Top 3 Melhores Almanaques!
1ª Posição: Almanaque do Peninha
2ª Posição: Almanaque do Prof. Pardal
3ª Posição: Almanaque da Margarida
Acredito que os três almanaques mencionados acima foram os melhores em termos de seleção de histórias. Todos focados e diversificados nas histórias dentro do próprio núcleo do personagem principal. Peninha e suas facetas. Pardal e suas diferentes invenções. Margarida e seu contidiano com os habitantes de Patópolis. Mais uma vitória do universo dos patos. Infelizmente o universo do rato, representado exclusivamente apenas em três almanaques (Mickey, Pateta e Pluto) não foram tudo que deveriam ter sido, uma decepção especial no almanaque do Pateta. Mas melhor falar sobre cada almanaque em específico:
Almanaque do Peninha – Seleção de histórias (Via Inducks): Aqui!
O Peninha é um dos personagens do universo Disney que possui uma maior diversidade em relação a sua personalidade. Mesmo atrapalhado e em histórias de comédia, o Peninha consegue ter centenas de histórias diferentes uma das outras. Mérito dos brasileiros nos tempos em que tinhamos produção nacional e a Ivan Saidenberg, um dos melhores roteiristas que o Braisl já teve. Não é sem motivo que Saidenberg assina várias histórias neste almanaque. Chega a ser curioso que mesmo que o Peninha tenha sido criado em 1964, Carl Barks nunca usou o personagem (não que eu me lembre) e ainda assim ele é um dos personagens favoritos de muitos leitores brasileiro, jamais esquecido no tempo, mesmo que ele não apareça nas revistas atuais com a frequência que merece.
Quanto às histórias do almanaque, todas me agradaram, sendo até difícil escolher as que mais me agradaram, mas acho que posso arriscar e dizer que gostei muito de “O Estúpido e o Comprido” com o Morcego Vermelho, “Transporte solidário” e ” Três patos e uma moto” com Donald e Tio Patinhas participando e “Confusão na pensão” e “Impressão de bagunça” que prova que mesmo sozinho, Peninha é hilário.
A mais fraquinha da edição diria que foi “O feriado das surpresas“, que achei meio bizarro a interação entre Tio Patinhas, Donald e Peninha. A história me pareceu meio desorganizada no roteiro, não sabendo se brincava com o trio dos patos, com o ronrom ou temática de praia etc. Meio bagunçado a história. Foi a única que realmente achei dispensável dentro do almanaque. E senti falta do Pena Submarino, poderia ter entrado uma história dele ao invés de duas histórias sobre Donald e Tio Patinhas rachando um mesmo veículo para poupar gasolina, ou essa da praia que achei fraquinha.
Sempre gostei dos antigos almanaques do Pardal. Ele é um personagem que não é tão recorrente assim dentro das revistas atuais. Sim, ele aparece aqui e ali, mas geralmente como um personagem secundário, não tem uma presença tão marcante quanto outros personagens. Pegue as histórias do Tio Patinhas, o Pardal é aquele elo que o roteirista as vezes precisa quando tem uma ideia maluca. Quer colocar os patos no espaço? Corre lá no Pardal. Tio Patinhas que achar uma forma de tornar sua Caixa-Forte impenetrável? Pardal! Quer uma máquina para explorar o subterrâneo? Você já sabe quem é chamado. E por aí vai. O Pardal serve como uma ponte para que a fantasia e o inprovável em algumas histórias aconteçam, mas são raros as aventuras e caçadas em que ele próprio participa. Elas existem, mas não são tão frequentes assim. Por isso o almanaque dele é tão bacana. Aqui, ele é o destaque!
E as histórias do almanaque tem uma variedade boa quando se trata de onde elas se originaram. Tem clássicos feito nos EUA, Carl Barks na lista é claro, tem produções brasileiras (o Brasil era ótimo quando produzia com personagens secundários, adora isso na produção nacional), além de uma história produzida na Itália e uma na Dinamarca. Uma excelente seleção na minha opinião.
