Conversa de Mangá: Hunter X Hunter 291~311 – Limite de Tempo! (Chimera Ants)

Fenomenal! Hoje começa mais um marco no Conversa de Mangá aqui no Portallos! Hunter X Hunter chega para formar o QUINTETO do projeto! Já pegando o embalo do retorno do mangá no Japão! E na estréia, vamos recapitular os últimos acontecimentos da Saga Chimera Ants, do ponto exato de onde parou o último volume (27) lançado no Brasil pela JBC (ou seja, terá spoilers)!

Hunter X Hunter: Capítulo 311 foi disponibilizado dia 03 de Agosto: “Limite de Tempo”.

Se você não sabe o que é o projeto Conversa de Mangá, clique aqui. Depois do “continue”, a gente conversa mais:

Aviso: Continue apenas se você já leu o capítulo 311 de Hunter x Hunter. Atualmente, acompanho o mangá pelo site Manga Stream, e a qualidade da scan é absurdamente fantástica! Basta não ter medo de inglês. Mas, em todo caso, a Punch Mangás tem a tradução em português. 😉

ATENÇÃO!!

Você acompanha este mangá apenas pelos volumes nacionais da JBC? Se sim, pare por aqui, pois o Conversa de Mangá é dedicado a comentar sobre os capítulos japoneses recentes, que ainda não foram lançados no Brasil. Se você não suporta spoilers, pare imediatamente por aqui. Eu coleciono HxH pela JBC também, mas não me importo de acompanhar com o Japão e depois adquirir os volumes encadernados. Se você também pensa desta forma, continue, mas recomendo que corra atrás dos capítulos 291 ao 311, que são os que não foram lançados no Brasil no momento em que este texto está estreando no blog.

Especial Hunter X Hunter

Recapitulando os últimos momentos antes do retorno
e outras palavrinhas sobre a série…

– Uma breve explanação para começar correndo…

Um Conversa de Mangá de Hunter X Hunter sempre esteve nos meus planos na verdade. Eu estava quase pronto para começar essa idéia no segundo semestre de 2010, após ter estreado o CdM de Katekyo Hitman Reborn aqui no blog. Infelizmente a série acabou entrando em hiato antes que eu pudesse terminar de ler o volume 27 lançado pela JBC no Brasil e correr atrás dos capítulos japoneses inéditos. Pena, não?

Felizmente o mangá retornou esta semana na Jump! Infelizmente fui pego desprevenido, pois o Rackor, que acompanha a Jump com maior precisão do que eu, acabou fazendo confusão no mês passado quando começou os murmúrios do retorno do mangá e acabou comentando comigo que o mangá só retornaria dia 21 de agosto. Estava tranquilo achando que ainda tinha tempo para preparar o material, quando de repente esta semana a Dakini comentou no forum interno da equipe que saiu o capítulo de Hunter. Resultado disso: três noites madrugando no blog e mil agradecimentos à Dakini que assumiu a bucha de cuidar do trio de ouro do CdM esta semana. E sem raiva pelo Rackor ter feito confusão, afinal a culpa foi minha de não ter corrido atrás da confirmação da data. Por sorte, na semana passada já havia lido todos os capítulos que estavam em aberto (para já começar a preparar mesmo o especial), então o maior trabalho de se fazer a estréia assim em cima da hora, foi em recortar imagens, listar o recap numa folha com os pontos principais que não quero deixar passar e digitar o texto para o blog.

Não vai ficar do jeito que eu havia planejado inicialmente, já que o faria em fases e levaria uma semana toda mexendo na matéria. Mas o importante é começar o CdM. Futuramente eu penso num especial que aborde todo o mangá, do começo até onde estiver, além de falar um pouco de certas filosofias que adoro nessa obra do Yoshihiro Togashi.

