Algo surpreendente e revigorante com ar de conto mitológico!
A arte de cara me chamou muito atenção. Já tive contato com o traço peculiar de Adrea Sorrentino, por meio do ótimo I, Vampire da DC, que está saindo lá nos EUA. Mas em Vampire o traço se mostrava bem mais estilizado, apesar que mantém o toque meio épico, que dá impressão de uma pintura, às vezes um tanto impressionistas. Os borrões de perto em certas ocasiões podem até parecer estranhos, mas a uma certa altura, na posição comum de leitura, cada quadro parece uma obra de arte. E Sorrentino parece saber disso, pois abusa de quadros gigantescos de uma ou duas páginas, e tomadas pelo alto, como panoramas.
A história se divide entre “mortal” e “deus”. Sim, as fases pré e pós o primeiro jogo estão representadas no livro. Apesar de as batalhas de Kratos em seu posto de Deus da Guerra terem o tom de épicas, as que realmente me prenderam até o fim foram as como um guerreino da tropa espartana de guerra.
Ver Kratos em seus áreos dias de guerreiro, sem poder se apoiar em artefatos místicos, ou poderes sobre naturais (ao menos que ele lute para conseguí-los, não algo tão dado como foi no primeiro jogo da série) é muito bom. Estratégias são necessárias, e Kratos não está só, ele tem ao seu lado um esquadrão, além de não ser o comandante.
O motivo que empurra Kratos e todos os outros campeões na busca da Ambrósia, são de ordem sentimental. Os deuses montaram uma aposta e adoeceram vilas inteiras, entes próximos, de seus campões de forma que só com a fruta de Ascalépio haveria uma salvação.
Há um contraste bem legal entre Kratos e seu comandante, que evidencia as prioridades de cada um na perigosa missão a qual foram atribuídos. Traços característicos da personalidade espartana de sangue quente que foi vista nos jogos se mostra presente em momentos oportunos, dando sempre um colorido (à sangue, em muitos casos) aos acontecimentos mais importantes da história. Kratos enquanto mortal luta com feras mitológicas, e usa alguns de suas habilidades a seu favor, mas só em momentos críticos, não se vê isto a rodo no encadernado.
As duas partes das revistas são boas (e acontecem intercaladas), mas a que mais gostei mesmo foi a já citada, talvez até por lembrar um pouco o filme “300”. Mas de maneira nenhuma a outra parte é ruim (enche até mais os olhos a arte nesta parte, até por ter mais explosões), então pros fãs recomendo muito, praticamente um must-have, para aqueles que curtem a franquia. Como ponto inicial não acho ruim, mas talvez seja mais legal pelo menos dar uma jogadinha no primeiro jogo, até para sentir o universo da série.
O preço é de 19,90 com 148 (tem galeria de capas no fim) e o papel apesar de ser meio fino é aquele brilhoso, e não “de jornal”. Eu particularmente gostei bastante da qualidade, só o papel ser meio fino (comparado a encadernados americanos) que é o ponto ruim, mas não chegou a ser tão frágil como é em outras publicações como o recente Kobato da JBC.