Ken Levine parece ter aprimorado uma fórmula que já tinha atingido o sucesso com maestria. Grande mudança elevar-se do profundo oceano e encontrar entre as nuvens o paraíso, excepto que esse paraíso não é literal, nem tranquilo, mas violento, radical, enlouquecedor e uma cúpula de pensamento e reflexão filosófica cheia de nacionalistas desafiada a ser arrebentada para deixar respirar o interior.
Daquilo que fora mostrado na E3 2011 no que diz respeito ao game que revoluciona a franquia BioShock de certo modo, já conhecíamos a maioria das inovações, da nova ideologia, a proposta em si. E há meses quando postei pela primeira vez sobre o jogo da Irrational Games e até o Theo postou em seguida a primeira demonstração do gameplay, o entusiasmo estava palpável aos olhos. Vem com atraso, todavia com agrado pessoalmente exprimido, o demo de BioShock Infinite partilhado apenas com a imprensa/mídia na E3 2011.
Perfeito! Fantástico! Brilhante! Julgando pelos outros BioShock, o cenário e o ambiente mudaram, porém se manteve aquele espírito próprio da franquia, razão suficiente para que o jogo, embora apresente uma abordagem bem diferente, conserve no título “BioShock”.
Primeiro, achei genial a relação entre Booker e Elizabeth, bem como os diálogos de cada um deles, parecem tão… humanos. A cidade suspensa que flutua no céu, Columbia, também está mais interessante que Rapture. Não vou criar uma disputa entre elas, pertencem a abordagens distintas, prefiro antes gostar de ambas. Entretanto, notei que em Columbia há uma liberdade muito maior. Principalmente, fiquei admirado com o realismo dos elementos, sejam animados ou inanimados, que constituem e preenchem os espaços. Depois, a flexibilidade que permite alternar entre espaços interiores e exteriores conquistou a atenção.
Mais algumas observações
O gancho também deixou as minhas expectativas satisfeitas. Aparentam úteis (para as fugas, basta pensar rápido em como usar o ambiente ao seu favor), fáceis de usar, criativos e conectivos. A sensação de se jogar no ar para agarrar posteriormente em algum trilho atrai bastante. E o aspecto mais inovativo, na minha opinião, é a capacidade de Elizabeth em moldar o mundo criando objetos inexistentes sob a nossa orientação. Estratégia que modifica o ambiente. Isso altera muito positivamente a jogabilidade.
Ah! O Songbird cativa muito mais do que os Big Daddies, transmitem também uma maior proximidade da forma de sentir e pensar dos seres humanos. Fora tudo isso, os “poderes” de Booker convencem a acreditar no conceito de um novo BioShock por completo. Os confrontos se tornam mais complexos, mais explosivos, mais dinâmicos e agitados. Retirar a gravidade para matar os agressores enquanto flutuam lentamente no ar me fez querer assumir o controle.
BioShock Infinite lança ao ar uma civilização ultra-nacionalista, louca, questiona o poder e o nacionalismo, o grau saudável do amor pela pátria, as características humanas e inclusive as relações humanas. Para mim, o demo aumentou as probabilidades de que eu adquira o game no futuro.
BioShock Infinite será publicado em 2012 para PC, PS3 e X360. Falta só mais uns longos meses.