– Volume 27 da JBC…

Aos que não se recordam, o último volume lançado no Brasil fecha um ciclo da saga do Chimera Ants, quando Netero faz a proposta ao Rei das Chimeras em relação ao seu nome, onde ambos lutariam, mas o Rei deveria vencer Netero sem que o mesmo morresse, pois se morresse, não poderia revelar o nome. Gon já se encontrava na sala onde Pitou estava curando Komugi e o capítulo fecha o final da luta entre Knuckle e Yupi. A partir deste ponto, a saga segue com os capítulos que estão sendo encadernados e lançados em breve no Japão, o volume 28 e 29. Em breve eles devem sair por aqui, espero que ao menos o 28 saia até o fim do ano.

Não tecerei grandes reflexões sobre os momentos que já passaram dentro do arco. Como agora o CdM será semanal, vou ter muita oportunidade para falar sobre certos elementos da série, como a aura madura dela, a transformação do Killua, o sumiço de personagens e até mesmo de sagas passadas. O importante aqui é rever alguns momentos chaves e abrir o CdM com o capítulo da semana!

Sendo assim, a partir da capítulo 291 temos:

– Netero versus o Rei!

Acredito que seja uma das lutas mais insanas de toda a cronologia da série. Netero é um dos primeiros personagens criado em Hunter X Hunter, ele aparece lá no comecinho da série, quando Gon & Cia chegam naquele impasse da prova de culinária do Exame Hunter. Ele tem uma das cenas mais legais desse começo do mangá (que é bem paradinho e mal estruturado na minha opinião), que é a partida “pegue a bola” com Gon e Killua. É fabuloso ver o quanto Netero mete medo nesta fase da saga Chimera, muito diferente daquele Netero que os leitores conhecem do início da série. Alguns quadros de close dele, onde ele aparece quase como um rosto demoníaco me dá calafrios. Sério mesmo.

E que habilidade apelona ele tem. Pena que o Rei é meio que uma barata, né? Ataques físicos de impacto parecem que não causam muito efeito nele. Quem nunca ficou impressionado ao esmagar uma barata com alguma coisa e ver que a maldita as vezes ainda sai correndo, vivinha da silva? O Rei, aqui até então ainda sem nome, chega a ser um personagem que realmente mete medo em alguns momentos da saga, ainda que ele tenha uma aparência que parece vir daqueles inimigos esquisitos do Goku em Dragon Ball Z (Cell?). É realmente uma figura aterrorizante.

É interessante ver como o Rei se interessa por jogos. Competições e apostas. A luta em determinado momento vira uma partida de um game que requer estratégia. Uma abertura para conseguir atingir de Netero. O Killua na primeira vez que se apresenta ao Gon também tinha esse fascínio por jogos, um dos motivos dele ter feito o Exame Hunter alias. Depois, quando ambos viram amigos, esse elemento vai passando e Killua acaba criando outros elementos em sua personalidade. Características que o Rei também passa a ter pela Komugi. Fica aquela questão, o afeto, a amizade, o companherismo podem impedir que as trevas cheguem ao coração de uma pessoa (no caso uma Chimera? É isso que começa a ocorrer nos próximos eventos com algumas Chimeras). De uma certa forma, as Chimeras começam a se parecerem mais com os humanos conforme a saga se desenvolve, deixando mais de lado aquela lógica animalesca que elas são apresentada no começo da saga.

A luta vai seguir por alguns capítulos, até culminar em… bem, já voltamos mais tarde nisso, ok?

– A metamorfose de Palm

E eu já dava Palm como morta até chegar no capítulo em que ela reaparece! Engraçado que na primeira vez que a personagem aparece no mangá, eu continuo achando que o Togashi trabalhou de uma forma bem confusa com ela. Foi difícil me habituar a personagem. Depois tem toda aquela comoção de querer resgatar a mesma, e ficava com aquela impressão de “mas ela é tão importante assim? mal deu tempo de simpatizar com ela…”.

Eu não sei direito se gostei da mudança visual de Palm. Eu gostava daquele estilo meio “O Chamado”, e achei que sua fusão Chimera ficou meio normal demais dentro do estilo de personagens de mangá, como se tivesse perdido parte da identidade visual que tinha antes. Claro que a habilidade do terceiro olho dela, poder ver onde três pessoas estão ao mesmo tempo é legal pacas. Também gosto muito da cena em que Killua cai aos pés da Palm e demonstra seu desespero pelo que pode acontecer com Gon. Como disse, Killua mudou tanto desde o começo do mangá. Apesar de que as vezes acho que ele amoleceu demais, principalmente quando trata-se de enfrentar o Gon. Ele deveria impor mais respeito.

