Cinema | Capitão América – O Primeiro Vingador – Eu Fui!

E finalmente é lançado o quinto filme do Capitão América! É isso mesmo, ao contrário que de que a galerinha leite com pêra imagina, o Capitão já teve outros filmes, e qualquer dias deses eu falarei deles, pois agora é o novo filme que é a bola da vez. E que filme complicado de se fazer não? Para os que acompanham o personagem tudo bem, mas fazer as outras pessoas se intererassem pelo personagem nos dias atuais é meio complicado, esse sentimento anti-americano que se percebe nas pessoas torna a apresentação do icônico personagem mais desafiadora.

Eu acho uma pena quando vejo uma pessoa dizer que não está dando muita atenção ao Capitão por achar que ele é muito “patriótico”, acho isso uma coisa xenofóbica, preconceituosa. Além disso, o personagem foi concebido para incentivar o patriotismo americano sim, mas tão logo a Segunda Guerra Mundial acabou, o foco mudou. Hoje então, ele é praticamente um “Capitão Mundo” e combate a vilania sem restrições de fronteira.

E aqueles que foram ao cinema conferir Capitão América – O Primeiro Vingador podem ler o resto do post. Mas quem não foi, que fique ciente que tem spoilers, ok?


De todos as produções Marvel que estavam sendo produzidas nos últimos anos, a do Capitão América sempre foi a que mais me deixou preocupado. A origem do personagem ocorre nos anos 40, algo já muito distante e desinteressante para os mais jovens e muito nostálgica para os mais velhos. Antes de mais nada, o filme do Capitão é um filme de época, um tipo de filme que não é comum entre os blockbusters de hoje, vide o ambicioso Capitão Sky e o Mundo de Amanhã, que passou praticamente desapercebido.

Outro problema é que também não ia ficar legal se o diretor do filme do herói fosse alguém como Zack Snyder ou Michael Bay, com todos aqueles cortes de cena frenéticos e câmera tresloucada. Era necessário um diretor cujo trabalho fosse coerente com a proposta de realizar um filme de um herói de época. Felizmente a Marvel tem acertado na escolha de diretores, e ela convocou Joe Jonhston para essa difícil missão, e mais uma vez foi uma boa escolha.

Capitão América – O Primeiro Vingador pode ser dividido em dois atos com um interlúdio no meio. Na primeira parte do filme vemos o magrelo Steve Rogers e acompanhamos sua obcessão em querer se tornar um soldado para lutar pelas pessoas do seu país. Eu fiquei impressionado com o efeito especial que fez do ator Chris Evans um Steve Rogers jovem raquítico. Ao contrário do que eu pensava, não era a cabeça de Evans inserida digitalmente no corpo de um outro ator, mas sim um efeito digital aplicado diretamente no próprio corpo de Evans!

Em meio à sua luta para entrar para o exército, aparece o Bucky. Diferentemente dos quadrinhos, aqui ele já é amigo de Rogers e tenta fazê-lo desistir de se alistar. Bucky já é um soldado e essa mudança eu gostei, tornou a parceria dois dois ainda mais forte. Foi bacana eles irem na Expo Stark (aquela citada em Homem de Ferro 2) e lá aparece um easter-egg sensacional: o Tocha Humana! Não, não aquele herói do Quarteto Fantástico, mas sim o andróide criado pelo cientista Phineas Horton. Como marvete, esse momento foi emocionante!

Lá na Expo Stark também aparece o jovem Howard Stark. Apesar de esforçado, ele não é tão cool quanto será seu futuro filho, o nosso adorado Tony Stark. Também não é tão inteligente, mas ainda assim é um engenheiro mecànico visionário, dá vontade de saber mais sobre o personagem. Lá também aparece o Dr. Abraham Erskine, um cientista alemão radicado nos EUA que criou um soro que amplifica as habilidades humanas. Gostei do jeitão dele meio que de um paizão. Erskine trabalhou para os nazista cntra sua vontade, e sua primeira fórmula do soro criou o Caveira Vermelha, então é um personagem em busca de redenção e dá para notar isso.

Erskine conhece Rogers quando ele tenta se alistar mais vez em um stand do exército montado na Expo Stark. O cientista enxerga em Rogers o candidato ideal para seu projeto e dá um jeitinho para que Steve entre para o exército para servir na unidade do Coronel Phillips, qu por sinal é o maior alívio cômico do filme todo. E não há muitas piadas, mas todas funcionam muito bem e são totalmente integradas ao que está acontecendo, gostei de todas.

