Supernatural: O 20º episódio da 6ª temporada foi exibido nos EUA dia 6 de Maio de 2011: “The Man Who Would Be King“
Enquanto isso no Brasil: Exibido pelo Warner Channel todas Quintas-Feiras às 21 horas. O episódio desta semana será Frontierland. Já o episódio 6×20 ainda não foi exibido no Warner Channel!
Aviso: Continue lendo apenas se você já assistiu o episódio 6×20 de Supernatural. Haverão spoilers!
Não conhece o Papo de Série? Basta clicar aqui e ficar por dentro do projeto. Depois do “continue”, a gente conversa mais.
Uma Temporada Sobrenatural?
Já faz tempo que não escrevo um Papo de Série. E o mais recente episódio de Supernatural foi indescritivelmente bom – possivelmente o melhor desta temporada. Logo, esse PdS merece ser escrito. Finalmente as respostas das quais nos privaram desde o início da 6ª temporada!
Supernatural é uma série que tem mostrado bastante potencial para mais uma temporada, mesmo que tenha começado muito mal com a ausência do criador Eric Kripke. Lembro bem do PdS do episódio 6×01 que escrevi há uns meses atrás. Para mim, naquela época, Supernatural estava em decadência, seguindo o caminho de Smallville. As coisas mudam mesmo!
A Guerra civil no Paraíso, a reafirmação do Apocalipse interrompido, o pacto com Crowley, as almas do Purgatório, a alma de Sam e o próximo Lúcifer. Já houve muita mudança após a suposto fim de Supernatural. E me pergunto: Terá sido a melhor opção dar continuidade a uma série feita para terminar após as cinco temporadas?
Claro, apesar do fracasso dos primeiros episódios da 6ª temporada, a história tem ganhado uma dimensão bem interesante. Diria que está bem digno daquilo que Supernatural sempre foi, sempre representou. Senti que os escritores ficaram meio perdidos, sem rumo. Tendo o Lúcifer aprisionado, o que restava? Bem, segundo aquilo que notei, eles adotaram aquela política de tentativa e erro.
Deu para sentir, nitidamente, que a história estava insegura, havia um certo caos. Primeiro, apostaram nos episódios de história fechada – encontrar a criatura e acabar com ela! Acredito até que trouxeram antigos personagens para tornar o contexto mais amigável, mais cativante – não que tenha funcionado. Em seguida, perceberam como o Castiel era bem mais importante do que o avô dos Winchester. Trouxeram o anjo de volta e com ele veio a guerra civil. Ainda bem que fizeram isso! A história teve uma respeitável melhoria.
E depois apostaram naqueles episódios off record (nem tanto), dando aos episódios um carácter humorístico maior do que o costume. E souberam fazer isso, então pouco tenho a reclamar. “Desnaufragaram” o Titanic, viajaram no tempo e conheceram o Colt, e viveram uma dimensão alternativa (a nossa na verdade) na qual eles eram simplesmente os próprios atores por trás das personagens, no set. E agora completaram com esse último episódio. Sinceramente, confesso que estava errado, enganado, quando menosprezei a 6ª temporada. Ela só começou com o pé esquerdo. A série ainda tem por onde continuar. Às vezes estar enganado é ótimo! E espero um season finale épico como sempre foi costume.
6×20: The Man Who Would Be King
Let Me Tell You Everything…
Regressamos ao Apocalipse evitado. Ao contrário de todos os outros episódios, esse teve uma atmosfera completamente diferente, começando por ter duas perspectivas: o lado mais humano e sincero de Castiel até agora e o lado dos três irmãos Winchester, Dean, Sam e o Impala, e o velho bêbado Bobby. E isso foi absolutamente brilhante! Escolhas. Castiel pode ter feito algumas más escolhas, mas esse episódio foi a melhor escolha que podiam ter feito. A série estava precisando ser reanimada e ser tirada do limiar da morte.
“I remember the most remarkable event-remarkable because it never came to pass. It was averted by two boys, an old drunk, and a fallen angel. The grand story. And we ripped up the ending, and the rules, and destiny, leaving nothing but freedom and choice.” – Castiel.