– Gon das trevas!

Se for comparar quadros de intimação do tipo fúria e medo, Togashi manda muito melhor do que o Tite Kubo que faz Bleach. Além dos tensos quadros do Netero demoníaco, ainda tem o Gon das trevas. Cenas assim ficam até meio difícil de acreditar que se trata daquele mesmo garotinho do começo do mangá, felizão e amigável com todos. Gon foi muito torturado nestas últimas sagas e teve que amadurecer e crescer, mas a grande questão que me faço as vezes é sobre o que Gon está se tornando.

Em Chimera Ants temos um Gon triste, em depressão e que se culpa por certos atos. Disso vem a fúria, o descontrole e por último, o desespero. O confronto entre Gon e Pitou vai ser tratado mais abaixo, mas antes mesmo disso, o leitor já tem uma noção da escuridão na qual Gon se meteu. Aí entra a questão que estava comentando acima sobre o Killua, que não sabe o que fazer. Tenso a situação. Diria que o Togashi criou uma atmosfera tão pesada nesta saga, quando Eiichiro Oda conseguiu ao separar Ruffy de sua tripulação e matar o Ace. Colocar o principal protagonista de um mangá nessa linha da vida, entre o abismo e a luz não é tarefa fácil. Precisa ser algo muito convincente e Togashi conseguiu esse sentimento com o Gon na minha opinião.

Quanto a Pitou, nesse momento em que ela está curando Komugi, já estava com a impressão de que a personagem já tinha perdido um pouco dessa aura assustadora que tinha quando ela aparece pela primeira vez, que resulta na sina do Kaito, que se torna um dos plots principais do arco. Se não fosse por Kaito, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Sei que ela é forte e tal, mas conforme comentei mais acima, a saga da Chimera vai mostrando falhas e defeitos nas personalidades das Chimeras a ponto delas não parecerem tão assustadoras quanto inicialmente. Pitou no fim acaba sendo intimidada pelo Gon é prova disso, ainda que sobre as determinadas condições em que isso ocorrem.

– Até mesmo o polvo Ikarugo tem suas batalhas…

Não quero falar muito de Ikarugo neste ponto. Acho o personagem curioso, pois dentro da maturidade visual que os personagens possuem nesta saga, ele é o que mais parece voltado ao público infantil do mangá, mesmo que não seja. Ele me lembra um pouco o efeito que Chooper possui em One Piece, como bichinho de estimação (ainda que ele não seja isso, nem Chooper e nem Ikarugo). A missão de Ikarugo e de resgate a Palm acaba criando muito tensão para o personagem e chega até ser bonito o medo e a frustação que o pequeno polvo tem, frente a inimigos tão poderosos. Adorei a batalha dele contra aquela Chimera Lagosta. Contra um inimigo mais forte fisicamente, nada melhor do que usar o cérebro. Ikarugo mandou bem nesse ponto.

Mas nos capítulos ainda não lançados no Brasil, Ikarugo acaba frente a frente do Chimera lobo, Werefin. A batalha não é tão tensa quanto o da lagosta, mas tem ótimos momentos, onde Ikarugo se mostra pronto a morrer em batalha. Até o ponto que o próprio Werefin o reconhece mais do que um mero inimigo. O interessante é que é através deste personagem que o Togashi levanta a questão do que as Chimeras eram antes de se tornar aquilo que são hoje em dia. Eu já nem lembro direito por sinal, mas muitas eram humanas, não? O fato da memória do passado estar sendo usado como elemento, cria esse efeito de que as Chimeras não irão obedecer cegamente a um Rei.  Eu gosto dessa ideia.

Apesar de que tenho a leve impressão de que o Ikarugo deve morrer até o final desta saga. Não queria, mas tenho esse palpite de que se o mangá ainda tem gás para mais sagas, o Ikarugo não vai sobreviver para participar das próximas. Mas em mangá tudo é possível.