A minha favorita na revista é “Abaixo a poluição“, uma história muito inteligente, onde o Pardal precisa resolver o problema da emissão de gases de Patópolis. Uma história bem velha, de 1971, que até mesmo nos dias de hoje, o tema continua atual. A forma como o Pardal cria soluções e por tabela cria novos problemas prende o leitor do começo ao fim. Uma história que eu não tinha em minha coleção e que fiquei muito contente em vê-la neste almanaque.
Deixo meus elogios também a outras histórias, como “A Caixa-Forte” de Carl Bakrs, que é um clássico. “O Planeta dos Autonômos” de Ivan Saidenberg é outra pérola bacana escolhida sabiamente para a edição. Até a história italiana, “Um ajudante quase perfeito“, com a Vovó Donald e o Gansolino me agradou, apesar de já tê-la em minha coleção. Quanto as menos favoritas da coleção, apesar de não serem ruins, foram “Problema de popularidade” e “A caverna dos ventos“, esta última do Carl Barks, um daquelas raríssimas histórias do Barks que na minha opinião, envelheceu mau com o passar dos anos. Vale como curiosidade, mas não sei, não me agradou, apesar de também possuir esta história na coleção O Melhor da Disney. A outra história sobre popularidade, bem, meio sem noção o Pardal sair voando por aí com uma vareta, parece algo mais levado a magia do que a ciência, então não gostei.
Uma agradável surpresa. É exatamente com estas palavras que posso resumir o almanaque da Margarida. Estava esperando algo meio sem sal, como são algumas histórias de Minnie Pocket, mas não é que a seleção de história me encantou neste almanaque. E não tenho preconceito algum com a capa totalmente voltada ao público feminino. Margarida é uma personagem deste público, mas ela pode ser tão divertida aos público masculino que fica difícil não curtir seu almanaque. Gozado isso, acho que se no caso fosse um almanaque da Minnie, o resultado talvez não fosse o mesmo.
A seleção de histórias, apesar da maioria ser da Dinamarca, ainda sobrou espaço para encaixar na edição uma história italiana, brasileira e americana. Tenho três hsitórias favoritas neste almanaque: “Um gênio na TV“, com a Margarida filmando uma novela com aquele orçamento de migalhas do Tio Patinhas, com Donald e Peninha em suas trapalhadas habituais; “Imprevistos Técnicos” com a Margarina fazendo um cursinho de mecânico para que consiga sobreviver aos encontros do Donald sem que o 313 quebre, como de costume e; “Visita da Pesada” com o Peninha atrapalhando tudo, numa história da Dinamarca, aproveitando que não rolou nenhum história desse país com o personagem em seu próprio almanaque.
Ainda sobra espaço para histórias com Margarida e Donald é claro, além de uma com o Gastão, com aquela rivalidade clássica contra o Donald. Também preciso comentar que me agrada a ideia por trás das histórias da série “O Diário da Margarida“, pois elas trazem uma narrativa diferente, dando o ponto de vista certeiro da própria Margarida em cima da história que os leitores estão apreciando. É uma forma diferente de contar uma história, que em geral só vemos algo assim no universo da Margarida.
Vale também meus elogios para a história “As garotas se divertem“, com Lalá, Lelé e Lili. Em geral eu odeio as sobrinhas da Margarida, mas nesta história em particular, é um barato ver as garotas enganando o Huguinho, Zezinho e Luisinho, fazendo o trio se vestir como meninas, enquanto as próprias garotas, vestidas de meninos, vão passar o dia com o Donald. Uma excelente produção da Dinamarca. Já conhecia a história, mas acho que foi uma ótima escolha para o almanaque da Margarida.
As duas histórias mais ou menos da edição acabou ficando com “Mímico de Talento” e “Doneu e Margareta“, que não me agradaram tanto quanto o resto da seleção de histórias. Mesmo que esta última tenha sido uma brincadeira com Romeu e Julieta, realmente não achei que a história tinha a simpatia que ela precisava ter para me conquistar. E olha que é uma história de Paul Halas, um dos meus artistas favoritos.
Com isso fecho o meu trio favorito dos almanaques. Agora vamos para os próximos!
