Hierarquia da guilda exposta, Ilha Galuna, Deliora e o passado de Gray! [Fairy Tail Vol. 4] [MdQ]
Depois do postão avaliando a edição nacional com os três volumes lançados, agora os MdQs podem ser de um em um, né? Volume #4 chega com o terceiro arco da história, depois de Lullaby e Daybreak, mas o primeiro a ter uma relação mais interessante em termos de personagens. Volume muito gostoso de ler, então vamos a ele!
Bom, primeiro deixa eu dizer que, até que os volumes nacionais cheguem onde parei de ler pela internet (em algum lugar da saga Oración Seis), dificilmente vocês verão algum comentário meu do tipo “nossa, me surpreendeu!!” por motivos óbvios, mas isso não quer dizer que eu não esteja gostando do mangá, muito pelo contrário, ok? Bom, o primeiro capítulo foi bacana por colocar a Fairy Tail em contato com o conselho e nos dar uma noção da flexibilidade das regras deles com essa história de fingimento de culpa na Elza. Foi divertido ver o Natsu (Macao) mini jacaré e todo o clima que ficou na guilda com a prisão da Titânia, mas se foquem na relação entre ela e Siegrain que foi revelada, porque é isso o que o capítulo teve de realmente relevante. Quem já leu/assistiu sabe do que tô falando, mas acredito que quem viu como inédito também se deu conta, ainda mais com o tease de ele quase beijá-la sussurrando pra manter segredo, né. O Mashima não é muito sutil em dar dicas importantes, hahaha.
Em seguida, nos deparamos com os fortões da guilda: Mystogun e Laxus. Por hora é só isso mesmo, o autor nos dando uma noção da hierarquia, mas mais pra frente teremos seus arcos específicos. O segundo andar é mostrado e temos a primeira cena com uma Mirajane mais irada… essa personagem é foda, acreditem e esperem! E o Natsu obviamente tem a brilhante ideia de roubar uma missão nível S mesmo que possa resultar em expulsão. Lucy o segue por interesse, Gray acaba metido e a Elza tá a caminho. O time formado novamente. Nesse ponto me lembro de Naruto na fase criança quando o Time 7 se depara com a missão do Zabuza, sendo muito mais perigosa do que deveria ser, e não para o nível Genin deles. Acho que faz parte de algumas narrativas shonen colocar um objetivo aparentemente impossível frente os protagonistas, só para nos surpreendermos quando o completarem. Nada contra, mas o ruim disso é que o “topo” de dificuldade se esvai muito facilmente. Missões SS? Missões SSS? Não, né… E nesse sentido, quando tivermos, sei lá, no volume #15, vamos ver os personagens principais incrivelmente mais fortes e pensar “Pqp, quando eles eram fracotes já venciam missões S? Em que nível estão agora? Aquilo não deveria ter sido nível D?”, e assim o autor tem que abandonar o sistema rankeado de missões e passar a Guildas das Trevas, magias perdidas, etc. É um erro de planejamento, talvez de abordagem. Isso, claro, na minha opinião, mas comparem com o universo de One Piece ou, digamos, Hunter x Hunter, em que a evolução dos personagens, apesar de quantificada de certa forma, nunca é limitada por algum conceito da série. Uma narrativa mais inteligente e, principalmente, convincente.
Sobre o arco da Ilha Galuna em si, acho a história da maldição bacana. Mostrar o passado de Gray, o erro do garoto que acabou matando a mestra mesmo que indiretamente (Curiosidade: só eu sempre adoro os mestres? A Izumi Curtis de Fullmetal Alchemist por exemplo será uma das minhas personagens favoritas ever, e a Ur, mesmo aparecendo MUITO rapidamente, também me dá vontade de saber mais.), e colocar seu rival de infância como antagonista é algo que funciona. Pode ser clichê no sentido da coincidência absurda, mas sendo agradável à leitura acho que é o de menos. Bom, Lyon (PS: com capacete = foda; sem capacete = genérico) se mostrando meio overpower (não vai durar muito), mas fora o fato de aparentemente ser mais forte que o Gray, o que acho legal mesmo do personagem é que suas criações são vivas. O Gray faz uns ataques bacanas com certeza, mas poxa, animais de gelo eu acho muito mais “cool” se é que me entendem. Tem mais limitações à medida que não pode ser algo adaptado ao corpo do usuário, e o Ice Make do Gray vai ir ficando bem bacana, mas nesse momento inicial o do Lyon chama bem mais atenção.
Falando em Ice Make, viva, galera!! A JBC desistiu de deixar “moldar agora!” pros ataques! Nossa, que bom ver que ao menos algumas reclamações eles tão aceitando. A essa altura não dá mais pra mudar o “é” do Happy (e no primeiro quadro da página 92 tem um exemplo de como isso é triste), mas “gelo, faça”, apesar de literal, ficou bem melhor. Ao menos é o sentido cru, e não alguma frase de efeito estilo Power Rangers. Fiquei mais contente. Quanto às gírias, achei tudo bem fluido, no padrão do volume #3 mesmo. “Nesse mato tem cachorro.” e “Senta aí, come e engasga.” acho que foram as únicas coisas que eu pensei que “pô, não precisava”, mas nada demais.
Sobre o volume como um todo, super engraçado e gostoso de ler. Na parte em que o pessoal tá caindo nas ruínas, a Lucy pede pro Happy salvar o povo e ele aparece com o osso entalado na garganta eu ri alto, tanto quanto do sofrimento do pobrezinho nos quadros seguintes. Esse gato, no geral, é o que mais me faz rir no mangá, gosto muito do personagem. A historinha com ele e a Lucy no final também foi bem cômica! Outra coisa que me deu na telha de falar é sobre as “mini revelações” do volume. Em um tankobon, coisas como “Vocês terão que destruir a lua!!” são logo desmentidas no próximo capítulo, nem 5min de leitura depois, e perdem muito do impacto que deveriam ter. Imaginem, porém, essa frase sendo o final de um capítulo cuja continuação só poderemos ler uma semana depois. É assim que o mangá é originalmente lançado, e dá uma ideia melhor do que o autor quis fazer com a situação. Pensar “COMO ASSIM?!” por uma semana inteira e ir seco pra ler o próximo cria uma expectativa que no tankobon some quase por completo, o que é uma pena. Outra coisa pequena mas bacana foi a sacanagem do filho fantasma do líder da vila (PS: me lembrou Dragon Ball em sua forma demônio). Quem tinha pensado nessa possibilidade quando ele sumiu? Sério que alguém cogitava isso?
Pra terminar, pendências pro próximo volume: subalternos do Lyon indo atacar a vila, Lucy com algum plano maluco, Elza chegando pra, teoricamente, enquadrar os quatro quebradores de regras, Natsu congelado e Gray ferido indo pra vila, Deliora podendo reviver a qualquer momento e Lyon não sabemos o que vai fazer a seguir. Bastante coisa! Agora só em abril. Mas tudo bem, né, já escrevi demais mesmo.