– A morte de Netero e o nome é… Meruem!

E lá vem mais um daqueles momentos tristes de despedida. Netero morre!! Não sem deixar o leitor de boca aberta com mais quadros dele insanamente demoníaco e com golpes supremos de poder, que não causam muitos efeitos no Rei, agora com nome, Meruem! Acho que no momento que Netero perde a perna, já tinha a breve suspeita de que ele morreria logo. Afinal, depois de todos aqueles ataques, ele não conseguiu causar dano algum em Meruem.

Mesmo assim é coisa de outro mundo a cena em que ele diz não precisar de dois braços para rezar e mesmo assim continua atacando Meruem. Sensacional isso! O Rei acaba até criando um respeito pelo adversário a ponto de passar também a respeitar um pouco mais os humanos e que faria algumas coisas diferentes do que havia realmente planejado para a nossa raça. Rá! Netero praticamente cospe na cara de Meruem e se explode numa espécie de bomba atômica. Após explodir alguns neurônios na minha mente, recupero o fôlego e comemoro: Meruem morreu.

Ao menos momentaneamente. Mas antes disso, voltando um pouco a falar sobre o quadro geral do arco Chimera Ants, uma coisa que me incomoda muito são os quadros narrativos. Puxa, o Togashi parece que tem preguiça de roterizar a história de forma que não precisa ficar usando um narrador quase que em todo o capítulo, para explicar o que aconteceu dentro da perspectiva e reflexão da personalidade de cada personagem. Isso incomoda um pouco. Fico com a impressão que o autor precisa explicar o sentimento que o leitor tem que entender em determinados capítulos e cenas. E nem sempre, é claro entender o que a narração quer dizer.

Netero deveria morrer? Questão complicada. Me pergunto se ele teria alguma outra função para a série depois de um luta como esta contra Meruem. É um pouco diferente da situação da Mestre Genkai de Yu Yu Hakusho, outra obra do Togashi, onde ela tinha funções interessantes na história (gosto muito dela no Torneio das Trevas).  Acho que foi uma ousadia interessante do Togashi matar Netero, e o fez de forma digna do personagem. No fim, se não fosse o que fosse, Meruem estaria morto.

– Argh, o maldito renascimento…

Muito complicado essa parte da saga. Em especial porque em tese, eu achei desnecessário. Claro que não sei o que o Togashi planeja para o futuro de Hunter x Hunter, mas se não tivesse inventado o renascimento de Meruem, a saga estaria terminando em poucos capítulos. Bastaria resolver o conflito de Gon e  Pitou e das outras Chimeras. A solução de retornar com o vilão da saga, após o sacrifício de Netero acaba deixando a  impressão de que deu-se uma esticada na saga, que já é longa pra burro.

Aí para ajudar, faz-se aquele velho e manjadíssimo clichê do Rei perder a memória, e com isso perde-se toda a promessa que fez a Netero e a própria batalha em si. Sacanagem pura! Ao menos serviu para resolver questão do Yupi, que acabou tendo a sua batalha ao máximo contra Knuckle e nesse momento da história, já era carta fora do baralho mesmo. Mas em todo caso, não curti muito esse acontecimento. Tanto é que nos capítulos seguintes, há uma certa enrolada no climax de desfecho da saga, que perde essa impressão de “estar acabando”.

Este é um daqueles raros casos onde o protagonista da série, no caso Gon, não precisaria necessáriamente ter a luta com o maior vilão da saga. Pois com tudo isso, não tenho dúvidas que será Gon quem irá vencer Meruem.  Poderia ter terminado tudo por aqui. O Gon já tinha um excelente adversário nesta saga, que seria a Neferpitou.  Mas calma que estou quase lá. Já chego no Gon.

