True Blood: Sangue Agitado sobre Sacrifícios Inspira Profundas Mudanças em Bon Temps! [4×02] [PdS]
I want to do bad things with you…
True Blood: Episódio 2 da 4ª temporada foi exibido nos EUA dia 3 de Julho de 2011 : “You Smell Like Dinner”
Enquanto isso no Brasil: True Blood é exibido no Brasil pelo canal pago HBO. Atualmente o canal não está tão atrasado. O episódio 4×02 será exibido no canal da HBO no Domingo, dia 17/07/2011.
Aviso: Continue lendo apenas se você já assistiu o episódio 4×02 (“You Smell Like Dinner“) de True Blood. Caso tenha perdido o episódio 4×01, mencionarei acontecimentos. Haverá spoilers!
Àqueles que ainda não conhecem o Papo de Série, basta clicar aqui e ficar por dentro do projeto. Depois do “continue”, conversamos mais.
Uma Nova Temporada Desperta Expectativas
Após meses, True Blood retornou com tudo que faz dessa série uma das melhores, pessoalmente citando. Entretanto, acredito que a 4ª temporada tenha ido ao ar um tanto frágil. Já na temporada passada, houve sérias falhas, bastante desencorajadoras. A ideia seria recuperarem o resplendor da série, superando as fragilidades deixadas no passado. Bem, começaram na direção certa para mim!
Está tudo de volta, a atmosfera predadora, imprevisível e viciante de Bon Temps, o humor negro, os antigos personagens e, algo que privilegiei neste retorno, um novo núcleo de personagens associadas a um enredo potencialmente fantástico. Confesso que não fiquei tão satisfeito com o primeiro episódio (4×01: “She’s Not There”), ele foi muito “calmo”, abaixo da fama da série, daquilo que se esperava no season premiere. Por isso, deixei esse Papo de Série para o segundo episódio que acreditava que seria um ponto de virada em que sangue seria jorrado e, de fato, acabou por ser.
Desde a série Six Feet Under, exibida pela HBO e já cancelada, aprendi a ter uma grande admiração por Alan Ball. Ele demonstrou diversas vezes ter o talento e a genialidade necessárias para fazer uma obra-prima. Em nome dessa mesma confiança e respeito pela série em si, estou convicto de que essa temporada será ótima.
A primeira temporada de True Blood foi aquela que serviu para definir o conteúdo e o estilo da série. Depois, a segunda me convenceu de que True Blood tinha atingido um elevado patamar de qualidade, um patamar único. Fiquei viciado. Não vou mencionar a terceira que me deixou um pouco decepcionado, pareceu um balde de água fria! E chegou a vez da quarta temporada. O que devemos esperar daqui para frente?
Enfim, vamos deixar de lado essa perspectiva generalizada e vamos nos concentrar nos episódios 4×01 e 4×02 que tiveram momentos marcantes e que deixaram já pistas sobre o resto da temporada. Acho que já podemos lançar as nossas teorias, não é mesmo?
4×02: “You Smell Like Dinner” (+4×01)
Meses mais tarde…
Primeiro, queria agradecer por terem dado um rumo mais fatal ao Jason. Nunca considerei o personagem um desperdício, sempre adorei os meios e confusões em que se metia quase acidentalmente. A diferença é que antes ele se metia em vários contextos problemáticos e acabava saindo deles, e dessa vez ele se infiltrou num covil sem saída, literalmente. O Jason sendo “sobrenatural”, um werepanther, vai acrescentar outras possibilidades ao drama, algo mais interessante, espero. E a Crystal poderá crescer como personagem através dessa transformação.
Quanto ao reino das fadas, não há necessidade para criticar muito, eles fizeram um bom trabalho com os efeitos especiais e com a introdução de uma guerra entre mundos opostos: o reino das fadas e o mundo dos humanos, ou seria dos vampiros? Dos metamorfos? A ideia de qualquer maneira não se altera. Só não consegui ainda entender muito bem a intenção deles com essa nova realidade. Talvez queiram simplesmente guerra.
“I have a fairy godmother? (…) Okay, if your job is to look after me, can I just say you suck?” – Sookie.
Não pude deixar de notar também que a estratégia que adotaram para resolver os problemas da temporada passada, parte deles pelo menos (aqueles que convinham), teve o seu brilhantismo. Poupou perder mais tempo com detalhes e deixar o futuro dar as explicações para o passado, surpreender naturalmente . Um ponto positivo, não nego, dado que isso deve evitar que cometam o mesmo erro da 3ª temporada.
Steve Newlin’s right, you’re devils of the night!
E para variar, a casa da Sookie voltou a ser assombrada com o seu retorno do mundo das fadas, ou monstros fadas com as suas frutas iluminadas. Pode ter demorado três temporadas, mas finalmente tiraram o Bill de perto da Sookie e intensificaram a relação dela com Eric – aliás, gostei da aquisição dele. As cenas em que Eric provoca Sookie sempre tiveram um lado “humorístico” cativante.
