A Marvel também possui realidades alternativas. Muitas, aliás, embora não tanto quanto a DC. Isso faz com que alguns personagens tenham abordagem bem diferentes dependendo da realidade em que está. Um caso é Hyperion. Hoje, vamos abordar o Hyperion da Terra 31916 (o Universo Marvel “nosso” é o 616), um herói cujos atos farão dele um potencial vilão. Integrante do Esquadrão Supremo, uma espécie de “Liga da Justiça” mais interessante (mais do que Watchmen até). Essa versão de Hyperion foi apresentada pela primeira vez na revista Supreme Power 31 (2003). Aqui no Brasil, as histórias saíram na revista Marvel Max.
Hyperion foi enviado à Terra como um bebê e criado por agentes do governo dos Estados Unidos em um complexo secreto do Governo por uma família “contratada”, de modo que pudesse ter infância normal. Foi dado a ele o nome de Mark Milton. Seus poderes começaram a se desenvolver bem cedo. Ele, junto com os cientistas que o observavam, descobriu que tinha vasta força sobre-humana, alta resistência a ferimentos, e muita velocidade. Ainda bebê, lançou um poderoso raio laser de seu olhar que matou seu cãozinho de estimação. Mais tarde ele descobriu que através da intensa concentração, ele podia ver através de objetos sólidos, e os seus sentidos eram centenas de vezes mais aguçados do que a de um ser humano comum, e ainda que ele podia voar a altas velocidades. Agentes do governo começam a manipulá-lo para se tornar uma arma para o governo dos EUA, independentemente de seus próprios desejos. Quando jovem, foi investigado pelo repórter Jason Scott, do Washington Herald, que tentava descobrir se eram verdadeiras as histórias estranhas que estavam algumas envolvendo operações militares, revelando Mark para à humanidade como sendo um agente do governo e herói chamado Hyperion.
Como Hyperion começou a questionar o seu papel, o governo fingiu a morte de seus pais adotivos para aumentar a dependência de Mark sobre eles. Hyperion foi responsabilizado por atos de violência pró-americanos. Procurando limpar seu nome, ele perseguiu o culpado, o Coronel Joe Ledger, mais conhecido como Doutor Spectrum. Os dois travaram uma batalha longa e devastadora em que Hyperion acidentalmente tocou o cristal energético do Spectrum, que veio originalmente da nave de Mark. Como resultado, recuperou as suas memórias de sua viagem até à Terra. Mark começou a procurar provas de sua origem que foram escondidas pelo governo. Ele confronta o comandante do projeto que o criou, e ele descobriu todos os segredos que cercavam sua vida. O gerente do projeto ativou uma sequência de autodestruição da local, que criou uma imensa onda de choque. Hyperion mal sobreviveu e foi salvo por Zarda, que cuidou dele e explicou que eles eram da mesma origem e que tinha sido enviado à Terra para dominá-la.
Hyperion ressurgiu, capturou o serial killer Michael Redstone, que foi transformado pelo governo a partir de uma fita de DNA mutagênico encontrado na nave que trouxe Hyperion para a Terra. Então, Mark decidiu que ele estava fora do sistema. General Alexander, que é responsável pelos assuntos super-humanos do governo, perguntou se Hyperion queria trabalhar com eles novamente, mas ele recusou. O governo retaliou revelando à imprensa que Hyperion era um extraterrestre. O povo americano, que havia abraçado Hyperion como um herói, ficou aterrorizado. Decepcionado e revoltados com as ações do governo, Mark enviou a Alexander um ultimato, marcado por uma extraordinária demonstração de força: Não toleraria mais nenhuma interferência do governo; a América e a raça humana agora iriam jogar conforme suas regras. Se o governo não iria corrigisse o dano que havia feito à sua reputação, então haveria consequências terríveis para o governo e os povos da Terra. O governo, desesperado, enviou uma força-tarefa atrás de Hyperion para detê-lo. No meio da luta, Hyperion e os outros super-humanos foram transportados para uma linha de tempo alternativa em que os Estados Unidos tinha se transformado em uma ditadura governada por Hyperion. Hyperion reuniu-se com sua contra-parte da realidade alternativa, que incrivelmente revelou que sua terra não era uma realidade alternativa, mas que estavam dois anos no futuro! Hyperion voltou ao presente, mas não antes de Hyperion contar a ele seu próprio passado e como ele implementou sua nova ordem mundial.
Hyperion aceita entrar para o Esquadrão Supremo, e entrega para o repórter do Washington Herald os nomes de todos os seus colegas de equipe, e revela que o governo queria montar uma equipe pública e outra secreta. Para não criar tensão com a população, o governo decide fazer uma única equipe, com integrantes cujas idéias são opostas. E essa bomba-relógio em forma de equipe é parte do plano de Hyperion, que na verdade deseja dominar a Terra.