O próprio título do episódio já sugeria a aliança divina e demoníaca por ser uma referência ao conto de Rudyard Kipling. A diferença de qualidade se fez notar logo no início. É interessante como mostraram eventos históricos muito mais antigos do que aqueles que marcam a história da série e enquadraram o épico Apocalipse evitado de Supernatural à história da humanidade. A torre de Babel (com humor), Caim e Abel, David e Golias, Sodoma e Gomorra. Essa introdução foi épica!
A simples hipótese de Castiel esconder segredos nunca foi absurda. Agora, ele ter um pacto com o Rei do Inferno é algo completamente diferente. Esse fato absurdo ficou perfeito. E tudo isso só adiciona maiores expectativas para o fim desta temporada. Fiquei surpreso com a morte da Eve. Achei muito fácil – isso que dá estar acostumado ao Lúcifer. Mas isso já é passado.
A traição do Castiel é um conceito bem mais complexo para mim. Se analisarmos tudo minuciosamente, ele não tinha tantas opções. Ele se questiona sobre a escolha certa mas não acredito que houvesse uma mais certa que a outra, embora todas devessem incluir sinceridade com o Sam e o Dean. Uma personagem heróica fazer um pacto com o Diabo nem é um grande acontecimento em Supernatural – Sam e Dean são a prova disso. O grande evento no caso do Castiel é ele, acima de “heróico”, ser um anjo. Crowley não morreu e isso também foi uma excelente reviravolta.
Enquanto assistia ao episódio, compreendia os dois lados. Achei bem feito a defesa de Dean e depois a sua revolta. Jamais pensei ver Castiel preso em um círculo de fogo e por isso adorei tê-lo lá. É óbvio que a referência ao Super-Homem foi uma estratégia de marketing para o fim de Smallville – muita coincidência sendo ambas as séries da CW. Ainda assim gostei da referência.
Destacando as palavras a partir daqui, o melhor mesmo foi ter tido todas as questões respondidas. Afinal, fora o Castiel quem trouxe o Sam de volta e sem alma. Algo que já tínhamos considerado aqui no Portallos. Certamente, ele recorreu aos seus meios para conseguir algo tão difícil e o resultado foi bem imperfeito.
A economia de almas tem sido um assunto em crescimento exponencial e, naturalmente, foi ele que serviu de base para todas as explicações. Isso considerando o desejo dos anjos, do lado do Rafael, de reiniciar o Apocalipse. O regresso de Lúcifer desperta algum interesse em mim. Sim, concordo que seria redundante mas o contexto seria muito diferente e sempre gostei da personagem. De qualquer modo, acho um pouco difícil de trazerem o Lúcifer de volta. O importante de tudo isso é a Guerra Civil no Paraíso, a Economia de Almas, o Inferno e o Purgatório. Provavelmente, teremos as portas do Purgatório abertas. E o resto ficará para a próxima temporada.
A relação do Crowley com Castiel conseguiu parecer bem sólida, mesmo sendo tão recente para nós. Estranho o suficiente, Crowley por suas razões egoístas tem se revelado um dos inimigos mais espertos. Ele não confronta as situações, ele manipula e não procura derrotar os Winchester. Ele procura apenas o domínio e o poder do Inferno. Temos poucas demonstrações do Inferno até agora, mas as várias formas de tortura são realmente interessantes para intensificar o sofrimento tão característico. E Hades foi fantástico! A fila interminável! Só de imaginar dar arrepios. Algo tão simples e tão pesado!
E tudo terminou com chave de ouro. O Deus de Supernatural é, provavelmente, o mais bem feito de todos pelos humanos. Ele simplesmente responde com o silêncio sempre que lhe perguntamos algo – tão parecido com a vida real, não acham? A decisão de escolha, de liberdade, custou muito, mas trouxe esse lado humano e sincero, independente, do Castiel. Naqueles últimos momentos, pensei que Deus fosse dar algum sinal. E o silêncio foi a resposta final. Não podia pedir por mais. Nem Deus podia dar mais, aparentemente.
Enfim, espero que tenham gostado do episódio e comentem. O fim da temporada está próximo e esse episódio deixou muitas impressões. Tentei simplificar o PdS e deixar apenas as impressões mais fortes. Digam o que acharam do episódio e o que acham do destino da série. Mais uma temporada pode até funcionar. Resta aguardarmos para ver o resultado. E espero que Supernatural aumente ainda mais a sua qualidade.
No próximo episódio…