The New 52, um mês depois: os erros, acertos e polêmicas do reboot da DC! [Opinião]

Como recente leitor de HQs, vi como muitos a chance de pular dentro do barco das histórias de ícones como Batman, Super-Homem, Mulher-Maravilha e tantos outros herois da Distinta Concorrência. A Marvel dominava por anos, cerca de 50% do mercado americano de quadrinhos, enquanto a DC ficava com uma fatia de cerca de 30% deste mesmo mercado. Inúmeras revistas, graphic novels, e tentativas foram em vão para mudar esta realidade.

Uma das maiores provas que o reboot, pelo menos senão total, foi uma escolha que deu em parte certo. De qualquer maneira é um marco para DC depois de seis anos, consiguir arrancar em número de vendas, e de dólares (apesar de ambas diferenças serem mínimas), além de emplacar as 10 revistas mais vendidas do mês.

Mas esse aparente empate tem outras questões a considerar. É sabido que a DC fez promoções para que as comics shops que pedissem mais revistas recebecem descontos, e por isso talvez o grande número de pedidos. è bem verdade que a maioria desses é retornável à distribuidora, ou seja não entram na contagem final.

O site Bleeding Cool também cita um fato interessante: a Marvel fez quase a mesma grana que a DC publicando mais de 100 revistas, e a DC, por volta de 60. Na minha matemática elementar isso significa que, o gasto da Casa das Ideias foi maior, logo se a entrada de dinheiro foi a mesma que a DC, a diferença seria maior para o lado da editora da Warner, resultando em um maior lucro. O que é meio eliminado talvez com os descontos, que tiveram o objetivo de promover as revistas do que lucrar neste primeiro momento.

É citado ainda o mercado britânico, que aparentemente respondeu muito bem ao reboot, e não é contado nos números americanos da distribuidora Diamond Comics. No geral a DC conseguiu ser realmente superior a Marvel, em termos financeiros, pelo menos no início da caminhada, pois para quem estava bem atrás, empatar (ou quem sabe passar) é um vitória não?

As histórias realmente mudaram?

Neste ponto acho que não tenho muito o que comentar, já que não era assíduo leitor da editora antes do reboot, e a única revista que acompanhava não foi afetada pelo mesmo (Laterna Verde). Mas eu pelo menos percebi que a Dc investiu pesado nas linhas que chama de “Edge”, e “Dark”,  que seriam os títulos mais sombrios da editora como Swamp Thing, I,Vampire, LJ Dark, entre outros.

Curiosamente, pelo que li por aí, o que todos concordam é que nesta linha estão uma penca de boas revistas, principalmente na linha “Dark”. Swamp Thing, na minha opinião é de longe uma das melhores revistas do reboot, toda a linha de história não baseada em heroísmo, mas jogando com o constante medo do desconhecido, consequências sobre escolhas, e dramas pessoais, deram definitivamente uma pegada Vertigo às revistas, mas ainda assim integrando os universos dos super-herois clássicos.

Existe a presença de muitos elementos comtemporâneos e referências a coisas do dia-a-dia que dão todo um toque especial de imersão, fazendo realmente serem contemporâneos do leitor, mas acho que isso era o mínimo. NO geral as revistas continuaram com os clichês que fazem as revistas de super-herois terem uma identidade e não serem confundidas com coisas da linha Vertigo por exemplo (apesar de termos exemplos que chegam a fazer isso).

 As polêmicas: Catwoman & Starfire!

Essa coisa toda que se gerou em volta das duas personagens e seu comportamento mais explícito, talvez se deva grande parte ao público novo das HQs. A DC conseguiu mais uma de suas metas, que era trazer novos leitores às comic shops,  fato que foi amplamente comentado pelos donos das mesmas. Pessoas que nunca haviam entrado em uma, passaram a vistitar com frequência as lojas para comprar as revistas. De certo bom para indústria, pois com sua propaganda e proposta de um novo começo para leitores antigos, a Dc trouxe vários leitores não habituados a acompanhar as histórias. O problema começa aí.

Comecemos com o problema da classificação etária. Catwoman por exemplo tem classificação T+ (Maiores de 13 anos), o que deve ter levado muitas mãe deixarem suas crias comprarem a revista. A supresa ao ver a cena de insinuação explicíta dos afagos com o Batman explodiu como algo errado (o que é de certa forma verdade para o tipo de classificação imposto, que na minha opinião deveria ser algo como 16+), coisas que a sociade americana e seu bom-mocismo condenam hipócritamente a todo momento. Foi um erro da DC.

