Antes de começar a falar da história e do mangá em si, preciso comentar uma coisa. Todo mês é meio que uma epopéia para comprar mangás da JBC, o porquê? Não, não é pela dificuldade de achar por causa da distrubuição. É que sempre que pego um volume tenho que verificar as bordas, e a capa do mangá, para ver se não estão rasgadas e/ou amassadas. Muitas vezes eu pego um volume de Ranma e ele tá rasgado nas pontas, ou até com pedaços do que parece ser uma cola, em seu exterior. No caso de Code Geass, eu fui em duas bancas perto da minha casa e ambas tinham um volume da obra – o que não sei se vendeu rápido ou foi entregue poucas unidades ao jornalheiro – no primeiro estabelecimento o mangá tinha quase um furo na capa. Não chegava a ser um furo porque não dava pra ver o outro lado.
Eu não sei o porquê, se é culpa da destribuidora ou da JBC, ou do próprio jornalheiro (o que não creio pois vou em vários nas mais diferentes localidades, apesar deste ter sua parcela de culpa às vezes), isso aconte com as séries que coleciono da editora. Estranhamente ou não, na Panini cujos mangás vêm embalados com um saquinho plásticos, a ocorrência é bem menor. Aproteção pode ser pouca mais aparenta ser o bastante para evitar pequenos rasgos e amassos nas capas dos mangás.
Deixando o desabafo de lado, vamos ao mangá.
Traço/Arte: Pra mim esta é uma parte meio difícil de comentar pois sou fã assumido do traço das CLAMP, e me acostumei demais a vê-los na obra animada. Porém quanto ao desingn dos rostos da Majiko, eu até goste. Mesmo tendo suavizado os traços, ficaram bem fiéis aos originais. Somente tenho reclamações quanto a Nunnaly, que pra mim ficou com um ar meio estranho, e a Shirley qu eperdeu uma pouco a identidade original, mas estes foram os poucos personagens que não gostei. No geral tudo foi muito suavizado mesmo, Majiko tem um traço mais voltado ao shoujo realmente, na minha opinião, mas ela conseguiu tirar bastante daquele shoujo clássico e trouxe o mais perto possível ao original. Por conta desta suavização o mangá perdeu praticamente todo conteúdo ecchi da coisa, uma das suas marcas.
Outra coisa que percebi foi quanto aos cenários. Não sei se foi a Majiko mesmo que desenhou eles ou algum assistente, mas achei eles bem simples, muito geometrizados. São poucas os quadros mais gerais que tem uma riqueza de detalhes. Parece um pouco o estilo do Kishimoto, que às vezespraticamente não desenha nenhum fundo em quadros menores, os deixando brancos ou com algum efeito somente. E é isso que a Majiko faz praticamente.
Ao transcrever uma obra-prima não se pode descartar os peões?
A história começa da mesma forma com Lelouch pequeno falando de seu ódio contra Britânnia, após a mesma ter invadido, o Japão, ou melhor Área 11. Tudo corre muito bem, mas a impressão que fica é que tudo é um pouco corrido. Pequenos momentos são perdidos a todo momento, e pra quem viu o anime isto às vezes faz uma falta tremenda.
A primeira mudança bruta vem logo após o jogo de xadrez contra o nobre (que se não me engano, não tem nada a ver com o nobre da versão animada), Lelouch não “se perde” neste momento e não ganha o Geass. Ele volta ao colégio, e Suzaku já frequenta a mesma, protegendo os “elevens” de algumas ações hostis dos estudantes Britânicos. Kallen também aparece em sua forma “delicada”, é introduzida como a garota fraca de saúde e pronto. Temos um corte para a morte de Marianne, mãe do Lelouch após a cena com Nunnaly, e depois um corte estranhissímo para Rivalz e Lelouch na moto, no meio da estrada sem gasolina.
A forma como é escrita a aquisição do Geass por parte do Lelouch não estava 100% fiel, mas eu até que gostei. Tudo estava bem, com aquela história de Suzaku aparentemente sendo morto e tudo mais, a abertura do compartimento com C.C., a morte dos soldados da Britânia, a troca do caminhão pelo avião. O problema ficou por conta deste último item. Cadê a Kallen rebelde? Ougi? E o resto do pessoal da resistência?
A batalha no distrito de Shinjuku foi uma das mais bacanas de Code Geass, pois foi a primeira vez que vimos Lelouch administrar poucos recursos, e uma desvantagem gigante para aniquilar seus inimigos, ao mesmo tempo em que fazia aquele joguinho de confio-não confio com o pessoal da resistência. Mas porque não tivemos a batalha de Shinjuku?
Sem Knightmares, sem cavalos?
Lancelot. Guren. Shinkiro. Gawain. Mordred. Tristan. Zangetsu. Todos, pra mim, eram personagens mais do que importantes na série e que davam todo um toque especial às batalhas. Será triste não vê-los aqui. Andei lendo por aí que existem umas armaduras especiais que farão o papel de Knightmares, mas cá entre nós, mechas sempre serão mechas, e sempre terão aquele quê especial. Digo mais, os mechas que eu citei complementavam os personagens, Lancelot fazia parte do Suzaku, Kallen era o Guren.
Ao invés disto tudo que eu disse anteriormente, no segundo capítulo temos um arebeliazinha na academia, e a destruição de uma estátua do Clóvis, o príncipe que governava a àrea 11. Kallen é a líder do bando, que no mangá é composto por personagens inexpressivos que mal tem rosto. Me repito. Faltam personagens crucias à história. A história do passado de Kallen, e a transferência de um sonho para as mãos de Ougi, como ficam? Eu não vou rir das besteiras do Tamaki mais não?
São usadas armas comuns, mas na roupagem do anime ainda, e Lelouch salava Kallen e um soldado sem rosto a fugir depois de
Quase esquecendo, Lloyd aparece no volume. Ele é um professor disfarçado no colégio de Suzaku/Lelouch que também é do exército. Achei que o personagem perdeu a identidade, ele tem um tom meio sombrio, sarcástico no mangá, ao invés do tom crianção e brincalhão do anime. Bem estranho. Ah sim, se tiver alguém encanado com a tradução podem comprar sem medo, pois está no padrão JBC normal, que está de parabés por ter incluído o fretalk, que em CG está mais para um posfácio, ao final do volume.
O volume fecha com a apresentação de Zero (Lelouch) à Kallen, e de C.C. no alto dos dormitórios, meio misteriosa.No geral o mangá não é ruim, só achei que não foi uma adaptação aos pés da obra original, que pra mim é suprema. Acompanharei sem dúvida por ser fãzão da versão animada, mas não recomendo à aqueles que não a viram colecionarem achando que será tudo o que dizem da versão animada porque não é. Espero que daqui pra frente o mangá mantenha uma fidelidade, ao menos com os personagens.