A grande aventura do Mickey… ou seria do Osvaldo? Prévia em imagens: Epic Mickey! [HQ] [Wii]

Achei o máximo esse trecho que consta no verso do encadernado de Epic Mickey. Tem uma certa ironia nisso tudo, pois é totalmente plausível  se perguntar “se Walt Disney não tivesse perdido os direitos de uso do Osvaldo, Mickey ainda seria o astro da casa? Ou sequer teria sido criado?”, e apesar do game (e da HQ criada do mesmo) se chamar Epic Mickey, na verdade a grande estrela dela é o Osvaldo. Não acredita nisso? Basta ver por conta própria, o especial já está em algumas bancas (mesmo que a data oficial tenha sido confirmada para o próximo dia 28). Só espero que depois de Epic Mickey, a Disney não volte a esquecer do Osvaldo. Com certeza ele não merece isso.

Fotos e o conteúdo completo de Epic Mickey, após o continue:

O editor dos quadrinhos Disney no Brasil, Paulo Maffia não mentiu quando disse que nós aqui do Brasil seriamos os primeiros a receber a quadrinização de forma completa, numa única revista. Olhando no Inducks hoje percebi que poucos lugares do mundo já a publicaram: Grécia, Itália e França estão na lista. O Inducks é meio lerdo quando trata-se de publicações Disney nos EUA, mas vendo por este link no Amazon, parece que na terra do Tio San, a história só chega em agosto deste ano. Mas em nenhum lugar chegou a se publicar os prólogos junto com a quadrinização oficial, nem mesmo na Itália. Lá saiu meio picotado, o Graphic Novel separado; três histórias do prólogo numa Topolino especial com a capa, belíssima por sinal, temática ao game; e as três que faltaram, uma saiu numa revista à parte e as outras duas permancem inéditas lá. O Brasil é realmente o primeiro a receber tudo! Sensacional!

O que são os prólogos de Epic Mickey?

São seis historinhas curtas na verdade, todas com Osvaldo como o personagem central e mostram a vida do personagem nesse mundinho chamado Wasteland (Refugolândia aqui no Brasil – e CALMA que já vou comentar sobre isso). Esquecido no tempo, com amigos conhecidos pelo público (mas que não são os verdadeiros, leia e você entenderá). São histórias antes da aventura de Epic Mickey, mostrando que nem tudo era trevas, como retrata o game. São histórias bacanas, bem no clima dos desenhos animados do Mickey da década de 30. São simples, até mesmo a arte não tem o tratamento da Graphic Novel do game, mas são muito bonitas de qualquer forma, expresando realmente o sentimento do Osvaldo nesse mundinho esquecido por todos.

As histórias (Roteiros de Peter David e Desenhos de Claudio Sciarrone) são:



A Graphic Novel!

Após os prólogos, a verdadeira atração do volume é revelado! A quadrinização é tudo aquilo que esperava e ainda melhor. Afinal os desenhos são de Fabio Celoni e Paolo Mottura, dois gênios pra dizer a verdade. Quadros irregulares que se encaixam na narrativa da história, closes, angulos, movimentação, cenários riquissímos em detalhes. A qualidade da arte é absurda, dificilmente se vê quadrinizações de games tão bem retratadas nos quadrinhos. Fiquei realmente abismado com a qualidade da HQ. Ela possui 64 páginas e basicamente narra todos os eventos do game, então sim, há spoilers se você não jogou Epic Mickey. E pelo pouco que joguei, percebo que vários elementos da história do game estão realmente na HQ, sendo repruduzidas fielmente no máximo que 64 páginas permitem. Dá para dizer tranquilamente que é um dos quadrinhos Disney mais bonitos dos últimos anos. Mérito de Warren Spector, criador do game e de toda a equipe que trabalhou na Graphic Novel. Roteiro de Peter David, Arte de Fabio Celoni e Paolo Mottura, Cores de Giuseppe Fontana e Massimo Rocca, Arte-final de Stefano Attardi. O link do Inducks para a história é esta aqui. Ah, a capa do encadernado é de Noel Van Horn.



Um detalhe que estava rolando aqui no blog hoje mais cedo, num outro post de quadrinhos Disney, foi em relação a tradução do universo chamado Wasteland para Refugolândia. Soa besta, é verdade, mas não acho que tenha sido uma má decisão dos responsáveis (não sei dizer se é culpa da Abril ou da Disney, verei se descubro). Se o game fosse lançado oficialmente no Brasil, o mercado de game fosse grande no país, todo mundo já tivesse jogado o game, fosse aquela boom gigantesco que é lá fora, talvez nem tivesse a necessidade de adaptar o nome, e Wasteland poderia continuar por aqui, mas que nada, pelo que acompanho nas comunidades de quadrinhos, poucos tiveram acesso ao jogo, então o nome em inglês realmente poderia soar estranho. E aqui no Brasil é raro ver um termo em inglês nos quadrinhos da Disney, incluindo o nome de lugares e cidades. Patópolis é um bom exemplo.

“Mas poxa, Refugolândia é de doer”. Eu concordo, mas que adaptação poderia ser melhor do que isso? Na verdade dentro do conceito de um universo perdido e da tradução de “Waste” em inglês refugo me parece o menor dos males. Questiono talvaz o uso de “alguma coisa – lândia”. O “land” em inglês soa bacana em algumas junções, mas o “lândia”  no português é um desastre, soa bobo, sabem. Talvez um nome que não precisasse do “lândia” caisse melhor, mas também não arrisco um palpite. O fato é que não achei ruim, dentro da idéia original, o nome cabe perfeitamente.

Páginas de bastidores!

Opa, calma que ainda não acabou, o encadernado ainda tem 14 páginas de matérias dentro do universo da história e do game. Conta a origem do Osvaldo, curiosidades, fala sobre o Mickey, sobre o Gremlin, contém uma relação dos desenhos clássicos do Mickey que foram usados como referência dentro do game, mostra alguns dos personagens do jogo. Matérias simples, mas gostosas de ler, que estão dentro da proposta deste especial. Fiquei realmente satisfeito.

Para terminar, achei excelente o acabamento gráfico da revista. Papel de qualidade (LWC), boa tradução e ótima encadernação. Não saiu lacrado nas bancas, mas ao menos achei os volumes bem cuidados, sem amassado, sujeira ou danos. O preço também não ficou ruim, R$ 14,95, tendo em vista outras publicações de outras editoras com preços altos para uma publicação de luxo, ao menos a Abril tentou algo acessível a todos, ainda que podia ser mais baratinho (nem que fosse algumas moedinhas). Valeu à pena comprar.

E como trata-se de uma publicações especial relacionada a um game, não espero que essa história seja republicada por aqui novamente. Se for, o que acho realmente difícil, não terá o mesmo tratamento de certo. É um volume de colecionador mesmo, que daqui alguns anos será tão raro quando outros quadrinhos de luxo lançados no Brasil (que não ganham reimpressão). Quem perder, perdeu. E o azar é só seu. XD

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