Infelizmente minhas expectativas por este almanaque de super-heróis Disney eram altas demais. Talvez por isso o tremendo tombo ao ver a seleção de histórias do mesmo. A origem do Clube dos Heróis de novo! Sendo que ela já tinha sido republicado aqui no Brasil em 2005. Não que a história seja ruim, mas se a Abril não tem um lugar para publicar as histórias do Clube em outras revistas atuais, qual o sentido em publicar a origem novamente? Não faz sentido pra mim.
A longa história com o Superpateta e o Dr. Tic Tac é sim excelente, apesar de também ter sido republicada por aqui em 2005, mas é uma história que combinaria muito mais com o Almanaque do Pateta, que sinceramente precisava de um reforço assim, mas eu chego nele. No almanaque dos heróis, essa história apenas ocupou um espaço enorme, que poderia ter sido aproveitado com outras histórias e outros personagens.
As outras três histórias não ficam para trás nesse departamento de republicações sem sentido, afinal, elas já haviam saindo aqui no Brasil em 2005, 2006 e 2007 na extinta Aventuras Disney. A história do Superpato é fraquinha, não é uma daquelas que você vai se lembrar como uma grande história. E as duas do Morcego Vermelho, mesmo que divertidas, existem outras mais antigas, que mereciam ser recordadas, como as que foram selecionadas para o Almanaque do Peninha mesmo.
No fim, a sensação é de um almanaque feito as pressas. Tudo bem que tem uma ou duas pérolas imperdível caso você não estivesse por aqui ao longo dos anos de Aventuras Disney, mas ainda assim é de doer pensar que não havia mais nada mais bacana que poderia ter saido nestas páginas. Senti falta da Superpata ou do Morcego Verde. Ou uma do Morcego com a Borboleta Púrpura. Acho que o maior problema não é realmente a seleção de histórias, mas a quantidade de páginas deste almanaque. Acho que para ele funcionar realmente, precisaria de o dobro de páginas. Mais personagens, mais hsitórias, maior diversidade. Do jeito que ele ficou, faltou uma melhor dinamica entre as histórias escolhidas.
Tem certas coisas que não fazem sentido, a capa deste almanaque do Zé Carioca é uma delas. Se das 10 histórias deste almanaque, seis são do Renato Canini e todas foram escritas pelo Ivan Saidenberg, por que diabos usar uma capa tão comum? A maioria são história dos anos 70, não faz sentido tal capa. Este almanaque do Zé merecia algo mais clássico, de preferência uma capa feita pelo próprio Canini quando o mesmo trabalhava nas histórias do papagaio. A Abril, através do Paulo Maffia, vive elogiando e vangloriando o Renato Canini, mas justo agora que tem a oportunidade perfeita para fazer A (em maiúsculo) edição com tal artista, dão essa baita escorregada? Medo de que os leitores descobram que o Zé Carioca não tem mais histórias inéditas a mais de uma década? Que o personagem sobrevive de histórias mofadas? Fala sério! A Editora Abril tem que parar com isso e assumir isso, afinal, é a própria quem desisitiu do personagem.
Quanto as histórias do almanaque. Não tenho muito do que reclamar. Material clássico e antigo do personagem. Muitas histórias daquela fase Zé Favela, morando num barracão mesmo, na qual não gosto muito. Pra mim, as histórias com o personagem ficaram mais agradáveis lá pelos anos 80, quando o Zé se muda para uma casinha, com água potável, sistema de esgoto e luz elétrica. Não que as histórias dessa época sejam ruins, não sai. Apenas esteticamente mostra uma realidade cruel demais para um quadrinho infantil (minha opinião, tem quem ame esse Zé justamente por isso).
Algumas histórias são mais engraçadas do que outras, sem falar na originalidade, como “Paz, Amor e Disco Voador“, onde Zé e Nestor vão para um planeta de ETs hippies, e “Herdeiros Trapaceiros“, com os vários primos do Zé Carioca de várias regiões do Brasil. Sempre curti as histórias com estes primos do Zé. Poderia até mesmo ter rolado mais histórias com eles no almanaque. A piorzinha talvez tenha sido “É duro ter cartaz“, que é bobinha mesmo, talvez no contexto da época fizesse mais sentido. Já em relação ao traço, nunca fui fã do traço do Canini, por isso as duas últimas histórias me agradaram mais neste aspecto. Ver o Zé e o Nestor espionando o esconderijo da Maga Patalógika foi divertido.
