Crítica | X-Men: Primeira Classe – Eu Fui!

Atualmente nesse mundinho onde as informações são tão abundandantes, é cada vez mais difícil nos supreendermos com algo. Especialmente quando não se sabe como filtrar essas informações. Usando um antigo jargãoo, é necessário separar o joio do trigo. Essa seleção foi determinante para que meu entusiasmo com X-Men: Primeira Classe fosse estivesse sempre em alta, e fiquei muito feliz em constatar que o patinho feio dos blockbusters desse ano se tornou um dos mais belos filmes de super-heróis já feito!

Muitos diziam que o filme viria a ser a piada do ano. Muitos “videntes” afirmavam que seria a grande decepção do ano. E até que eles tinham alguns motivos que os ajudassem a apoiar essa linha de raciocínio. A produção de X-Men: Primeira Classe seria feita à toque de caixa, somente para que a Fox não perdesse os direitos sobre a franquia por deixá-la inativa. Um orçamento limitado, um diretor ainda em começo da carreira, um elenco igualmente desconhecido…

Outros fatores (como a intervenção dos produtores da Fox nos rumos de X-Men Origens: Wolverine, e uma precipitada produção de X-Men: O Confronto Final) meio que “contaminaram” público e crítica, e a maioria esperava pelo pior. Nas listas de prováveis melhores blockbusters de 2011, até o Lanterna Verde perdia a condição de lanterna para o X-Men: Primeira Classe.

Eu, por outro lado, sempre defendi o filme. Afinal, Bryan Singer estava de volta, ainda que como apenas o produtor, sua presença me tranquilizou. Singer não é um diretor excepcional como um todo, mas costuma explorar muito bem a maneira como os personagens interagem entre si, um ponto crucial em se tratando de algo relacionado ao X-Men, e essa habilidade de Singer foi uma das maiores qualidades dos dois primeiros filmes da franquia.

Quando foi anunciado que Matthew Vaughn ia dirigir a nova aventura dos mutantes, o meu hype foi colocados nas alturas. Anteriormente cotado para dirigir o terceiro filme dos X-Men, o nome de Vaughn se tornou poderoso após sua genial adaptação de outro sucesso da Marvel, Kick-Ass. Com Singer e Vaughn no time, eu tinha a certeza que algo muito bom seria feito.

A Fox até que tentou “sabotar” o filme, inestindo pouco dinheiro no filme e fazendo uma campanha de marketing inicial grotesca, quase tão ruim quanto à feita pela Warner com o Lanterna Verde. Mas foi um tiro que saiu pela culatra, pois esses dois fatores foram importantes para melhorar o filme, por mais estranho que isso possa parecer.

O orçamento limitado fez com que não fosse possível investir em efeitos de computação gráfica mirabolantes. Os efeitos deveriam ser em sua maioria práticos e funcionais, deixando que o roteiro se focasse mais na atuação dos personagens, na relações entre eles, e não em contínuas exibições das habilidades mutantes. Isso foi interessante, já que o ambiente do filme é os anos 60, e isso tudo ajudou a passar melhor a sensação de estarmos vivendo nessa década. Um filme mais cru, onde a história é a grande estrela.

Tenho ouvido muito muito que o filme é uma espécie de filme de espionagem temperado com ficção científica e drama. E é bem por aí mesmo, por mais estranho que isso possa parecer. E justamente a questão das estranhezas é um belo foco no filme. Mais do que nos filmes anteriores, os personagens se sentem estranhos e possuem formas diferentes de lidar com suas digamos, “diferenças”, e aí o filme brilha e muito, aprsentando personagens interessantes e que vão se desenvolvendo, evoluindo com o desenrolar dos fatos. Os personagens interagem entre si e com a história, e isso dá ao filme uma tônica espetacular. Imersão e realidade em um filme sobre pessoas com habilidades incríveis se tornou algo tangível, finalmente.

A dupla de protagonistas carrega o filme nas costas, com atuações de altíssimo nível, ofuscando até mesmo aquilo que já vimos deles em filmes nos filmes anteriores. Temos um Magneto e um Professor X muito melhores aqui, e isso não é pouca coisa, tendo em vista os nomes dos atores que fizeram esses papéis quando eram dois velhos amigos. Michael Fassbenber rouba a cena fazendo um Magneto pelo qual torcemos, e James McAvoy por sua vez nos apresenta um Prof. X que todos do qual todos queremos ter como amigo.

Até Kevin Bacon convence como um vilão egocêntrico e sem medo de se assumir como alguém que realmente quer tocar o terror e moldar o mundo da maneira que acha melhor ser. Jennifer Lawrence nos mostra uma Mística pela qual sentimos uma empatia logo de cara, sua fragilidade e candura impressionam, Nicholas Hoult e seu Fera também ficou legal. Os demais personagens não estão no mesmo nível destes que citei, mas nada comprometedor, digo apenas que eles são funcionais dentro da trama.

Diversas referências aos filmes anteriores, ao universo mutante, disso eu gostei; pena que Stan Lee não pôde fazer sua habitual participação aqui. Mas deram um jeitinho e conseguiram incluir uma outra aparição muito interessante, um dos momentos mais cômicos do filme. Falando nisso, é impressionate como esse X-Men é um filme sério, com um clima realista. Isso é dino de nota.

Bem, X-Men é um filme com um roteiro amarradinho, bem fechado, pontuado com atuações sensacionais, trazendo uma qualidade os filmes de super-heróis ainda melhor e tão impactante quanto o queridinho Batman: O Cavaleiro das Trevas. Sem dúvidas, afirmo que X-Men: Primeira Classe merece figurar na lista de melhores em seu gênero, é o filme do ano até agora, e não é à toa que até os críticos mais chatos estão elogiando, e basta uma rápida consulta ao twitter para vermos que o público também adorou essa incrível adaptação.

X-Men: Primeira Classe, é um filme de Primeira Classe!

Ficha Técnica

Título Original: X-Men: First Class
Diretor:
Matthew Vaughn
Roteiro:
Byan Singer/Matthw Vaughn
Gênero:
Aventura
Elenco:
Michael Fassbender, James McAvoy, Kevin Bacon, Jennifer Lawrence, January Jones
Estréia nacional:
03/06/2011
Duração:
132 minutos

 

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