Mas vejam bem, no caso da Catwoman eu achei algo mais trabalhado, até porque tem um nexo pois o Batman estava realmente em seu apartamento para prendê-la interrogá-la ou algo do tipo, e a sensualidade de Selina Kyne é uma das suas armas mais poderosas, mas o autor ainda deixou uma ponta de curiosidade para sabermos se foi feito tudo de caso pensado, ou no calor do momento. A revista toda joga com isso, a sensualidade da personagem, e claro existem os chamados “panty shots” (e de outras partes também), mas nada que mangás da Shonen Jump não mostrem. Tirando a última cena que é mais caliente.

Já no caso da Starfire eu achei algo mais porco, tava lá por estar lá, meio que sem nenhuma construção ou propósito. A alienígina sempre teve essa coisa do amor sem amor ao longo dos anos, mas eera algo que se dava a entender, não tão explícito como “Quer fazer sexo? Nós estamos sem fazer nada mesmo”. Foi meio do nada que o diálogo surguiu, e do nada acabou toda sequência. Neste caso sim, achei que foi pura fan-service com próposito mal feito, que era mostrar o lado da sexualidade da personagem.

Existem várias cenas muito violentas nas revistas, como a face rasgada do coringa em Detective Comics, as decepações em GL Corps, mas parece que nenhuma delas se sobressaiu aos casos acima… Talvez não tenha sido algo que incomodou tanto assim. Daí se tira a incapacidade de certas pessoas a lidarem com certos assuntos.

[Clique nas imagens se quiserem ver as respectivas “polêmicas” páginas]

As revistas do Reboot! O que mais agradou…

Aquaman

A revista já era promessa por trazer como seus autores Geoff Johns, e Ivan Reis, os caras que praticamente levarantaram Hal Jordan ao topo da DC. Fizeram Blackest Night e Bristhest Day, duas lendas que por anos vagaram, e às trouxeram a tona com maestria na minha opinião. Agora com talvez o personagem mais sacaneado de todos os tempos.

Arthur Curry aparece realmente sendo sacaneado, desacreditado, ao ponto que os próprios policiais não gostam de ser salvos por ele. MAs o melhor de toda história é que montando o background da vida do rei de atlantis Geoff contou parte do seu passado, apresentou a primeira leva de inimigos, e colocou muitas perguntas na cabeça do leitor que serão respondidas ao longo das edições. Boa dinâmica, dsenhos e argumento, Arthur Curry passou com uma edição, na minha opinião, de personagem bobo, para um super de caráter que luta mesmo todos o julgando.

Detective Comics & Batman

Detective comics é muito legal, pelo que se propõe a fazer (e acerta veementemente), e como consegue introduzir a veia de detetive da lenda de Gotham, e instiga o leitor a tentar advinhar o que está acontecendo nas histórias. O suspense é muito bem feito, perguntas se criam e como resposta mais perguntas. O último quadro da primeira edição é de matar de curiosidade.

Já Batman se sobressai por mostrar a faceta Bruce Wayne também, e sua família, sua relação com alfred e as idústrias Wayne, e mescla cenas de ação com muitos vilões conhecidos. Apesar de não ser afetada pelo revoot, ou seja sua cronologia continua valendo, é uma das revistas que melhor explica o que é o heroi e suas relações diversas em Gotham.

Action Comics

Vou ser sincero: nunca fui com a cara do Superman. O kriptoniano sempre me pareceu feliz demais, forte demais, bom demais. Grant Morrison mudou essa perspectiva. O autor retrata um super rebelde, no descobrimento de seus poderes, não podendo voar, não tendo toda a sua super-força. Clark Kent, é capturado porque tenta parar um trem (e quase se mata fazendo isso), ataca políticos corruptos, e tira sarro da cara das autoridades. Possui ideiais, e é vulnerável, o que tornou as cenas de ação dignas do nome da revista.

Animal Man & Swamp Thing

São duas revistas com um quê de mistério, coisas místicas e bizarras. Swamp Thing tem uma arte soberba que parece ter sido feita para a história, que é comandada com maestria, fazendo jogos de palavras, metáforas, explicando coisas nas entrelinhas. Possui uma passagem de quadros genia, algo me lembra muito mangás aliás, que tem na minha pinião, uma maior liberdade do que os quadrinhos americanos.