No geral, um almanaque nostágico. Mas faltou qualidade editorial. Se a ideia era homenagear os grandes responsáveis brasileiros pelo universo do Zé Carioca, a edição deveria ter mais contexto. Uma página explicativa do editor, apresentando os nomes dos artistas, uma capa mais clássica e por aí vai. Ficaria diferente dos outros almanaques? Sem dúvida. Mas o universo so Zé Carioca sempre foi meio isolado do restante do universo Disney. Não veria problema algum no almanaque ter recebido uma melhor tratamento neste sentido.
Para histórias curtíssimas, 80 páginas de revista pode ser bastante coisa. É este o caso do almanaque do Pateta que contém 11 histórias. O problema é que para uma revista com o nome do personagem, as historias não combinam muito com a proposta. No fim das contas o almanaque do Patate ficou com uma cara de Almanaque do Mickey, já que dentro da revista se encontram várias histórias de detetive da dupla de personagens.
“O dia do pescador”, “O correio das mulas”, “Contrabando de bandidos”, “A volta do Dr. Espectro”, “O caso das estátuas de pedra” e “Férias trabalhosas”. Todas estas histórias são tramas com o Pateta e Mickey envolvendo bandidos de alguma forma. Todas poderiam estar muito bem no próprio almanaque do rato e não na do seu melhor amigo. O Pateta tem muito mais diversidade em suas historias solos e isso faltou aos montes em seu almanaque.
Nada de Superpateta, nada de histórias com o Gilberto, nada do Amadeu já que nas histórias francesas ele vive com o Pateta, nada de histórias produzidas na Itália (que eu gosto muito por sinal), nada daquelas histórias com alguma faceta do Pateta, como Porfessor Pateta ou James Scond. Muitas histórias antigas demais, como se o Pateta não tivesse material novo sendo produzido neste exato momento (o que é um pensamento errado).
Não gostei mesmo. Esperava uma diversidade maior, com o próprio Pateta como a estrela do almanaque e não dividindo seu espaço com o Mickey na maior parte das histórias, até porque o Mickey também ganhou seu próprio almanaque. Alias nem entendi porque a Abril escolheu tantas capas para os almanaques com essa temática de férias (Pateta, Donald, Pardal e Zé Carioca). No fim, mais uma almanaque que não cumpriu exatamente sua proposta.
Em relação ao almanaque do Pluto realmente não tenho muito do que reclamar. O Pluto mesmo como um personagem, mesmo querido pelas crianças devido aos desenhos na TV não é um personagem muito complexo. Suas histórias são simples, divertidas e nada mais do que isso. É um personagem que praticamente existe desde sempre e suas histórias meio que seguem um mesmo ritmo e dinamica, seja com o Pluto sozinho ou com o Mickey e o Pateta.
Neste almanaque a Abril escolheu alguns clássicos do personagem, historias bem antigas e uma produção moderna, feita em 2005 na Dinamarca, que reconta a origem do personagem, quando Mickey conheceu o Pluto e o adotou como cãozinho de estimação. Uma história muito bacana, que certamente valeu a pena ser republicada dentro deste almanaque do personagem. “Pluto, ontem e hoje” é realmente uma pérola de colecionador.
Minha favorita dentro do almanaque foi “Pluto, o cão policial“, a história que abre o almanaque, que é uma história de detevive com o Mickey e o Pateta onde o Pluto acaba sendo uma chave importante na trama. Mostrando como o personagem pode funcionar muito bem em histórias como esta, além daquelas mais simples, como situação de cachorro mesmo.
O almanaque também traz algumas pérolas de Paul Murry. Histórias bem antigas que o artista vez com o Pluto. Vale pela raridade em sim e já que o almanaque tem uma diversidade boa para um personagem canino, não faço objeções quanto a isso. No fim, acho que de todos os almanaques centrados dentro do universo do rato, o almanaque do Pluto é o que conseguiu um maior equilibrio de histórias, sendo superior ao do Patate e do Mickey. Um acontecimento estranho, com certeza.