Durante o treinamento, Steve conhece a agente Peggy Carter, a oficial de apoio de Phillips, uma personagem forte e feminina que enxerga em Rogers um bravo soldado, ao contrário de Phillips que não vai muito com a cara de Steve. Apesar de rápida, essa passagem do campo de treinamento mostrou bem o que de melhor Rogers possui: inteligência e coragem.

Alheio a isso, vemos o oficial nazista Jonhann Schmidt, o Caveira Vermelha, encontrando o Cubo Cósmico. Auxiliado pelo cientista Dr. Arnim Zola, o Caveira quer usar o poder do Cubo como fonte de energia de seu maquinário de guerra. Um easter-egg interessante é quando o rosto Zola é mostrado em uma tela dentro do laboratório dele, fazendo referência ao o que aconteceu posteriormente com o personagem nos quadrinhos, onde ele projeta sua consciência em robôs, já que não tem mais um corpo físico. É muito boa a caracterização da dupla de vilões.

Logo mais acontece a experiência em Rogers, tudo acontece de maneira bem previsível, já que aí nem tem como fazer algo diferente. Tudo dá certo, mas um agente infiltrado do Caveira na sequência mata o Dr. Erskine e foge com uma amostra do soro. Steve vai atrás em uma sequência de cenas legais, gostei de ver o Steve tendo que se dapatar com sua nova condição. E caramba, a Peggy atira muito bem! Steve pega o sujeito que se identifica como um agente da Hidra, a organização científica de Hitler comandada pelo Caveira, que logo passa a ser alvo do exército. Mas Rogers é visto como um milagre científico e não volta para a sua unidade, sendo incumbido pelo senadorBrandt de fazer propaganda para o exército. Essa é uma parte divertidíssima do filme, onde Rogers vira o Capitão América, o garoto-propaganda do exército, estrelando shows, hqs, filmes, musicais, rodando o país vestindo um uniforme cujo visual é idêntico a estréia do Capitão nos quadrinhos.

Aí começa o segundo ato do filme, trazendo mais dinamismo. O governo manda Steve para fazer uma apresentação para os soldados no front, e dá uma pena ver os soldados escrachando o Capitão. É triste quando Rogers percebe que seu sucesso se resume a moleques de 12 anos, gostei dessa parte, acredito que na vida real aconteceria assim também.

Rogers fica sabendo que Bucky e outros soldados foram capturados e parte proresgate sem autorização do exército, contando apenas com a ajuda do Stark e da Carter. Esse é o espírito do Capitão América, que não mede esforços para fazer o que julga ser preciso. Essa sequência tem uns furos, mas dá pra entender que o Cap se infiltrou na base da Hidra e conseguiu libertar os soldados e Bucky, encontrando no fim com o Caveira em fuga, e saí na porrada com o feioso, que revela sua verdadeira face, e fica mais feioso ainda, cruzes. O rosto do Caveira ficou aquém do que eu esperava, mas é bem parecido com o dos quadrinhos da época, então menos mal.

Os vilões fogem e o Capitão é ovacionado quando retorna ao acampamento com s soldados resgatados. Destaque para a formação do Comando Selvagem, em especial o bigodudo Dum Dum, ficou bem caracterizado. Rogers é reconhecido “formalmente” pelo exército como capitão, e na cena de entrega de medalhas tem a participação do Stan Lee, sempre um momento agradável aos marvetes. Com a ajuda de Stark, Rogers ganha um novo uniforme e o escudo redondo feito de vibranium.

Aí eu senti que o filme deu uma acelerada forte no seu ritmo, e não gostei tanto das coisas que vieram daí pra frente. O Capitão Bucky e o Comando Selvagem invadem e destroem várias bases da Hidra. Destaque para o Bucky atuando como sniper, fazendo referência a uma habilidade que foi bem explorada nos quadrinhos futuros. Mas Bucky não deveria ter morrido caindo daquele trem da Hidra, achei uma sequência sem o impacto da história original, mas entendo que ela teve que ser feita assim em virtude da maneira que acontece o final do filme. Pelo menos fica claro que podem explorar sim a volta de Bucky como o Soldado Invernal em um possível filme solo.