– A corrida contra o tempo de Komugi…

Um dos últimos contrapontos não relacionados ao Gon antes do retorno do mangá acaba ficando em torno da Komugi, das artimanhas do Pufu e do último fôlego do grupo de ataque, onde o Killua faz os últimos movimentos tensos desta parte. Não tenho muito o que comentar aqui, pois achei os capítulos que seguem este momento meio enrolados. Pufu é o personagem que menos curto nesta saga, muito falso, manipulador e com uma habilidade que é vantajosa demais para qualquer tipo de situação. Muito perfeitinha e ainda assim o cara se perde em vários pontos de seus próprios planos. Muita conveniência para um personagem convencido demais. Mas gosto da parte onde o Killua dá um chega pra lá nele, naquele golpe do círculo elétrico. Killia ficou bem diferente com esta manipulação de eletricidade. Virou quase um Pikachu.

Komugi também é uma personagem que me instiga desde o início. Não é simpática, não tem um visual agradável e em nada se parece com aquele típico personagem que faz o papel de “mestre” (sensei), mas de qualquer forma, ela ganhou uma importância absurda dentro da trama. O Togashi realmente sabe inovar a cada saga de Hunter x Hunter se parar para analisar, pois os coadjuvantes da saga, acabam possuindo uma importância fora do normal dentro da trama. Komugi acabou conquistando esse posto. Eu não me importo se ela viver ou morrer, mas já está claro que qualquer coisa que aconteça com ela, irá influência o rumo da trama. Por isso, estes capítulos com o Pufu tentando encontrar ela ou tirá-la do caminho do Rei acabam tendo uma tensão divertida.

– Kaito está morto!

Um dos últimos baques antes do mangá entrar em hiato ano passado foi a revelação de que Kaito está realmente morto. Antes disso eu tinha apenas uma forte suspeita que a situação do personagem era irreversível. Mas a confirmação só veio nestes capítulos ainda não lançados por aqui. O grande mérito disso foi a cena em que a Pitou acaba sendo enganada por Pufu e revela tudo ao Gon, de uma só vez. A cena ficou tocante e comovente, até eu senti a perda do Gon.

Concordo com a morte do Kaito? Não sei, no fundo, é mais um personagem icônico da série, que mesmo não aparecendo muito, foi pro céu. Mostrando novamente que o Togashi não tem problema em matar personagens grandiosos. E não tem mesmo, pois ele sabe criar ótimos novos personagens. E pensar que ainda nem conhecemos o pai do Gon. Mas o Kaito vai deixar saudades. Me pergunto se a morte dele não fará Gin reaparecer  na próxima saga? Seria um motivo razoável para esse acontecimento.

– A explosão hormonal de Gon…

Acredito que esta seja um dos maiores momentos de toda a história de Hunter X Hunter. Sinto tanto por não ter conseguido criar o Conversa de Mangá da série ano passado quando isso aconteceu. Teria sito o máximo sentir a reação de 1º momento de todos os fãs da série ao lerem o que o Togashi fez com o Gon nesta batalha contra a Pitou. O curioso é que eu sobrevivi aos spoilers durante todo esse tempo e quando li este trecho, na semana passada, foi algo totalmente inesperado e surpreso pra mim. Foi aqui que decidi de vez que precisava criar um CdM de HxH sem sombra de dúvida.

O pior é que até o momento não consegui chegar a uma conclusão se gostei ou não do crescimento acelerado de Gon. Dentro do universo da série, nem parece algo tão estranho assim, ainda mais depois de ver habilidades e lutas de Green Island e Chimera Ants. Parece um evento ainda mais polêmico do que quando o Togashi transformou o Yusuke em Yu Yu Hakusho naquela última forma demoníaca na saga do Sensui, quando ele mudou até mesmo de aparência. Gon era apenas um garoto, e o Togashi deu um nível de poder inacreditável, e ainda acelerou o crescimento dele. Admito que nunca pensei que algo assim poderia acontecer.

E agora? Não teremos mais Gon criança? O efeito de, seja lá o que o Gon fez, pode ser reversível? O que vocês gostariam de ver agora? Ele voltando ao normal ou ficando assim? O pior de tudo é o sentimento que permeia toda essa batalha do Gon adulto. Não tem como ficar animado vendo o Gon totalmente catatônico lutando contra Pitou, como se sua vida não tivesse mais sentido. Acho que o Killua ainda vai lembrar ao Gon sobre seu pai, ou talvez o Gin apareça e cure o Gon. Não sei, só sei que a melancolia destes quadros acima é tocante ao leitor, que entra em conflito, se acha bacana, se torce pelos poderes novos ou encarna na pele o que Gon está sentindo neste momento. Depois do que sofri com o Ruffy ano passado em One Piece, acabei meio traumatizado em relação ao Gon.