80 páginas para as histórias de aventuras e caçadas de tesouros para o Tio Patinhas é realmente muito pouco. E este almanaque expressa muito bem isso. Apenas 4 histórias para um almanaque é um número muito abaixo do esperado. Assim como o almanaque dos heróis, esse é um almanaque que deveria ter o dobro de páginas.
A seleção de histórias também não foi muito feliz na minha opinião, mesmo contando com grandes nomes de artistas como Don Rosa, Carl Barks, Tony Strobl e Giorgio Cavazzano. A história Os Guardiões da Biblioteca Perdida do Rosa saiu aqui no Brasil em 2006 numa belíssima capa na revista do Tio Patinhas (veja), uma republicação muito prematura que ocupa muito espaço do almanaque. Com certeza havia outras hsitórias do Don Rosa que poderiam ter saido no almanaque, tão boas quanto este, que tenha sido publicado no Brasil a muito mais tempo no Brasil. Foi totalmente desnecessário colocar novamente essa pérola do Rosa na minha opinião.
“Na trilha do garimpeiro” também não é uma das melhores histórias para se ter num almanaque, em especial porque é uma daquelas histórias que envelheceu muito mal. Faz de conta mesmo que uma antiga dívida dos tempos de garimpo do Tio Patinhas pudesse fazer ele perder toda a sua fortuna. Essa é uma história meio velha para os tempos modernos. Não me convenceu muito. “Peixes Milionários” do Barks é uma boa história com certeza, mesmo que tenha apenas 9 páginas, mas considerando que é um almanaque pequeno, foi a melhor decisão das 4 histórias selecionadas.
A última com o traço do Giorgio Cavazzano também não chega a ser perfeita. Primeiro porque no original, A Corrida Espacial, tem 32 páginas. No almanaque ela saiu com apenas 27. Isso não quer dizer que saiu com páginas faltando, mas que o layout usado foi o mesmo de 1987, quando essa história saiu num Brasil pela primeira vez. Antigamente a Abril reformava os layouts italianos, fazendo que as histórias tivessem 4 quadros verticais numa página (os italianos usam 3 quadros apenas). Com isso os desenhos meio que se apertam entre as páginas e parte da arte de Cavazzano se perte. As cores mais cruas também diverçam um pouco o estilo italiano, que geralmente tem cores mais vivas, mas como não vi o original, não sei dizer o quanto elas mudaram. A história em si é boa, mas é Cavazzano dos anos 80. O artista melhorou muito desde a década de 80 e atualmente tem histórias muito mais memoráveis do que esta. Talvez não seja no final das contas, a melhor história para representar num almanaque do Tio Patinhas. Existe centenas de outras melhores.
No fim, o almanaque do Tio Patinhas saiu apostando mais no nome dos artistas do que nas histórias em si. Um erro na minha opinião. Alias, senti falta da Maga Patalógika no almanaque do Patinhas. Uma vilão meio que obrigatória para o personagem, ainda mais numa coletânea de histórias.
Se o almanaque do Tio Patinhas saiu com poucas histórias, ao menos o almanaque do Donald não sofreu do mesmo problema. Seis histórias parece suficiente para o Donald, ainda que seus almanaques nos anos 90 tivessem muito mais paginas e hsitórias. O almanaque no final das contas não ficou ruim, mas não chegou a mesma simpatia que os outros almanaques dos outros patos (Peninha, Margarida e Pardal).
Novamente a obcessão por histórias clássicas demais do personagem talvez tenha atrapalhado a seleção de histórias. Ainda que não tenha nada de errado com as hsitórias de Don Rosa e Barks, pois ambas são as melhores da seleção. “No País dos Vulcões” de Barks é fenomenal, um exemplo clássico de como o Barks é insuperável. E “O desmanche do carango” só havia saido aqui no Brasil em Mestre Disney 1, então me pareceu uma boa ideia repuplicar essa divertida história.