Por mais que Steve Newlin não esteja mais tão presente na série (sinto falta), a sequela que deixa na sociedade serve muito bem para a promoção de conflitos essenciais para a concretização de um sentido real do universo fictício. Sempre senti os grupos de revolta como um traço realístico indispensável. Porém, a Jessica foi a melhor surpresa que lançaram a partir da manifestação à volta do Fangtasia. Isso sem contar, claro, com a agressão de Hoyt. E a Pam que esteve com o mesmo espírito… morto, entediado mas triunfante. Por lembrar dela, Jessica se liberta devido a sua magnífica colaboração. Conversa entre vampiras resulta nisso.
Desde que ela se tornou uma vampira, os produtores não aproveitaram muito a vampira recém-nascida (recém-morta, o que preferirem) para explorarem um pouco os impulsos e instintos dos vampiros, levando a Jessica ao limite. Chegaram a experimentar algumas coisas, mas não se excederam verdadeiramente. Esse é um débito que felizmente eles parecem determinados a pagar. E a sobreposição da natureza vampírica como repercussão atrasada em contraste com a infidelidade e a instabilidade matrimonial me parece ser um bom caminho a ser seguido. Veremos no que isso dará.
A identidade que sangrava estancou …
Incrível e estranho ao mesmo tempo foram as mudanças que ocorreram com algumas personagens. Às vezes senti até que foi bizarro embora tenha sido renovador e libertador na maioria das vezes por ter simplesmente saído da “rotina” que a série tinha estabelecido. A Tara em New Orleans numa nova relação lésbica e boxeadora ficou bastante alternativo. Gostei disso até onde foi possível, pois apesar das vantagens da modificação não consegui deixar de sentir a falta dela em Bon Temps – pensei: “Ela tem que voltar para Bon Temps de alguma forma e essa nova namorada tem que ser jogada na loucura inesperada de lá.”
Fiquei um pouco desconfiado da pacificação do Tommy. Se ele quer ser irmão autêntico do Sam, tudo bem. Só espero menos sentimentalismo e mais ação – um balanço seria ideal. E por outro lado, Sam mesmo mantendo a sua personalidade característica, irritada e mal-humorada mas extremamente humana, transmitiu uma sensação de evolução incompleta quando se reuniu com o grupo (terapia, segundo ele) de metamorfos. É como se fôssemos jogados de pára-quedas naquele grupo. Só assistindo alguns segundos da reunião para se acostumar e compreender que o tal grupo não é tão aberto quando aparenta ser, nem tão dispensável. Eis que começa a instigar o interesse. E podemos começar pela Luna.
“I had to fall asleep listening to the Legend of the Skinwalkers” – Luna
Todos guardam segredos. Esse é o principal motivo pelo qual as relações humanas muitas vezes entram em choque violento. E quando Sam confia muito em alguém, essa pessoa normalmente o decepciona, quase que o faz ficar arrependido. Antes Maryaan e Daphne, agora suspeito da Luna. Quando ela disse que guardava um passado sujo, a história solidificou um envolvimento mais completo. Contudo, apenas senti ansiedade e empolgação quando ela contou a história das skinwalkers.
O Coven chegou em Bon Temps!
A Luna esclareceu bem as origens das bruxas conhecidas por Skinwalkers e quase gritou uma confissão ao relacionar fatos da sua vida com tais origens. Ela se transformou na mãe, um ser humano, e a mãe morreu quando ela nasceu. Trágico, concordo. Ainda assim, repara: as Skinwalkers podem se transformar em qualquer animal, incluindo humanos, e o único preço a pagar é morte de um membro da família que seja metamorfo. Ela é uma perfeita Skinwalker então! Se ela for maligna, poderá estar sendo falsa e talvez tenha alguma ligação com a Marnie (líder do coven). Apenas suposições.
Aproveitando o assunto, a melhor adição nesta temporada são as bruxas. Por alguma razão, elas são perfeitas para expandir o universo sobrenatural da série. Elas não só representam personagens diferentes e intrigantes, como levantam a possibilidade de termos um elemento perturbador potente em Bon Temps. Seria excelente se as bruxas causassem mais estragos que Maryaan!
Por enquanto, não mostraram feitiçaria muito pesada. A própria Marnie parece mais um instrumento para um verdadeiro vilão, na verdade uma possessão. Aliás, tive dificuldade em evitar a conclusão: ela pode ter sido possuída pelo bruxo negro que Lafayette e Jesus viram na terceira temporada, um bruxo que parece estar ligado a um deles. E se Lafayette for descendente do bruxo negro, ele pode estar despertando problemas ao se unir ao coven. Já Jesus, bem, ele pode também ser o responsável pela ressucitação da magia negra. Ontem um pássaro ressucitado, amanhã querem trazer de volta à vida uma pessoa e só Deus sabe o que virá depois (o Eric é que ficou já sem saber de nada). Isso sim é excitante para True Blood!
