Eu não sou velho, mas também não sou relativamente um moleque. Fui criança entre a metade da década de 80 e metade da década de 90. Não sei quantos leitores aqui do Portallos atualmente tiveram a mesma felicidade que eu. Cresci com Tiny Toons, Pinky e Cérebro, os clássicos da Hanna-Barbera, Animaniacs, o Pequeno Scooby-Doo, Garfield & Amigos, Flinstones e Jetson, Laboratório de Dexter, Johnny Bravo, Ducktales, Esquadrilha Parafuso, Tico e Teco: Conexão Salva-Ação, Darkwing Duck, A Turma do Pateta, Bonkers, Dragon Ball Clássico, Yu Yu Hakusho, Guerreiras Mágicas de Rayearth, Animaniacs, Gummines, Caverna do Dragão, He-Man, Thundercats, Tartaturgas Ninjas e muitas outras maravilhas dessa época que hoje em dia quase 90% foi esquecida pelo tempo e existe uma nova geração inteira de crianças que não conhecem tais desenhos ou boa parte deles. Hoje em dia a Sininho de Peter Pan se chama Tinker Bell, assim como Winnie The Pooh, num passado meio distante, quando era exibido no SBT, esse carismático personagem da Disney se chamava Ursinho Puff. Eu sou da geração Puff e não Pooh. Não que a alteração do nome me incomode.
Ursinho Puff, ou Pooh, é um dos desenhos produzidos pela Disney que eu posso afirmar que é genuinamente genial. Perfeito para crianças de qualquer idade. Não há malícia, não há aquelas tentativas de fazer piadas de adulto, não há violência ou apelos descerebrados. Só há fantasia e inocência, ou quase isso. Muitas vezes fico pensando se Puff não é meio como Charlie Brown. Os personagens de Charles M. Schulz tinham essa reflexão da vida, eram problemáticos e complexos, se eles crescessem, as chances de todos terem que fazer terapia seriam enormes. E os personagens de Puff tem um pouco dessa complexidade da turma de Charlie Brown, sem transparecer demais. Puff apesar de inocente e até burrinho, nunca fica saciado pela gulodisse, Leitão é um paranóico puro, sempre com medo de tudo que lhe é desconhecido, Abel tem mania por trabalho e organização, é um perfeccionista, e nem preciso falar do Burro, que é o exemplo perfeito do ser com profunda depressão. Mas para as crianças isso não é transparecido e tudo ali é meio mágico. É difícil eu, um adulto, tentar explicar os sentimos que tinha quando criança vendo este desenho. Quantos aqui viram este desenho na infância?
Voltando a notícia. A Disney está preparando para estrear em 2011 um novo filme, chamado por enquanto de Winnie The Pooh. As informações que sairam até o momento sobre o filme é que a história irá trazer cinco contos originais dos livros que deram origem aos personagens “Disneynianos”. Para quem não sabe Pooh é baseado nos livros “Winnie-the-Pooh” (1926) e “The House at Pooh Corner” (1928) escritos por Alan Alexander Milne (1882-1956). Alias, como curiosidade, desde 1928 nunca havia sido feito nenhum outro livro oficial do personagem, até ano passado quando foi lançado nos EUA o livro “Return to the Hundred Acre Wood”, escrito por David Benedictus. Muito me surpreende que ainda existam contos dos livros originais que a Disney não tenha adaptado na antiga série para televisão.
A estréia nos cinemas acontece no meio de 2011, ainda não existe data para a estréia no Brasil, mas com certeza eu irei nos cinemas ver essa obra tão nostálgica. Gostei muito da arte e pelo respeito da Disney em ter mantido a animação tradicional 2D e o lindo visual meio aquarelado/desenhado à mão para o filme. Cheguei a assistir e ter em DVDs os outros filmes para o cinema com o personagem (Tigrão o Filme, Leitão o Filme e Pooh e o Efalante), mas tirando o primerio dos que citei, os outros dois não achei grande coisa. Neste novo parece que a Disney quer resgatar mesmo a essencial dos personagens e das histórias, remetendo mesmo ao clássico dos clássicos. Não tem como não deixar de prestigiar nos cinemas.
E vocês? O que acharam?