O problema então é com o miolo da revista. Um almanaque sem o Tio Patinhas obrigando o Donald a trabalhar como escravo, sem o Gastão querendo roubar a Margarida, sem o Peninha ou o Silva para infernizar a vida do Donald? Fica a impressão de que faltou histórias para o almanaque. Diversidade, acho que deveria ter um pouco mais disso na edição. Me pareceu exagerado usar três histórias antiguíssimas do Tony Strobl para preencher o miolo do mesmo. Espaço que poderia ter sido usado para hsitórias com um outro ritmo dentro do universo do Pato Donald. Se mencionar que todas as histórias selecionadas são velhas demais. Poderia ter sido escolhido algumas mais novinhas. Apenas a “Um paletó de dar dó” foi produzida nesta década, e eu achei ela engraçada.
E sacanagem não ter sido selecionado nenhuma história produzida no Brasil com o personagem, sendo que nos almanaques da Margarida, Peninha e Pardal, todos tiveram histórias produzidas por aqui. Assim como a produção italiana também ficou de fora do almanaque do pato. Resultado: um almanaque bom, mas que não chegou nem perto de atingir seu potencial na seleção de hsitórias.
Que capa meio bobinha para um almanaque do Mickey, não? O personagem merecia algo mais sério neste retorno de seu próprio almanaque. Achei uma péssima capa mesmo. Não representa em nada o Mickey que gosto, mais série, que enfrenta o Mancha Negra e é o braço direito da delegacia de Patópolis. Ficou infantil demais a capa. Bola fora da Abril nesse quesito.
Quanto a seleção de histórias, ela tem seus altos de baixo. Por exemplo, “Quem não trabalha atrapalha” não deveria ser uma história para o almanaque do Pateta? Meio sem sentido ela estar no do Mickey. Apesar de ser mega antiga, até meio mofada, chega a ser engraçada assim mesmo. Outra que achei meio bobinha foi “O Rei do Rock“, funcionaria muito bem esse roteiro se fosse o Donald tentando invadir os bastidores de um show de rock, mas o Mickey? Pior ainda é a desculpa esfarrapada do roteiro para motivar o Mickey a fazer isso. “Quem quer viver para sempre?” também é meio esquisita, principalmente a forma como termina. Histórinha bizarra demais, não me convenceu mesmo.
Com uma seleção assim, parte do brilho do almanaque já fica perdido. Felizmente as outras histórias são melhores. Gostei da simples, porém divertida “O gênio preguiçoso“. E o almanaque não é totalmente descartável por conta de Paul Murry, que mais uma chega para salvar o dia. “Na floresta do alce gigante” e “O mistério das margaridas” são as pérolas rara da edição que tornam o almanaque colecionável, já que são histórias raras mesmo.
Senti muito falta de uma hsitória produzida na Itália, com traço de Cavazzano de preferência. O Mickey italiano é muito bom quando trata-se de aventuras de mistério ou de viagens no tempo e o almanaque simplesmente ignorou isso. Uma tremenda falha. Falhou em buscar clássicos demais e de usar as bobinhas histórias do Mickey de shorts da Dinamarca. O resultado é um almanaque bem mal aproveitado. Uma pena mesmo.
Resultado final dos almanaques: Para um retorno, no geral eles não se sairam mal. Houve almanaques que se sairam bem e houve os que se sairam mal por culpa da escolha editorial dos mesmo. Talvez a Abril tenha fechado rápido demais o lançamentos deles. Talvez produzir 10 almanaques ao mesmo tempo comprometa a qualidade final de todos. Mas de qualquer forma, comprei todos. Espero que num futuro, a Abril não tenha essa foma de banca de lançar tudo ao mesmo tempo, que possa organizar um cronograma para estes almanaques, lançando-os regularmente em bons intervalos e que nenhum seja cancelado, porque apesar de uns não terem se saido bem, todos tem potencial nas bancas. Basta um capricho maior da próxima vez. Tanto na seleção de histórias quando a qualidade gráfica, sem lombadas molengas e quebradas, páginas com quadros embaçados e colorido fora da linha. Para a primeira vez, tudo isso pode ser perdoado. Mas numa segunda rodada, espera-se que as falhas do passado, sejam analisadas e melhoradas.
Mas que estes almanaques continuem saindo. Afinal, os quadrinhos Disney no Brasil merecem essa expansão da linha, que tanto foi prejudicada no começo deste século.