Enquanto uma guerra acirradíssima entre Battlefiled 3 e Call Of Duty: Modern Warfare 3 está sendo travada pelos soldados da EA e combatentes da Activision, uma outra disputa, um pouquinho mais amena continua anualmente de pé e sem muitas novidades aparentemente. Estamos no meio do ano e há poucos dias da E3 e como de costume PES 2012 e FIFA 12 estão dando as caras mais uma vez com diversos videos sobre os detalhes bem mínimos que estão sendo modificados para justificar a compra da edição mais atual desses jogos.
Este ano a Konami diz estar aperfeiçoando as mecânicas de Pro Evolution Soccer, de modo a torná-lo mais estratégico e menos fantasioso, como muitos fãs já exclamaram por ai. A idéia é boa, mas parece caminhar a passos de formiga, pois se não me engano algo parecido, se não a mesma coisa foi dita no ano passado e eles ainda estão batendo na mesma tecla. A mobilidade dos jogadores também não parece ter evoluído muito e a beleza acaba parando nos gráficos enquanto a ginga e os dribles ainda parecem o mesmo “feijão com arroz” de sempre. Ao ser questionada, a Konami confirma tudo: em PES 2012 teremos novas animações, novos efeitos de iluminação, novos dribles e novas opções táticas. Resumindo, PES continuará onde está, com um futebol extremamente cinematográfico, mais veloz do que deveria ser e ainda assim divertido, mesmo que não agrade a maioria. Mas com um dos lados da moeda tão acomodado assim eu me pergunto: será que isso é mesmo uma guerra?
Já FIFA não tem porque se preocupar, depois de anos atrás do sucesso da série Pro Evolution é a Eletronic Arts quem reina soberana na preferência da maioria quando o assunto é futebol, justamente por apostar todas as suas fichas no mais puro realismo que uma partida deste esporte pode trazer. Para este ano, a franquia continua ajeitando uma coisinha ali e outra acolá sem deixar o que já está dando certo sair dos trilhos. Dentre as inovações que nem parecem tão inovadoras assim, a que mais chama a atenção é a nova engine para impactos e colisões, com lances que renderiam cenas lindas não só de gols, mas também de faltas durante uma jogada. Outro aspecto que promete revolucionar é a inteligência artificial. Segundo informações já divulgadas um jogador que seja um novato no time tenderá a ter mais cautela contra um jogador mais experiente. Em outras palavras, nunca coloque um reserva na defesa para frear os dribles desconcertantes de Lionel Messi. Ele pode tremer nas bases.
Mais detalhes que só os produtores conseguem escavar, somente na E3 deste ano, mas antes mesmo do maior evento de games desta terra começar, acho que a maioria já elegeu o vencedor desta disputa. Não é de hoje que a série PES não inova como se deve, isso é fato. Ela estacionou e se acomodou na era PlayStation 2 e de lá pra cá só perdeu terreno depois que a EA mostrou serviço de verdade em FIFA 2009. Mas será que voltar ao topo significa mesmo se igualar a FIFA em todos os sentidos? Se pegarmos como exemplo os games de corrida da atualidade, veremos que nem sempre é preciso ser um simulador para vender bem e que os arcades também tem o seu espaço.
Talvez a única coisa que ainda salve o game de futebol da Konami na visão de quem migrou com mala e tudo para a franquia da EA seja o seu carisma que conquistou muitos fãs de longa data. Afinal sempre foi muito divertido jogar a Master Liga e evoluir um time todo do zero, atravessando diversas temporadas, administrando as finanças de um clube (ainda que de modo bem simplificado) e contratando cracks para jogar no seu time. Enfim, diversão que estava lá muito antes de FIFA chegar e que particularmente ainda não me convenceu totalmente a largar o divertido futebol arcade pelo simulador cada vez mais real que existe.
Se PES realmente precisa seguir FIFA à risca e correr atrás do prejuízo? Quem sabe? Depende muito, depende do seu gosto, depende do que você, fã de futebol está procurando de verdade. Puro realismo, tanto dentro quanto fora do campo ou um simples arcade totalmente decompromissado, rápido e divertido? Para mim não existe razão para comparar os dois, ao menos não enquanto a Konami não vir a público e dizer que o seu jogo é o mais realista ou que ao menos pretende perseguir este posto daqui para frente. Até que isso aconteça, essa guerra promovida pelos fãs sempre terá um vencedor e um perdedor antes mesmo de recomeçar.
Mas enfim, a E3 vem aí e independente de quem se sagre vitorioso este ano, a história já mostrou que dificilmente veremos algum dos lados enxugando as lágrimas ou rogando praga para o adversário após o fim da batalha. Deixemos a guerra de verdade para Battlefield e Modern Warfare. Pelo menos no quesito shooter ainda podemos brincar dizendo que nada foi definido ainda e que assim segue o hype.