Veja bem, este texto não é uma análise de Epic Mickey. Muito menos um impressões sobre o jogo. Não dá para fazer isso tendo jogado apenas duas horas de Epic Mickey. Mas sinto muito, não consegui continuar jogando e provavelmente não vou jogar o game novamente. Foi realmente muita sorte ter conseguido ele emprestado e ter não comprado, pois iria me arrepender amargamente. Mas você quer ler uma análise do game? Recomendo a que foi feita no site da Uol Jogos. Os pontos levantados nela são pertinentes. Feito as devidas ressaltas, você ainda quer saber porque desisti de Epic Mickey? Ok, mas já fica o aviso de que se você gostou do game, não vai gostar do meu “mimimi“, certo? Depois não vai xingar a minha mãe nos comentários que seu comentário será excluido, combinado? Pode discordar sim, mas com educação e argumentos sólidos.
Você deve saber, mas vou repetir assim mesmo. Epic Mickey inicialmente nasceu como um game multiplataforma. Sim, ele sairia no Xbox 360 e no Playstation 3, até que Warren Spector, da Junction Point Studios, achar que o game ficaria muito mais sólido e melhor desenvolvido se fosse exclusivo do Wii. De uma certa forma ele não está errado, pois desenvolver o mesmo game para plataformas tão distintas que existem nessa geração é realmente complicado. Bem, pra mim, foi aí um dos primeiros erros do projeto.
Ou talvez o maior erro tenha sido deixar vazar estas imagens de storyboards do game em julho de 2009. A verdade é que para muitos games Epic Mickey nunca supriu as expectativas que estas imagens deixam no coração de cada um. Sim, o game tem um visual sombrio e de um mundo destruido pelos anos, mas está longe de demonstrar a intensidade e profundidade que estes storyboards mostravam. Seriam culpa do Wii? Afinal no X360 e PS3 temos games apocalípticos sensacionais, onde você tem a sensação mesmo de um mundo em colapso, pois estes consoles permitem um visual riquíssimo em detalhes, texturas e profundidade, coisa que até dá pra fazer no Wii, mas você percebe que as limitações atrapalham esse tipo de trabalho, mas esta é a minha opinião.
Outro detalhe que me incomodou bastante é que o game não há falas. Os personagens conversam por caixas de textos, e só fazem aquele efeito sonoro típico da professora do Charlie Brown, sabe? Fala sério! Caixa de texto é coisa tão ultrapassada. Isso só vale em RPGs e olhe lá. Hoje em dia tem RPGs que possuem todos, ou quase todos, os textos dublados, ainda que eles continuem aparecendo em caixas de textos. Seria tão legal ver o Mickey e outros personagens Disney com suas vozes originais, conversando e falando ao longo do game. Nada contra a leitura, mas mais uma vez, fico naquele preconceito contra o Wii e essa limitação de certos games. Não ter áudio de vozes é um sacrilégio pra mim, que cresceu ouvindo estes personagens da Disney na TV.
Estranhamente eu tive um problema bem incomum ao começar o game, coisa que nunca aconteceu em nenhum outro game desde que tenho essa minha TV de LCD a uns 4 anos. O game começa terrivelmente escuro. Escuro mesmo, de não conseguir identificar onde termina o chão e onde começa o buraco. Nas opções do game você pode arrumar o brilho e contraste, mas nem assim consegui um resultado satisfatório. A solução vou mexer no brilho e no contraste da minha TV mesmo, coisa que nunca mexo e todos os games funcionam de boa. Mas não acho que isso seja uma falha do game, e sim um evento isolado mesmo que tenha acontecido comigo, tanto que no vídeo do You Tube acima, não tem esse problema e o visual da fase é bem nítido. O jogo é bem escuro sim, afinal, ele se passa num mundo de trevas, sem cores ou sol. Precisa dar a sensação de melancolia para a história funcionar.
Em relação a história, ela é interessante sim. Mostra o Mickey destruindo esse mundo Wasteland, criando um vulgo-Mancha Negra e depois de anos que esse ser domina esse lugar, ele volta para pegar Mickey. O rato é arrastado para esse mundo e agora precisa restaurar a ordem das coisas. Nisso tem Oswaldo, o personagem esquecido por todos e o papel dele tem essa dimensão de importancia a trama, mas acabei não tendo paciência de ver até onde a história iria me lever. Se Epic Mickey tem um alto ponto positivo é este, a história, os personagens e suas versões distorcidas em Wasteland. É esse o único ponto que me faria continuar jogando Epic Mickey.
Quanto ao gameplay, achei ele bem desconfortável. Sabe quando esse game daria certo? Lá para meados de 2002/2003, na geração Playstation 2, Xbox e Gamecube. É sério, os gráficos já não são grande coisas para quem tem um Xbox 360 e Playstation 3 em seu dia a dia gamístico, e o gameplay de plataforma 3D não chega a ser um dos gêneros mais queridos atualmente se não for bem trabalhado. Segundo a análise da Uol, Epic Mickey é repetitivo nesse ponto e eu também fiquei com tal impressão, mesmo tendo jogado apenas 2 horas de game. Dá para apagar o chão, parede, objetos e etc, mas depois das primeiras vezes, esse ponto fica xarope e cansativo. Acaba sendo legal mesmo apenas quando trata-se de resolver um puzzles, para mover plataformas e tal. Nem mesmo o combate com os primeiros inimigos do game me agradaram, a tinta demora a pegar eles, tornando o combate meio sem graça, já que eles também não atacam ferozmente no inicio. Outro ponto é a camera que não se posiciona onde deve e mesmo que você possa mexer livremente nela, existe muito game atual que faz um trabalho bem melhor com esse sistema. O resultado final é um gameplay que impressiona no começo e cansa depois de um tempo, e cai na mesmisse já que não se consegue reinventar ao longo do game.
“Pow Thiago, você deveria ter jogado mais. Ter dado uma outra chance?” Sim, eu deveria, mas não tive paciência. É como eu disse, depois de ver os storyboards, de ficar sabendo que o game não ganharia uma versão em alta-definição com os gráficos, de ver os personagens sem áudio, comunicando apenas por caixinhas de textos e gameplay de games de plataforma 3D parecido com o que foi feito na geração passada… eu desanimei totalmente com Epic Mickey.
Épico? Pra quem? Pois pra mim não deu certo.
Quem curtiu, favor defenda o game nos comentários e me faça mudar de ideia.
Obs: Independente do game não ter dado certo pra mim, ainda estou ansioso por uma quadrinização oficial dele e até mesmo quem sabe uma animação 2D feita pela Disney para o DVD ou quem sabe cinema!