criarmos nossas próprias análises, que nós mesmo deveriamos testar com maior frequência os games. Claro que isso acontece na medida do possível. Ninguém da equipe é rico e ainda não somos pagos para ficarmos o dia todo na internet blogando (meu sonho!), então entre o trabalho da vida comum, os afazeres domésticos e a disponibilidade de dinheiro, a gente faz o possível para jogar um pouco de tudo. Por isso, os reviews em vídeos da Gametrailers diminuiram aqui. Mas vou abrir uma exceção (assim como já houve outras). Apesar do lançamento do Kinect ser agora no dia 18 de Novembro, dificilmente alguém da equipe vá ter 600 pratas para desembolsar no lançamento, muito menos comprar os principais games da primeira leva do acessório. Eu pretendo comprar, mas mais para início de 2011, usando uns cupons marotos do Submarino se possível.
Por isso, resolvi trazer para cá, uma amostra do que aconteceu em basicamente todos os reviews internacionais dos games para Kinect. E os vídeos da Gametrailers, mesmo em inglês, ilustram bem o que rolou e como são os games dessa primeira leva. As notas não impressionam, os games apenas tem pequenos lances de genialidade, mas no conjunto da obra ainda deixam a desejar. Tudo bem que trata-se de uma tecnologia nova, com uma idéia jamais aplicado no mundo dos games. O anúncio, assim como o desenvolvimento a toque de caixa para o lançamento em 2010 também não ajuda muito.
Não sei se todos sabem, mas em média um ótimo game leva de 2 a 3 anos de desenvolvimento, ou até mais. Há exceções, mas não é este o caso. O Kinect foi anúnciado ano passado, mas ainda não estava completamente terminado, portanto, os games ainda estavam tomando forma. O aplicativo de pintura que me impressionou muito não virou um game no lançamento de 2010, o mesmo para o Milo que já foi para a lixeira. Mas algumas coisas ficaram, outras foram xerocadas dos conceitos utilizados pela Nintendo e a Rare até se esforçou para criar games visualmente bonitos e ainda aplicar a idéia de jogos para a família, ou seja, games casuais.
Mas essa primeira leva mostra que o Kinect tem muito que se aperfeiçoar. O gameplay precisa de uma melhor resposta, os generos em si precisam ser mais originais e criativos e a diversão precisa estar acima da frustação que se tem ao pagar caro por um game, que no final das contas, parece incompleto. Após o continue, quero falar um pouquinho de cada um dos games avaliados pela Gametrailers, que são: Kinect Sports, Kinect Adventures, Kinectimals, Sonic Free Riders, Dance Central e Kinect Joy Ride!
Kinect Sports – 6.4
Basicamente o que temos em Kinect Sports é uma cópia de Wii Sports. Fiquei meio decepcionado com a variedade de esportes que o game trás. Alguns são cópias e conceitos idênticos ao do game da Nintendo, como boxe, boliche e tennis (aqui de mesa). E se era para copiar, porque não copiar baseball? Será que este é um esporte que não funcionario no Kinect? Se bem que no Wii já não era tão preciso assim. Estava um pouco animado para ver como ficaria a versão para futebol no Kinect, mas pelos vídeos, é tudo realmente básico. Os games de atletismo, como corrida com obstaculos e arremesso de vara são ainda menos interessantes. O vôlei no entanto me pareceu um pouco mais divertido. E na real, Kinect Sports e Kinect Adventures, deveria ser um único game. Aí sim acho que poderia ficar mais animado. Uma mairo variedade de brincadeiras num único game. Acho uma tremenda sacanagem o fato da Microsoft ter criado dois games separados para mostrar o funcionamento do Kinect.
Kinect Adventures – 6.6
Este é o game que vem junto com o acessório. Como disse acima, pra mim, deveria ter sido feito um Kinect Sports & Adventures. A Gametrailers reclama sobre o fato de ser um game que não apresenta qualquer longevidade. Os games são curtos e causam o desinteresse rapidamente. Serve justamente para testar o Kinect e pronto. Interessante eles reclamarem sobre o fato de alguns games do Kinect ficarem tirando fotos do jogador enquanto o mesmo está jogando, deixando claramente a sensação de ridículo que se tem com o Kinect, mas tudo em pró da diversão e do bom humor? Será? Você ficaria irritado com o aparelhinho tirando fotos suas a todo momentoe mostrando na tela? Não sei não. Uma dos games que ainda não tinha visto nesta versão do game é a dos bonequinhos no fundo do mar, jogando uma espécie de twister aquáticos. Achei divertido, se funcionar direitinho pode ser bem engraçado jogar em dupla. Já o do bote descendo o rio, vi ele tantas vezes, que parece até que não existe qualquer variedade no mesmo. E o de flutuar no espaço? Nem mesmo pelo vídeo e explicação, eu entendo como funciona direito. E parece que o melhor mesmo é da parede de bolas e blocos, usado na apresentação original do acessório e aprimorado ao longo deste ano que passou.