Porém, entre todo esse processo mental, fiquei um pouco chateado de não ter visto uma luta mais preliminar entre Pitou e Gon criança. Gostaria de ter visto até onde ele conseguiria bater de frente com Pitou, sem apelar para o que ele fez. Esperamos por tanto tempo isso e de fato, a luta que rolou, não foi aquilo que eu queria inicialmente. Isso se dá para dizer que o massacre contra Pitou foi realmente uma luta.

Por fim, quanto ao traço de Gon grande, achei que o Togashi se saiu muito bem, mantendo as feições fiéis do garoto, mas num corpo de adulto. O efeito do cabelo também foi interessante. Cresceu em poucos segundos a uma idade adulta, sem nunca ter cortado o cabelo nessa passagem de tempo, logo, o cabelo está exageradamente grande. Claro que isso não explica porque ele fica a la Marge Simpson, mas deu um efeito assustador bacana. Claro que me faz pensar que se o cabelo cresceu assim, devido a passagem acelerado de tempo, as unhas das mãos e pés deveriam ter crescido assim também. Só que é claro que não pegaria bem ver o Gon mesclado em Marge Simpson com Zé do Caixão. Seria bizarro demais.

Pra mim, o hiato de Hunter X Hunter começou aqui. O resto, não chega a ser tão expressivo assim quanto este desfecho. Mas vamos nele, porque obviamente eles irão dar os rumos da nova fase 2011.

– Meruem ataca! Yupi morre! E a tensão aumenta no palácio real…

Knuckle me lembra o Kuwabara de Yu Yu Hakusho! Pronto falei! Gosto bastante do personagem só por causa disso. A personalidade, o jeito de agir, até mesmo a forma de lutar (meio gangue de rua), me lembra demais o personagem do antigo mangá do Togashi. Nunca procurei saber se o autor fez isso de propósito ou não. Só sei que eu curto demais, ainda que quando ele surge pela primeira vez nesta saga, acho a apresentação e suas características um pouco aceleradas na leitura para o leitor. É bem rápido, assim como acontece com a Palm.

Por isso, fiquei meio apreensivo quando Meruem atacaba Knuckle e Meleoron. Achei que eles acabariam mortos também. Se bem que eles ainda podem morrer, mas acho que as chances se tornaram menores após a captura. Na verdade acredito que a captura deles foi mais uma estratégia de roteiro, já que Knuckle não tem mais força para lutar ou fazer algo interessante a nível de batalha e a sua habilidade com o bichinho contador de juros (esqueci o nome dele agora) não é muito útil contra as Chimeras, já que demora muito para estourar os juros totais. Meleoron segue um raciocínio parecido, nada de ficar invisível e indetectável na nova fase da saga, pois isso poderia acabar se tornando repetitivo demais aos leitores. Então tira as duas cartas mais usadas no baralho e dê o foco a outros personagens. Boa estratégia.

Killua, Palm e Ikaruga agora são os únicos em pé na batalha contra as Chimeras. Sendo que Killua precisa fazer algo em relação a Gon e, Palm e Ikaruga precisam proteger Komugi e não possuem chance alguma de batalharem contra Chimeras e ganharem. O número de mocinhos diminuiu bastante. A menos que chegue mais reforços, tudo agora dependerá da habilidade hormonal do Gon. Será que agora ele é forte o suficiente para peitar Meruem?

Antes disso, existe indícios de que as Chimeras podem se revoltar contra o Rei, ou ao menos parar de segui-lo. Pelo menos é isso que parece com as decisões de Palm, Ikaruga e Werefin. Este último, responsável pela morte do Yupi, que conforme já disse, já achava mesmo que era carta fora do baralho. Só falta o irritante do Pufu, que acredito que o Killua consiga dar conta.