Muitas personagens de True Blood parecem estar lá só para caracterizar o ambiente de Bon Temps, como o Andy Bellefleur ou a Arlene. Não digo que o tráfico de V esteja já ultrapassado, envelhecido, mas também já deu sinais de ter contribuído com tudo que podia desde as confusões das temporadas passadas. É por esta mesma razão que não prevejo muito drama proveniente do novo vício do Andy – quem sabe eles não estejam considerando isso como uma parte mais “cômica” da ação?
Fora isso, temos o outro grande mistério dessa temporada: Mikey. Em geral, criaram uma curiosa instabilidade em Arlene e contrastaram isso com a calma paternal de Terry. Sinceramente, gostei bastante das cenas do filho de Rene (geneticamente julgando) e estou torcendo com todas as minhas forças para que o pequeno Mikey seja algo sobrenatural ou/e imponente – duvido que tenha sido coincidência o olho da Arlene ter sofrido um pequeno derrame quando ela fixou o olhar no interior dos olhos do filho.
Não vou afirmar nada porque é ainda muito cedo, mas o Mikey poderia ter herdado alguma magia negra, embora não compreenda por inteiro de onde ele pode ter herdado isso. O Rene era só um psicopata. Não sei se estarão pensando em adicionar espíritos, mas o suspense foi bem plantado.
1982, Londres, Bill Compton assinou o pacto que o conduziu até a Sookie. Bill Compton, Vampire King of Louisiana, melhorou muito se comparado às outras temporadas. Mesmo assim, ainda acho que o personagem apresenta traços cansativos. Sempre senti isso em relação a ele, ora era mais tolerável ora mais cansativo e outras vezes quase insuportável. Todavia, sendo o Vampire King of Louisiana, fiquei com uma impressão mais positiva sobre o futuro dele na série. Claro, por mais que tenham matado parte da personagem e feito nascer outro no lugar, a personalidade continua meio inalterada. Noto, por último, que o recuo no tempo cumpriu o seu propósito, deixou a história explicada e a ação mais aprofundada, diria introspectiva. E a Sookie fica melhor separada dele. Definitivamente.
A Bruxaria, Skinwalkers e Sangue
Já sabíamos quando a terceira temporada terminou que a próxima teria como foco principal a temática da bruxaria. Lembro ter ficado morto de ansiedade com esse anúncio, depois temi pelo efeito devastador das expectativas elevadas. E por um tempo esqueci completmente. Por fim, acabou que a bruxaria superou as expectativas, isso porque analiso tudo tendo inclusive em vista o futuro desenvolvimento. Foi inteligente terem iniciado com um humilde coven, liderado por uma bruxa supostamente frágil. E mais inteligente ainda foi terem arrastado o Lafayette para o meio (o inevitável não desvaloriza a forma de execução).
“Goddamn I hate this place” – Tara.
Particularmente, destaquei a participação de Tara no coven, as citações típicas do Lafayette e o jeito insubstituível da Tara para lidar com coisas sobrenaturais. Ela voltou a Bon Temps para reencontrar Sookie. Duvido que ela venha a fazer isso apenas. Ela deve ficar presa em Bon Temps por alguma razão, quem sabe sirva de cobaia aos feitiços experimentais. Imagino…
- Bruxas abrindo um portal de acesso entre Bon Temps e o Reino das Fadas;
- Luna sendo uma bruxa psicopata (por que não?), uma verdadeira Skinwalker;
- Bon Temps sendo dominada pelas fadas, seres humanos escravizados;
- Sookie aprendendo a usar os seus “poderes” e ficando mais agressiva;
- Muito sangue sendo derramado, mortos sendo revividos para servirem as bruxas;
- Possessões diversas e relacionamento das skinwalkers com as fadas;
- Eric sob os seus instintos exclusivamente (disso tenho certeza).
A imaginação suporta teorias, suposições, espero que façam muito mais do isso que estou pensando. Quero que eles enlouqueçam tudo como fizeram na segunda temporada e que ultrapassem os limites. Eles têm o potencial nas mãos.
A cena final da Marnie possuída retirando toda a memória do Eric fechou o episódio com chave de ouro. Se eles queriam deixar a audiência um pouco perdida, eles conseguiram com o Eric divagativo. Quando ele foi interpelado pela Sookie e demonstrou conhecimento nulo sobre o óbvio, uma nova janela de caos foi aberta. Bon Temps não está mais segura, há bruxas e Skinwalkers agindo rápido, finalmente um pouco do caos bizarro de True Blood a caminho!
* Não li os livros de Charlaine Harris nos quais True Blood se baseia. Todas as minhas suposições são oriundas da análise exclusiva da adaptação televisiva. Evitem spoilers.
Vale lembrar que na temporada passada Arlene fez um feitiço para perder o bebe, talvez seja essa a explicação para os poderes latentes do pequeno.
Dúvida: alguém aqui conhece Rookie Blue? Eu vi na Universal um dia e parecia legal – o que é difícil porque fora Dexter nenhuma outra série me interessa..
Ja quero mais episodios de True Blood!!!