Kinectimals – 8.5
Curioso que Kinectimals e Dance Central tenham levado as maiores notas. Na verdade o que me impressionou bastante em Kinectimals foram os gráficos. No geral o jogo é uma mistura feito pela Rare de Nintendogs(cats) e Viva Piñata. Muitos mini-games, total interatividade com o felino na tela. Um game com um apelo mais infantil é verdade, mas ainda assim, deve ser divertido de olhar e ver as variáveis que este tipo de game precisa ter em termos de inteligência artificial. Sem mencionar que também usa o sensor de voz, uma das coisas mais bacanas do Kinect na minha opinião. A única coisa que achei meio pobre, é que a Rare chamou o game de Kinectimals, mas os felinos são os únicos animais do game. Poderia ter sido dado uma variedade maior de animais então. Que tal se criasse um bebê Elefante? Ou qualquer outro animal diferente. Daria um ar mais original ao game, sem mencionar a criatividade. Interessante no review da Gametrailers eles apontarem que o game dá uma ótima sensação de progressão. Games desse gênero “pets” são difíceis de conseguir isso. Ah uma coisa interessante. Repare que num momento do vídeo aparece um mini-game de kart, na tela aparece a sombra das mãos do jogador e um volante. Ótima ideia para dar a sensação de controle, gostei disso.
Sonic Free Riders – 4.5
Putz, parece que tudo que tinha para dar errado em um game do Sonic, realmente dá errado neste game para o Kinect. A Gametrailers critica muito e mostra em vídeo a falta de coordenação do gameplay do game com o Kinect. Nada funciona direito pelo visto. O game também não chega cheirando algo novo. A franquia Riders já ganhou algumas versões na geração passada e nesta e nunca foi realmente bem sucedida. Parece que o Kinect não ajudou em nada nesse ponto. As fases tem aqueles visuais batidos e clichês, os personagens são os mesmo de sempre e apesar dos power-ups parecerem interessantes, aquela bola gigante parece mais atrapalhar do que ajudar. E é uma pena, porque o conceito usado no game parece muito interessante, com o controle do corpo e das mãos livres para pegar argolas e usar os itens de trapaça, mas a Sega ainda tem muito que aprender com Mario Kart, antes de sair criando um game assim. Infelizmente.
Dance Central – 8.1
Potencial para acabar se tornando o “Guitar Hero” do Kinect. Na verdade parece ser um game divertido e bem moderninho, as músicas são atuais, e os personagens dançando na tela ajudam muito nos movimento. Parece ser a evolução de “Dance Dance” diria. Mas acho que teria muita vergonha de jogar esse game. Sou um pésimo dançarino. Teria que treinar muito sozinho antes de sair jogando com alguns amigos isso. É muito mico. Parece que é um caminho interessante para se explorar no Kinect. Alias, mencionei Guiter Hero, mas tocar um instrumento de mentira parece bem mais natural do que dançar seguindo os passos que são mostrados na tela da TV. Você toparia jogar esse game na frente da galera, assim de cara, sem nunca ter experimentado? Dance Central parece um game que não fica interessante no Move e no Wiimote, mas parece perfeito para o Kinect. Só prefira de alguns refinamentos segundo o review da Gametrailers. E eu incluiria nele alguns mini-games temáticos, para deixar ele mais divertido ainda.
Kinect Joy Ride – 5.4
Por último, o que considero uma das maiores decepções do Kinect. Joy Ride surgiu para ser um game gratuito para os assinantes da Live, acabou sendo adaptado ao Kinect e com isso, virou um game de caixinha por U$ 49. Acho muita cretinisse isso. Claro que ele acabou sendo expandido, ganhou mais mini-games, modos de games e mais detalhes, mas ainda assim, parece um game pequeno demais para um lançamento solo. Isso também é rebatido pela Gametrailers no review. E tem um detalhe quanto ao gameplay, lembro que na apresentação da E3 olhando a moça no palco jogando, sempre que ela dava um turbo, ela gritava “turbo”. No começo achei que o turbo seria assim, por um comando de voz, mas na verdade é pelo movimento do braço. A Microsoft deveria ter implementado em todos estes games melhores funções de voz. Imagina que barato é gritar com o seu carro e mandar ele fazer algo! E depois de ModNation Racers no Plaustation 3, já está mais do que na hora da Microsoft cair na real e apostar nos modos de customizações e compartilhamento pelos jogadores. Deixassem que os gamers inventassem pistas e carros em Joy Ride. Isso tornaria o game bem mais interessante. No fim, acho que é mais um game que não serve para provar o portencial que o Kinect pode ter.
Concluindo então. Acho que a primeira leva de games do Kinect foi no fim, bem insatisfatória. Games imprecisos, com essa aparencia de estarem incompletos. Acho que o Kinect pode realmente ser mais que isso, porém, para isso, é preciso mais originalidade e criatividade nos games. A Rare realmente não é mais como no passado, não acho que ela tenha calibre ou potencial para cuidar da linha Kinect, acho que no final, vamos depender de outros estúdios como a Ubisoft, que sempre mostrou saber usar muito bem o Wiimote. Não dúvido nada se não veremos os Rabbids em 2011 num game para Kinect. A Microsoft também precisa provar que o Kinect pode ser híbrido, funcionar em games com controles e em generos mais hardcore. A Live Arcade também deve entrar na onda do Kinect em 2011. Enfim, há ainda muito que explorar e desenvolver com a nova tecnologia. Resta ver se todo mundo vai ainda estar animado ou empolgado com o Kinect, até a Microsoft conseguir promover os devidos acertos em seus games. No fim, eu diria que o Kinect é mais uma aposta para o que deve vir a ser feito no próximo console da empresa. Com um hardware melhorado, uma mídia de maior capacidade e um Kinect 2.0 ainda mais preciso. Neste momento, é tempo de experimentar e testar de tudo e ver como a tecnologia se sai. O que vocês acham?