Já Animal Man apresenta conflitos de família, problemas financeiros, ativismo, problemas que até um super tem dificuldade de enfrentar. A filha do protagonista começa a manifestar um estranho poder que faz com que o mesmo siga uma jornada rumo ao desconhecido. A coisa toda tem um quê de fim de mundo e suspense, pois nunca a a confirmação sobre o que estão enfrentando.

Demon Knights & I, Vampire

Quando peguei esta revista não achei que poderia ser tão bacana. O grupo de personagens medievais (como Merlin, o próprio, além de cavalheiros, e feiticeiros diversos), demônios, e toda a atmosfera me conquistaram. Gostei da sucessão de fatos, mostrando o lado bom e mau, além do processo de formação da equipe dos hérois. Não é uma grande história, mas como é tão bem trabalhada, merecia ser mencionada.

Da mesma forma I, Vampire me conquistou pela sua arte, e toda a aura que o autor e o desenhista (sério olhem os traços de Adrea Sorrentino, o mesmo que desenhou a HQ de Kratos que a Panini vai lançar no Brasil). Todo clima sombrio, e a volta aos vampiros das antigas (eles se transformam em lobos, morcegos, bem ao estilo de Symphony Of The Night), e sem piedade. O “heroi” sabe o que está errado, e sabe que não há volta para os transformados. Um lobo solitário que luta para matar o amor de sua vida, e a culpa de precisar matar é toda dele.

Wonder Woman & The Flash

Wonder Woman  deixou as coisas meio envoltas em uma névoa, mostrando as coisas mas não mostrando tudo. A seuqência de batalha foi muito bacana, gostei do ritmo das coisas. Além disso gostei da inserção de figuras míticas, que devem promover uma boa construção do universo da Amazona. Também temos o ponto central da saga, que está tão perdido quanto o leitor, e que deve ser a chave para algo maior. Já foi dito aliás (com um grande spoiler, que não vou falar aqui, quem quiser se spoiler clica aí e divirta-se), que teremos uma participação importante e essecial da mitologia grega na história da moça.

Comparando a veia investigativa de Barry Allen em sua versão escrita por Geoff Jonhs, a nova versão se focou mais no super-héroi e suas relação com o passado (e uma bizarrice no fim), do que sua veia detetive-criminalística. Os autores porém, conseguiram passar a mim ao menos, o heroísmo de flash, sem contar a arte que de algum quadros é de babar. Principalmente das páginas com o título, que mostram vários flashes (sem trocadilhos intencionais) da vida do homem mais rápido do mundo.

Green Lantern: New Guardians & Green Lantern

Enquanto a primeira é um bom ponto de partida a segunda nem tanto. Foi dito que os eventos ocorridos nas revistas dos lanternas iriam se manter, e isso até se cumpriu. Mas  New Guardians apresenta muito bem os guardiões, e tenta contruir um mistério do porquê a coisa toda acontece com eles, porque foram escolhidos. Mas a melhor parte (e menos um tanto clichê) é tentar descobrir o porquê daquilo, quem arquitetou aquilo tudo. O começo mostrando a vida do Lanterna Verde da Terra, Kyle Reyner também foi bem interessante.

GL fiquei meio perdido no começo, mas até que consegui me virar conhecendo um pouco o universo da série. OS acontecimentos prévios que englobam a GL War são até superficialmente explicados, mas pra mim valeu mais, como fã, ver Sinestro tendo que vestir a roupa verde de novo e a ambiguidade de lutar contra a Sinestro Corps que fundou.

Espero que no geral a qualidade de certas revistas se mantenham, mas invarialvelme com 52 livros, muitos tendem a falhar, seja em qualidade ou número de vendas. O reboot começou e revistas foram comprar aos montes por serem “lançamento”, a verdadeira concorrência começa mais pra frente, ao meu ver com 3 edições dos lançamentos, ou seja no terceiro mês. Está tudo meio envolto na aura de novidade, então veremos como se sairão daqui para frente.

Deixei de ler algumas, umas revistas que de cara já se vê a qualidade duvidosa como Hawk and Dove, outras que não me interesso tanto como as Legiões. Mas deu para ter um panorama bacana das linhas do The new 52, e como cada uma conduzirá suas histórias em termos de ritmo.

E você leitor, leu alguma revista? Pretende começar alguma? Diga aí embaixo o que achou do reboot!

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