Raising Hope – O Melhor de Greg Garcia – PdS
Earl, o karma é cruel. Prepare a mamadeira para Hope! Recomendo!
Até hoje tenho extremo ódio do cancelamento de My Name Is Earl. Raiva nua e crua. Lembra dessa série? Nada nela era sério ou cinematográfico/dramático e todo o sucesso que conquistou foi pelo particular sentido de humor de Garcia. Sinto falta disso. Ela era incrível. Entretia muito.
Entretanto, numa Camden County muito distante, conhecida por Natesville, encontrei Jimmy e Hope. E perdoei a produção. Se My Name Is Earl não tinha condições para voltar, melhor aceitar que assim o seja do que pedir para trazerem uma continuação tosca. Sabe-se lá o que viria! Primeiro, isso cai como uma machadada na sua cabeça mas depois você conhece Raising Hope e a partir daí, acredite, é seguir em frente satisfeito.
Porém esse texto não é sobre séries do passado, é sobre Raising Hope que começou fraca e pequena para mais tarde – lê-se “agora” – atingir a maturidade que esperava. Então vamos lá. Garcia não falha uma segunda vez, isso está provado. Semana anterior foi ao ar o episódio 2×09 entitulado “The Men of New Natesville” e eu adorei cada minuto dele. Por que? Continua lendo!
(Esperando o link para continuar lendo, não é? I Want to Believe!)
Garcia estava devendo isso a mim – e a todos os supporters -, mesmo que não saiba da dívida. Cobro até no silêncio. A pior parte dessa história é o puro fato de que My Name Is Earl terminou com um “Continua…” – irônico, não? Não, não vejo nenhuma graça nisso… Quer dizer, agora talvez consiga ver alguma. O humor consegue se manter inclusive no fim inacabado, anos depois. Difícil de entender.
(BIG FAIL evolui para WIN? Forçado, eu sei.)
Assim como na era dourada de MNIE, continuam contando a infância e a juventude dos personagens relacionando-a com o presente e os atuais problemas. Temperaram tudo com humor e estranheza – exato, estou escrevendo sobre a festa de Frank e sobre New Natesville. Muito foda a cidade reconstruída e positivamente esquisita a tendência deles de brincar com bonecos como modo de enfrentar os seus limites, medos e traumas. Bullying nem pareceu um tema cliché e feio.
(Não tente isso em casa. Vista luvas e óculos de proteção antes de estourar balões!)
(Beba cerveja, fique sem oxigênio enchendo balões e se jogue num puff! Eu ri.)
Resolvi publicar este texto para declarar apenas a minha adoração por Raising Hope, para dizer que estou curtindo bastante a história de um pai acidental que teve uma filha com uma psicopata assassina – a mãe que morre eletrocutada. E só por isso, vale escrever os parágrafos que quiser. Acontece que a série se estende para mais além não somente pela Hope mas por todo o cast e o espírito que faz de Garcia indispensável na televisão. Estou sozinho pensando assim? Alguém mais anda curtindo secretamente Raising Hope?
(Não se esconda. Pode responder nos comentários. Esteja à vontade.)
Ele joga com humor simples, fatos comuns da vida de qualquer pessoa e a simplicidade de uma família pobre e bem humorada com a vida. É quase como se ele criasse um universo, um drama e fizesse em simultâneo uma paródia, brincasse com as manias dos personagens, os seus vícios e traços marcantes. O trabalho é feito com memes. E nós vamos conhecendo os personagens conforme eles próprios se redescobrem e os outros os desvendam.
(memes são hábitos ou comportamentos comuns que se repetem nas pessoas.)
Jimmy sempre tentando se superar e conquistar Sabrina. Hope aprendendo as coisas e fazendo cenas adoráveis e engraçadas, Burt agindo como o machão e sensível, a avô com lapsos de memória e por inteira louca de pedra, Virgínia comandando a casa e disputando com a prima. É uma disfunção que funciona. Uma pobreza que enriquece. Fora tudo isso, tem referências à My Name Is Earl com a participação de atores como aquele que interpretou Randy e aquela que interpretou Joy. Não está convencido ainda?
Dedique algum tempo à Raising Hope e verá como a série te abraça para te fazer parte da família e te provoca a dar gargalhadas com momentos moderadamente excêntricos. Garanto que vai rir. Não é uma comédia comum. É o tipo de programa gostoso de assistir. Não cansa, não fica velho. É absurdo. Absurdamente bom.
Não é épica. Não introduz inovações. Não te serve para gastar tempo. Não tem enormes objetivos. Não usa uma história grandiosa. Raising Hope recicla o habitual, adiciona uma dose de estranheza e nos faz companhia. Issso é fundamental: fazer mais do que companhia a quem assiste! Demorou cerca de uma temporada para que funcionasse – eis que, adivinha. Funcionou! E fico extremamente feliz por isso.
Felicidade extrema aniquila o ódio extremo. Perdoado Garcia. Mais uma rodada de Raising Hope, por favor!