A seguir, o capítulo da semana! Mas a conclusão até o momento é que a Saga das Chimeras Ants tem se mostrado uma saga tensa, com vilões num nível superior ao mais forte dos mocinhos, obrigando-os a evoluir a um nível acima a cada luta (como rege a regra de todo bom shonen), com mortes e batalhas épicas. Mostra um certo nível de crueldade e um nível mais adulto de história. Porém, mesmo assim, ainda acho que a minha saga favorita de todas até o momento é mesmo Greed Island. Nunca vi um mangá parodiar tão bem o conceito do mundo dos videogames como o Togashi fez. Não é para mesmo já que o autor é viciadão em games.

Fecho a retrospectiva!

Hunter X Hunter 311
Limite de Tempo

Alguns dos pontos que eu poderia discutir no capítulo desta semana do mangá já foram discutidos na retrospectiva acima, então não vou repetí-los. Como a importância da Komugi a trama da saga, ou os papéis e opinião que possuo sobre Ikaruga e Palm. Mesmo assim há algumas coisas interessantes de se comentar.

A questão da crueldade que o Togashi tenta demonstrar neste capítulo é bem clara e verdadeira. O ser humano por natureza consegue ser uma raça muito cruel, seja com o planeta ou com si mesmo. Togashi gastou um monte de páginas com esse pensamento, o que demonstra que isso é um contraponto importante dentro da moral da saga. Eu mesmo já tinha essa impressão da idéia que ele passa na saga. As Chimeras são cruéis? Claro que são, mas novamente, estamos vendo o combate de predominância de uma raça, assim como os dinossauros reinaram no planeta, e nós reinamos agora, nada impede que outra raça venha e faça isso no futuro. Muitos filmes de alienígenas hoje em dia retratam essa filosofia. E nesta hora, fica difícil dizer que um lado é vilão. Talvez não seja, talvez seja algo natural do ciclo da vida. Mas pelo bem dos humanos, é bom que eles consigam derrotar as Chimeras. Por isso foi tão importante a “humanização” que o Togashi deu as Chimeras em certos momentos dessa saga, como o Yupi não matando o Knuckle e o Meruem tendo um vínculo com a Komugi. Nestas horas, fica difícil dizer que só existe um vilão. Apesar da ocupação exagerada no espaço do capítulo para esta reflexão em quadros, ela é inteligente e complexa.

Já o começo do capítulo, senti que foi mais uma recapitulação importante sobre a trama, que definirá o rumo dela, para os leitores japoneses, já que Hunter está fora do ar a 1 ano mais ou menos. Recordando a importância da Komugi, como cada membro da Guarda Real reage a este fato e como funciona um pouco das Chimeras, com Palm e Ikaruga relembrando que mesmo sendo Chimeras, estão do lado dos humanos. Seria um momento desnecessário se o mangá não tivesse sido interrompido, mas como foi,tinha uma base para que isso tenha realmente que ter sido feito.

Por último, a revelação de que a bomba que Netero explodiu ao morrer continha veneno! Rá! Genial! Ainda que seja meio assustador a forma como o veneno age. Isso não poderá contaminar um dos mocinhos da história não? Já que o corpo dos envolvidos se torna veneno também? Também me pergunto se a fisionomia das Chimeras não irá reagir e criar anti-corpos em relação ao veneno. Ok, o capítulo termina com o Pufu tossindo sangue, mas não mostra o Meruem com o mesmo problema. Então fica a dúvida se o Meruem será afetado pelo veneno. Se ele enfraquecer um pouco, já equilibra um pouco as coisas para o time dos humanos. Quero só ver como isso vai funcionar daqui para frente.

Obs: Leio HxH há muito tempo, mas fico perdido em algumas coisa por causa disso. Por exemplo, alguém me explica porque o Meruem detecta todo mundo dos mocinhos, mas não consegue detectar a Komugi? Nem me recordo mais aquelas fases de EN e NEM e etc. Acho que dentre as coisas mais difíceis de memorizar no mangá, são estas formas de força que geram habilidades únicas em cada personagem. Preciso reler novamente aquela saga da Torre, onde Gon e Killua aprendem sobre isso. XD

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