Thor, o Deus do Trovão, é a mais nova produção do Marvel Studios, e estreou ontem nos cinemas brasileiros, e eu fui conferir logo, claro, afinal, sou fã de longa data do personagem e estava bem ansioso em ver como mais uma vez o Marvel Studios acertou a mão.
O Poderoso Thor completa ano que vem 50 anos de criação. Uma marca simbólica e poderosa. Apesar dessa longevidade conquistada com muito sucesso, o herói nunca brilhou nas telas do cinema, ao contrário de seu companheiro nos Vingadores, o Capitão América, que já em 1944 foi levado para a telona prateada em uma série de 15 episódios.
Thor chegou a aparecer em tele-filmes como O Retorno do Incrível Hulk (de maneira constrangedora):
E há um filme que marcou minha infância, Uma Noite de Aventuras, no qual vemos uma garotinha fã de Thor:
E em 2009 foi feito também para a TV um filme inspirado na mitologia de Thor, Thor: Hammer of the Gods:
Contudo, o herói da Marvel carecia de um filme próprio. Um filme pelo qual eu ansiava ver desde minha infância. Os anos foram passando, e enquanto eu folheava ás páginas das revistas do Thor, eu via outros heróis sendo adaptados para o cinema; e me perguntava quando chegaria a vez de Thor.
Um boato ali, outro acolá, esse sonho meu ficava cada vez mais distante, até que após o estrondoso sucesso feito no cinemas por Blade, Homem-Aranha, X-Men, e outros heróis Marvel, finalmente a produção de um filme de Thor foi realmente considerada. A Marvel Studios foi criada, iniciando uma era de adaptações bem conceituadas. E logo após o Homem de Ferro ter conquistado o público, foi iniciada a difícil tarefa de levar o Deus do Trovão ao cinema. Realmente, uma difícil tarefa. Thor é um personagem derivado de uma rica mitologia, e que também com o tempo obteve sua própria mitologia. Como traduzir tudo isso em um filme? Como apresentar Thor para o público que não o conhece, e ainda assim agradar aos fervorosos fãs? Diante de tais perguntas, as perpectivas de vermos algo bacana eram sensivelmente diminuídas.
Um diretor foi escolhido, Kenneth Branagh. Essa escolha deixou os fãs malucos. Thor seria dirigido por um irlândes que fez fama atuando em papéis de personagens “shakesperianos”, dirigindo um filme sobre Hamlet. Não, temos que ser sinceros, ninguém botou muita fé nele. Mas o Marvel Studios viu algo nele que nós ainda não tínhamos percebido: sua curiosidade pelos mistérios, pela fantasia, e como os seres se relacionavam entre si. A Marvel sabia que se alguém sabia como a jornada do herói ser a jornada de um deus, esse alguém era Brabagh.
O elenco de Thor foi fechado trazendo atores de renome e novatos. Rene Russo, Anthony Hopkins, Natalie Portman, Idris Elba, Jaimie Alexander, Tom Hiddleston, Chris Hemsworth. O roteiro do filme foi idealizado por J. Michael Straczynski, o mesmo que havia há pouco tempo revitalizado Thor nos quadrinhos. Eu passei a acreditar mais que o filme era uma boa idéia.
E dia após dia, todas as novidades que eram divulgadas sobre o filme eram boas, algo muito raro de acontecer. Conforme o visual do filme era msotrado, foi gratificante encontrar boas referências, visualizar nas imagens ecos dos grandes artistas que trabalharam nas revistas, como Jack Kirby, cujo design das armaduras asgardianas sempre me fascinou. Branagh mergulhou fundo no universo de Thor. Pesquisou muito, compreendeu a essência do herói, e toda a sua dedição foi decisiva para que ele pudesse realizar um filme que é um exemplo de adaptação de quadrinhos para o cinema. Deixou de lado muito de suas próprias idéias, para que assim o próprio personagem pudesse se mostrar. O Thor de Branagh é Thor, não é o Thor de Branagh.
O filme mostra um Thor que pega um pouco das facetas dee suas várias versões, incluindo a Ultimate, mas como resultado final vemos um Thor bem mais parecido com sua história clássica, e ainda assim soando bem mais moderno do que aquele Thor que foi apresentado ao mundo na revista Journey into Mystery 83. Chris foi uma feliz escolha para o papel, e sua atuação surpreendeu todo mundo, da crítica ao público, assim como Robert Downey Jr. fez em Homem de Ferro e Christopher Reeve fez em Superman.
Uma personagem que evidentemente foi bem mais atualizada foi Jane Foster, e com razão. Mas Jane não perdeu suas características básicas, como sua coragem, determinação e amorosidade. Natalie Portman atua de maneira sutial, mais natural, e eu acho que isso foi decisivo para ela se tornar uma humana que instigou Thor e causou uma rápida empatia entre os dois personagens. Ela não vai ganhar um oscar por essa atuação, mas acabou ganhando o coração de um deus.
O filme tem quase duas horas de duração, e eu nem vi o tempo passar, mergulhado que fiquei na aventura. O final de Thor é emocionante, admito que me emocionei muito. E durante todo o filme vamos encontrando referências bem legais, como o Dr. Selvig falando sobre um certo cientista do Universo Marvel, referências a um alter-ego de Thor, a aparição de um Vingador. É interessante assistir antes o Homem de Ferro, o Incrível Hulk, e depois Homem de Ferro 2, e ter eles como uma espécie de linha cronológica, com Thor sendo o último evento, que vai sr seguido por Capitão América, e finalmente, os Vingadores. Aliás, os Vingadores já começa na última cena de Thor, que é exibida logo apos os créditos e um recado sobre Thor.
Eu realmente não queria me extender muito, confesso que ainda estou vibrando com o filme, o qual vi dublado, e na próxima segunda vou ver legendado. A temporada 2011 de blockbuster começou de maneira perfeita, com um filme acessível e empolgante, feito com muito amor á obra original. Sem dúvidas, uma das melhores adaptações feitas nos últimos tempos, que me fez mergulhar na fantasia como poucos filmes me fizeram, realizando um sonho de infância.
E que venha mais Thor, agora com os Vingadores!
Ficha Técnica
Título Original: Thor
Diretor: Kenneth Branagh
Roteiro: J. Michael Straczynski
Gênero: Aventura
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Anthony Hopkins
Estréia nacional: 29/04/2011
Duração: 114 minutos