Se o SNES era a casa dos RPG’s, será que podemos chamar o Genesis(ou Mega Drive) de a casa dos games de plataforma e adventures? Claro sem generalizar, pois cada uma das casas possuía bons títulos de ambos os gêneros. Os dois consoles trouxeram uma bela gama de jogos que eram no melhor estilo “Passando de fase”, e “Rolagem Horizontal”, onde você percorreria horizontalmente a fase do game, eventualmente encontrando a saída da dungeon, floresta, lagoa, base lunar, ou qualquer outra coisa, podendo até mesmo encontrar um chefe que estaria guardando a passagem.
Mario e Sonic são exemplos clássicos de adventures. Não citarei outros agora, pois o nosso papo é sobre um jogo específico do Genesis. Um jogo de ação, que talvez agrade (ou tenha agradado) aqueles gamers que adoram um bom jogo de tiro, daqueles onde a ação é frenética: Contra Hard Corps.
Quando eu jogava Contra, algumas vezes o jogo me fazia lembrar Metal Slug. Justamente pelo motivo citado acima. O estilo era aquele de desviar dos ataques e dos inimigos adversários, sem deixar que nada lhe tocasse, e ao mesmo tempo usar o seu personagem para atirar em tudo que se mexesse na tela. Claro que Metal Slug é uma coisa, e Contra é outra. As comparações param por aí, e as diferenças você acompanha a seguir:
Contra Hard Corps foi lançado em 1994, pela Konami, para o Mega Drive e ficou conhecido como Probotector HC na Europa e na Austrália.
A jogabilidade do jogo é simples: Cada personagem pode pular, e atirar em várias direções, podendo inclusive alternar entre dois estilos, atirar seguidamente fixo em algum lugar, ou andar atirando. Existe também um dash, no qual o herói fica momentaneamente invulnerável. O robozinho Browny possui a habilidade única de dar um pulo duplo. O jogo tem 17 armas, sendo uma delas a inicial para todos os personagens, e 4 para cada um deles. Elas tem a representação de A a D, que equivalem ao seu slot correspondente.
São armas variadas, e algumas bem exóticas, como a arma C de Browny. É uma espécie de gancho que fica andando pela tela, e quando focada num inimigo pode ficar balançando de um lado para o outro, causando dano continuamente. É uma das armas mais efetivas do jogo também. Todos os quatro personagens possuem também um quinto slot, correspondente a um explosivo que pode ajudar bastante em momentos de necessidade.
O trecho a seguir contém spoilers sobre a história, leia por sua conta em risco:
A história do jogo se passa cinco anos depois dos eventos de Contra III: The Alien Wars, quando um grupo de elite foi designado para combater o crime e as atividades ilegais que estavam se espalhando rapidamente no pós-guerra. Quando um hacker desconhecido infiltra o sistema de segurança da cidade e reprograma um grupo de robôs humanóides para causar o caos, a equipe é chamada para lidar com o problema. No decorrer do jogo, os personagens enfrentam o próprio hacker, Noiman Cascade(numa batalha, diga-se de passagem, bem divertida, falarei mais dela à frente), e também o mercenário insano, Deadeye Joe. Depois os heróis descobrem que nem tudo é tão simples assim, pois o ataque de robôs havia sido uma distração enquanto, Colonel Bahamut, o verdadeiro antagonista da história e também herói de guerra, roubava uma célula alienígena do laboratório. E o que acontece depois? Depende do jogador.
Isso mesmo! Mesmo sendo linear em algumas fases, Contra deixa o jogador ter a escolha do que fazer em certas partes durante o jogo. Um exemplo disso é logo na primeira fase quando você derrota Deadeye Joe pela primeira vez, e ele foge. Logo depois você recebe uma mensagem de que o laboratório está sendo atacado. Então você poderá escolher ir ajudar o laboratório, ou então ir atrás do mercenário. As escolhas são simples, porém lhe presenteiam com dois estágios inteiros para jogar, e também influenciam em outras escolhas mais à frente, bem como no final do jogo. O final do jogo também irá depender de quais fases você percorreu resultando em quatro finais diferentes, e outro especial, aumentando assim o replay do game.
Os inimigos são bem criativos também. Mas o que mais chama a atenção são os chefes, que em sua maioria são bem bolados. Se eu fosse citar todos os interessantes, o post ficaria bem maior, mas darei destaque ao chefe Noiman Cascade. A batalha com ele acontece numa espécie de dimensão virtual, onde ele se transforma inicialmente em três constelações do zodíaco que lhe atacam. Uma delas, o Sagitário, fica atirando flechas de cima. Depois ele se transforma num pequeno objeto vermelho, que lembra um chip, o qual fica protegido por vários blocos amarelos. A partir desses blocos, ele toma a forma de outros objetos, como um tanque e mesmo um helicóptero.
No vídeo podemos ver o personagem Fang enfrentando um semi-boss, e depois indo enfrentar Noiman Cascade.
Contra: Hard Corps possui quatro personagens jogáveis. Ray, o personagem central que possui uma seleção balanceada de armas, bom para jogadores intermediários, assim como a personagem Sheena, Fang, uma espécie de lobisomem, com partes cibernéticas, e um canhão no lugar do braço, e também Browny, o robô. Infelizmente não há muito que se falar deles, já que o jogo em si também não dá muita margem para isso. Não que precise, já que é um shooter.
Os gráficos são simples. É povoado de explosões e explosões. Efeitos legais também podem ser observados, como os das armas, que são bem variadas. O som é bom, não chega a ser memorável, mas é agradável ouvi-lo enquanto joga. O que importa mesmo em Contra Hard Corps é a diversão! O jogo também possui suporte para dois jogadores.
Assim como noticiou o Thiago, a Arc System Works está fazendo uma sequência (ou seria prequel?) do primeiro jogo, trazendo dessa vez o Colonel Bahamut como um mocinho. Leia mais sobre no post dele:.