Irritado com a destruições de suas bases, o Caveira resolve acionar sua maior arma: um gigantesco avião munido de bombas para detonar nas pricipais cidades americanas. Chega a hora do embate final. De um lado Capitão América decidido a vingar Bucky e deter o Caveira, e este último querendo tocar o terror já sem a sombra de Hitler. Interessante notar que nessa altura a maior ameça não são os nazistas, mas sim o exército particular do Caveira e suas armas de destruição almentadas pelas energias extraídas do Cubo Cósmico.

Cap e o exército invadem a base da Hidra porém o feioso escapu e levanta vôo com o avião-bombardeiro, com Cap em seu encalço. Rolá o tão previsível (mas nem por isso meos desejado) beijo da mocinha no herói, e assim que o Capitão elimina alguns soldados buchas da Hidra ele se vê diante do Caveira Vermelho. E dá-lhe tiros e sopapos, os dois oponentes parecem ter nível de força igual, e no calor da batalha a cápsula onde ficava o Cubo é atingida. O Caveira pega o Cubo, e nessa hora eu fechei os olhos e pensei que ele ia fazer besteira, mas o Cubo começa a consumir o Caveira ao mesmo tempo em que um portal para algum dos reinos de Asgard é aberto, e o Caveira some nele. Só posso imaginar que com certeza o Caveira não morreu, ele foi jogado em alguns lugar. Mistério que poderemos solucionar nos Vingadores?

O Cubo depois de tele-transportar o Caveira cai e derrete o piso do avião, caindo assim no oceano. E o Cap está lá, com um gigantesco avião que ruma para os EUA. Não dá para pousar o avião com segurança, então Rogers faz o que nasceu para ser: um herói a todo custo, ainda que esse custo seja sua própria vida. Quando sobrevoava o àrtico, o Capitão mergulha com o avião, pois se ele explodir lá ninguém além dele iria sofrer as consequências. Ceninha um pouco piegas, com ele e Carter enfim mostrando o que sentem, e os dois combinam um encontro para dali a uma semana. Ao perceber que esse encontro nunca aconteceria, aí sim fiquei triste.

Imagino que a cena deve ter maior impacto sobre quem não conhece o personagem mas eu como sabia que o que ia acontecer não me importei tanto. O avião cai no solo gelado  desaparece em meio à neve. Pelo mundo, a derrota de Hitler é comemorada. Para o mundo no entanto, é o fim do Capitão América. Depois de um breve momento, vemos Steve deitado em uma cama abrindo os olhos. Parece que ele está de volta, tudo remete anos 40, mas ele não se engana e percebe que é uma farsa e escapa do lugar, e se diante de um novo mundo. O nosso mundo. Ele está no meio da Times Square dos nossos dias. Os carros da Shield chegam e surge Nick Fury…

Então, tendo visto tudo isso, para mim o resultado é bem agradável. Capitão América – o Primeiro Vingador é um filme sobre um antigo super-herói. E a direção de Johnston entrega isso. Uma reconstituição da década de 40 muito bem executada, adornada por uma fotografia adequada. A música nunca empolga realmente, é bem discreta, faltou talvez um tema pro Capitão. Felizmente no quesito atuação, não dá pra reclamar nem do Chris Evans. Mas claro que espero uma postura mais firme dele em Vingadores, senão…

Saí do cinema como uma criança. Com aquele sensação de ter conhecido uma aventura gostosa, nos moldes de indiana Jones. Capitão América – o Primeiro Vingador tem aquele clima de matinê que faz falta no cinema de hoje, abarrotado de produções com cortes de cena cada vez mais rápidos e câmeras trêmulas e nervosas. Não considero o filme do Capitão tão perfeito quanto Homem de Ferro, mas está quase no nível de Thor. Mais uma vez o Marvel Studios entrega o que promete, e temos um filme divertido e cheio de aventura. Pra quem gosta do estilo, vale muito a pena ir ao cinema.

E claro, não podia terminar sem dizer do quanto foi incrível ver o teaser de Os Vingadores após os créditos. Bateu em mim uma sensação muito forte, mesmo já tendo visto o teaser com qualidade de imagem ruim. Mas vendo na telona, com todos os detalhes, é outro nível mesmo. E ainda tem muito mais coisas por vir. Avante, Vingadores!

Ficha Técnica

Título Original: Captain America The First Avenger
Diretor:
Joe Jonhston
Roteiro:
Christopher Markus e Stphen McFeely
Gênero:
Aventura
Elenco:
Chris Evans, Hayley Atwel, Hugo Weaving​, Sebastian Stan
Estréia nacional:
29/07/2011
Duração:
124 minutos

 

 

Sair da versão mobile